APOSTILA DE LÍNGUA PORTUGUESA
PARA CONCURSOS
Conteúdo:
1. Fonética.
2. Morfologia.
3. Sintaxe.
4. Semântica.
5. Estilística.
6. Pontuação.
7. Compreensão de textos.
FONÉTICA
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas, entendendo-se
por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e ti-que opõe entre si as duas palavras.
Tal som recebe a denominação de FONEMA.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to.
Percebemos que numa silaba pode haver um ou mais fonemas.
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas.
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que
representa o som.
Vejamos alguns exernplos:
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t/a/k/s/i
Corre – letras: 5: fonemas: 4
Hora – letras: 4: fonemas: 3
Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Guerra – letras: 6: fonemas: 4
Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
Cango – 5 letras e 4 fonemas
Tempo – 5 letras e 4 fonemas
Campo – 5 letras e 4 fonemas
Chuva — 5 letras e 4 fonemas
LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um determinado som.
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
VOGAIS
a, e, i, o, u
SEMIVOGAIS
Só há duas semivogais: í e u, quando se incorporam à vogal numa mesma sílaba da palavra,
formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-sou-ro, Pa-ra-guai.
CONSOANTES
b, c, d, f, g, h, j, I, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
ENCONTROS VOCÁLICOS
A seqüência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de encontro vocálico.
Ex.: cooperativa
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
Dividem-se em:
- orais: pai, fui
- nasais: mãe, bem, pão
- decrescentes: (vogal + semivogal) - meu, riu, dói
- crescentes: (semivogal + vogal) - pátria, vácuo
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, minguam
HIATO
É o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em duas diferentes emissões
de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, poei-ra, cru-el, ju-í-zo
SÍLABA
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados numa só emissão de
voz.
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
x
Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
x
Dissílabo -possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
x
Trissílabo -possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
x
Polissílabo -possui mais de três sílabas: es-co-la-rida-de, hos-pi-ta-li-da-de.
TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se pronuncia com mais
força do que as outras: é a sílaba tônica.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, pá.
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras em:
x
Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-mi-nó.
x
Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter, a-má-vel, qua-dro.
x
Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, cá-li-ce, sô-f re-go, pês-sego,
lágrima.
ENCONTROS CONSONANTAIS
É a sequência de dois ou mais fonemas consonãnticos num vocábulo.
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
DÍGRAFOS
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia composta para um som
simples.
Há os seguintes dígrafos:
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, Ih, nh.
Exs.: chave, malha, ninho.
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e ss.
Exs. : carro, pássaro.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encerrando a sílaba em uma
palavra.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético
especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
São os seguintes:
1) o acento agudo - indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora;
3) o acento grave - sinal indicador de crase: ir à cidade;
4) o til - indica vogal nasal: lã, ímã;
5) o cedilha -dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
6) o trema -indica que o u soa: lingüeta, freqüente, tranqüilo;
7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d'água, pau-d'alho;
8) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-írirs, peço-lhe, ex-aluno.
SEPARAÇÃO SILÁBICA
A divisão silábica é feita pela soletração, isto é, sem considerar outros elementos estruturais
dos vocábulos.
Exemplos:
tran-sa-tlân-ti-co, su-pe-rin-te-res-san-te.
REGRAS
1. NÃO SE SEPARAM LETRAS QUE REPRESENTAM:
a) ditongos e tritongos: dois, neu-tro, ó-dio, sa-guão, i-guais ...
b) os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: a-cho, ma-lha, mi-nha, pre-gui-ça, brin-que-do...
c) consoantes em contato com r ou l: ta-bla-do, so-bre, te-cla, o-cre, pa-dre, ri-fle, re-gra, so-pro,
a-tlas, pa-la-vra.
Exceções: sub-lo-car, sub-lu-nar, ab-rup-to;
d) encontros consonantais iniciais: gno-mo, pneu, psí-qui-co ...
2. SEPARAM-SE AS LETRAS QUE REPRESENTAM:
a) hiatos: pes-so-a, ca-res-ti-a, pe-rí-o-do, ál-co-ol, co-e-lho, du-e-lo, a-ve-ri-gu-o, co-or-de-nar, repre-
en-der, xi-i-ta...
b) falsos hiatos: mai-o, a-rei-a, goi-a-ba, tu-xau-a, ta-pui-a ...
c) dígrafos rr, ss, sc, sç, xc: ter-ra, eras-so, des-cer, cres-ça, ex-ce-to ...
Observações:
1) encontros consonantais com "s" interno (separam-se após o S):
.. felds-pa-to, tungs-tê-nio, ads-trin-gen-te, pers-pi-caz ...
2) nas palavras terminadas em ia (ea), ie, io (eo), ua (oa), ue, uo - sendo a sílaba anterior tônica,
embora possam ser pronunciados como hiatos - são inseparáveis:
Æ
gló-ria, sé-rie, sá-bio, co-le-tâ-nea, gê-meo, tê-nue, nó-doa, es-pá-dua, am-bí-guo.
3. TRANSLINEAÇÃO:
a) não se deve deixar vogal isolada no final ou no início da linha:
.. (a-/jeitar) - (á-/gua) - (anisti/a) - (acentu-/e) ...
b) deve-se evitar a partição em "pontos críticos", isto é, onde um dos elementos lembre palavra
ridícula ou obscena:
.. (fede-/ral) - (cu-/pido) - (dele-/gado) - (acú-/mulo)...
c) nos compostos, devido à clareza, podemos repetir o hífen:
.. (quarta-/-feira) - (vaga-/-lume) - (mal-/-estar) - (couve-/-flor) ...
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / Verdadeiro
1. ( ) tran-sa-tlân-ti-co, abs-eis-sa, baí-a;
2. ( ) su-bli-nhar, ab-so-lu-to, ruim;
3. ( ) fric-cio-nar, ab-rup-to, i-guais;
4. ( ) subs-cre-ver, pa-i-si-nho, flui-do;
5. ( ) felds-pa-to, pai-zi-nho, sub-u-ma-no.
6. ( ) or-quí-de-a, naf-ta, dia-lé-ti-ca, ab-rup-to, gra-tu-i-to, pneu-má-ti-co, ru-í-do.
7. ( ) se-quói-a, í-guai-zi-nhos, qui-e-to, mai-or, a-güentar, be-a-to, pro-nún-cia.
8. ( ) psi-co-lo-gi-a, a-bro-Ihar, su-bli-me, re-nún-cia, oc-ci-pi-tal, czar, ad-mi-tir.
9. ( ) Do ponto de vista da translineação, as palavras a seguir estão todas corretamente divididas:
in-fec-ção, mis-te-ri-o-so, di-ar-réi-a, au-tóp-si-a, ór-gãos.
Múltipla escolha
10. Assinale a alternativa com separação silábica feita corretamente:
a) ex-ces-si-vo, cir-cuns-pec-to, de-lin-qüên-ci-a, per-spi-cá-ci-a, des-cê-sseis, co-a-lha-da, subs-tân-cia,
im-preg-na-ríe-is;
b) ex-ces-si-vo, cir-cuns-pe-cto, de-lin-qüên-cia, pers-pi-cá-cia, des-cês-se-is, coa-lha-da, subs-tân-cia,
im-pre-gna-rí-eis;
c) e-xces-si-vo, cir-cuns-pec-to, de-lin-qüên-ci-a, pers-pi-cá-cia, des-cês-seis, co-a-lha-da, substân-ci-a,
im-preg-na-rí-eis;
d) ex-ces-si-vo, cir-cuns-pec-to, de-lin-qü-ên-cia, pers-pi-cá-cia, des-cês-se-is, co-a-lha-da, subs-tância,
im-pre-gna-rí-eis;
e) ex-ces-si-vo, cir-cuns-pec-to, de-lin-qüên-cia, pers-pi-cá-cia, des-cês-seis, co-a-lha-da, subs-tân-cia,
im-preg-na-rí-eis.
11. Considerando a partição das palavras, assinale a correta:
a) ba-rul-hen-ta / dis-tri-bu-i-ção / ex-ce-ção;
b) e-xce-den-te / ob-ter / cons-ti-tui-ção;
c) sub-ja-cen-te / ex-pec-ta-ti-va / di-scer-nir;
d) ca-rac-te-res / i-déi-a / ex-ces-so;
e) as-cen-der / ma-nu-seá-vel / ex-pe-di-en-te.
12. Assinale o item que apresenta correta divisão silábica.
"Atualmente, as plantas medicinais voltam a suscitar grande interesse, tanto na área dos profissionais
de saúde como na própria sociedade."
a) mui-to / su-sci-tar;
b) saú-de / so-cie-da-de;
c) me-di-ci-na-is / sa-ú-de;
d) sus-ci-tar / me-di-ci-nais;
e) in-te-res-se / a-tual-men-te.
13. Marque a opção em que todas as palavras são substantivos separados corretamente em sílabas:
a) in-dig-na-ção / a-do-le-scen-te / ad-mi-nis-trar;
b) rea-gir / tra-ba-lho / in-di-gna-da;
c) a-tro-pe-la-men-to / coi-bir / res-sar-ci-men-to;
d) con-ces-são / ab-di-ca-ção / ir-res-pon-sa-bi-li-da-de;
e) ma-dri-nha / con-ti-nu-ar / atro-pe-la-men-to.
14. Assinale a opção que apresenta divisão silábica incorreta:
a) mne-mô-ni-ca / ét-ni-co / op-ção / ab-di-car;
b) fi-lho / ma-nhã / cons-ci-en-te / des-cer;
c) per-ce-pção / a-ni-mais / in-ter-stí-cio;
d) pres-cin-dir / res-ci-são / e-xér-ci-to / guer-ra.
15. Assinale o item em que a divisão silábica entre a primeira e a segunda sílaba de todas as palavras
está correta:
a) et-nografia, su-blinhar, su-blimar, sig-no, a-pto;
b) e-tnografia, sub-linhar, sub-limar, si-gno, ap-to;
c) et-nografia, sub-linhar, su-blimar, sig-no, ap-to;
d) e-tnografia, su-blinhar, sub-limar, sig-no, ap-to;
e) et-nografia, sub-linhar, su-blimar, si-gno, a-pto.
GABARITO
1. F 4. V 7. V 10. E 13. D
2. F 5. F 8. V 11. D 14. C
3. V 6. F 9. F 12. D 15. C
MORFOLOGIA
ESTRUTURA, FORMAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DAS PALAVRAS
A ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Quando estudamos a estrutura das palavras, conhecemos intimamente as várias partes que
formam um todo acabado e repleto de significado.
Conhecer a estrutura de uma palavra não é só saber decompô-la. É saber, também, como
compor uma nova palavra; realizar um trabalho criativo e dinâmico com a língua.
Veja, por exemplo, a palavra menininhas. Podemos separá-la em quatro unidades
significativas:
menin / inh / a / s
a) menin - é a unidade que fornece o significado da palavra; é a base da palavra chamada de radical.
Com o radical podemos formar uma família de palavras. Por exemplo: meninão, meninada, menino,
etc.;
b) -inh - é a unidade que indica o grau diminutivo;
c) -a - é a unidade que indica o gênero (feminino);
d) -s - é a unidade que indica o número (plural).
Essas unidades significativas que constituem as palavras os morfemas.
Podemos perceber duas espécies de morfemas:
a) aqueles que têm significação objetiva e que indicam a significação da palavra. Referem-se ao
conjunto de palavras de uma língua.
b) aqueles que têm significação apenas em relação ao sistema gramatical da língua. Indicam, no caso
da língua portuguesa, o gênero, o número, a pessoa, o modo, o tempo. São os chamados morfemas
gramaticais.
OS ELEMENTOS MÓRFICOS
1) Radical -É a forma mínima que indica o sentido básico da palavra, ou seja, seu significado. É a
parte invariável da palavra. Exemplos:
gat - o, gat - a, gat - inho etc.
2) Afixos - São elementos colocados antes (prefixos) ou depois (sufixos) dos radicais. Exemplos:
infeliz -felizmente
prefixo sufixo
3) Vogal Temática e Tema - É o elemento que, juntado ao radical, possibilita a ligação entre este e a
desinência. O radical acrescido da vogal temática recebe a denominação de tema. Exemplo: vender. O
radical é vend- (pode formar vendido, venda, vendável, etc.); a desinência é -r. Entretanto, na língua
portuguesa, é impossível a ligação vend-+ -r. É necessário mais um elemento, no caso, a vogal
temática. Dessa forma, temos:
vend-(radical)
vende-(tema, isto é, radical mais vogal temática)
vender (tema mais desinência)
4) Desinências -são elementos colocados no final das palavras para indicar certos aspectos
gramaticais. Dividem-se em:
a) desinências nominais: indicam o gênero e o número de nomes (substantivos, adjetivos, pronomes,
numerais). Por exemplo:
alun – o
alun – a
alun – o – s
alun – a – s
b) desinências verbais: indicam as flexões de verbos em número, pessoa, modo, tempo. Por
exemplo:
cant - á - sse – mos
cant - (radical)
- á - (vogal temática)
- sse - (desinência de modo subjuntivo e de tempo perfeito)
- mos (desinência de primeira pessoa e de número plural)
5) Vogais e consoantes de ligação -são vogais ou consoantes colocadas entre dois morfemas
apenas para facilitar a pronúncia. Exemplos:
pe / z / inho, paris / i / ense.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Há, basicamente, dois processos para a formação de palavras: a derivação e a composição.
DERIVAÇÃO
É o processo de estruturação de urna palavra, tendo como base uma outra já existente.
A formação de palavras por derivação pode ocorrer de várias formas:
-por prefixação - quando se antepõe um prefixo ao radical: rever, compor, infeliz, subnutrido.
- por sufixação - quando se acrescenta um sufixo ao radicar felizmente, unhada, gritaria, vendedor.
-por derivação parassintética - quando são acrescidos ao radical um prefixo e um sufixo:
infelizmente, anoitecer, desnorteado.
- por derivação imprópria - quando uma palavra é empregada em classe gramatical diferente da
habitual. Exemplos:
Só aceito um sim como resposta.
advérbio convertido em substantivo
Fale baixo, por favor!
adjetivo convertido em advérbio
-por derivação regressiva - quando a terminação de um verbo é substituída pelas desinências: -a, -e
ou -o, dando origem a um substantivo:
buscar .. busca;
ajudar .. ajuda;
combater .. combate, etc.
COMPOSIÇÃO
É o processo de estruturação de uma palavra pela reunião de outras já existentes.
A formação de palavras por composição pode ocorrer de duas formas:
- por justaposição - quando se unem duas ou mais palavras sem modificar suas estruturas: segunda-
feira, passatempo, amor-perfeito, etc.
-por aglutinação - quando se unem duas ou mais palavras, modificando suas estruturas: aguardente
(água + ardente); vinagre (vinho + acre); pernalta (perna + alta); planalto (plano + alto), etc.
OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Além dos dois principais processos de formação de palavras (derivação e composição), temos
outros que produziram muitas outras palavras. Entre esses processos, destacamos:
1 - Abreviação - consiste na redução de uma palavra:
cine (forma reduzida de cinema)
moto (motocicleta)
foto (fotografia)
2 - Sigla -é um caso especial de abreviatura, onde se forma a partir das iniciais das palavras:
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);
PT (Partido dos Trabalhadores);
SP (São Paulo), etc.
3 - Onomatopéia - É a reprodução de som por meio de uma palavra: tique-taque, pingue-pongue,
miau, pocotó, etc.
EXERCÍCIOS
1) Associe as palavras ao seu processo de formação:
1 - Derivação por prefixação
2 - Derivação por sufixação
3 - Derivação parassintética
4 - Derivação imprópria
5 - Derivação regressiva
( ) trabalho
( ) amoroso
( ) desamor
( ) o porquê
( ) esfriar
( ) amadurecer
2) Identifique o processo de composição das palavras abaixo, escrevendo CJ para composição por
justaposição e CA para composição por aglutinação.
( ) televisão
( ) sexta-feira
( ) pernilongo
( ) embora
( ) fidalgo
( ) vaivém
3) Relacione os processos de formação de palavras abaixo com as palavras dadas:
1 - abreviação ( ) ONU
2 - sigla ( ) Zôo
3 - onomatopéia ( ) bem-te-vi
( ) metrô
(
) IBGE
RESPOSTAS
1)
( 5 ) trabalho ( 4 ) o porquê
( 2 ) amoroso ( 3 ) esfriar
( 1 ) desamor ( 3 ) amadurecer
2)
( CJ ) televisão ( CA ) embora
( CJ ) sexta-feira ( CA ) fidalgo
( CA) pernilongo ( CJ ) vaivém
3)
( 2 ) ONU ( 1 ) metrô
( 1 ) Zôo ( 2 ) IBGE
( 3 ) bem-te-vi
MORFOLOGIA
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
MORFOLOGIA
O estudo das palavras, quanto a sua espécie, quer dizer, a morfologia, leva em conta a
natureza de cada palavra: como se comporta, como se flexiona em gênero, número e grau. Em
português, há dez categorias, espécies de palavras, que chamamos de classe gramatical. Cada classe
gramatical possui sua peculiaridade. As classes são divididas em variáveis e invariáveis. São variáveis:
substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo. As invariáveis são: advérbio, preposição,
conjunção e interjeição.
SUBSTANTIVO
É a palavra que usamos para nomear os seres, os inanimados, os sentimentos, enfim, nomeia
todos os seres em geral. Os substantivos são classificados em:
a) COMUNS E PRÓPRIOS
Comuns são os substantivos que indicam todos os seres da mesma espécie.
Próprios são os substantivos que indicam exclusivamente um elemento da espécie.
Exemplos:
mãe, terra, água, respostas – comuns
João, França, Marta, Rex - próprios
b) CONCRETO E ABSTRATO
Concreto é aquele que se refere ao ser propriamente dito, ou seja, os nomes das pessoas,
das ruas, das cidades, etc.
Abstrato é aquele que se refere a qualidades (bravura, mediocridade); sentimentos
(saudades, amor, ódio); sensações (dor, fome); ações (defesa, resposta); estados (gravidez,
maturidade).
Exemplos:
mulher, gato, Paulo – concretos
doença, vida, doçura - abstratos
c) PRIMITIVO E DERIVADO
Primitivo é aquele que dá origem a outras palavras da mesma família.
Derivado é aquele que foi gerado por outra palavra.
Exemplos:
Ferro, Terra, Novo- primitivos
ferreiro, subterrâneo, novidade - derivados
d) SIMPLES E COMPOSTO
Simples é aquele que possui apenas uma forma gráfica.
Composto é aquele que possui mais de uma forma gráfica.
Exemplos:
couve, alto, perna – simples
couve-flor, alto-falante, pernalonga - compostos
e) COLETIVO
Refere-se ao conjunto dos seres.
Exemplos:
bois -manada
ilhas -arquipélago
PRINCIPAIS COLETIVOS
abelhas ............................................... colméia
assembléia religiosa ........................... sínodo
astros ................................................. constelação
barcos ................................................ arriçada, frota
bois .................................................... armento, armentio
burros ................................................ burrama
cabelos .............................................. madeixa, chumaço
cabras ................................................ fato
cães ................................................... matilha
camelos ............................................. cáfila
caranguejos ....................................... mexoalha
cardeais ............................................. consistório, conclave
cebolas .............................................. réstia
cônegos ............................................. cabido
deputados .......................................... congresso, câmara
dogmas .............................................. doutrina
escritores ........................................... plêiade
espigas .............................................. atilho, ganela
feixes ................................................. farrucho, fascículo
gado .................................................. armentio
hinos ................................................. hinário
imigrantes ..............……………......... leva, colônia
irmãos ..............………………........... irmandade
javalis ..............………………............ encame
ladrões .........………………….......... quadrilha, caterva
leis .........................………………..... código
lobos ..............……………................ alcatéia
mapas ...................…………............ Atlas
montanhas ………………................. serra, cordilheira
ovelhas ..........……………................ chafardel
peixes .................……………........... cardume
porcos ...........…………....................vara
questões ............………………........ questionários
rãs ............……………….................. ranário
sábios ......……………...................... academia
sinos .............……………................. carrilhão
tolices ..............…………….............. acervo
trapos ................………………......... mancalho
tripas ....................………………...... maranho
uvas .....................…………….......... cachos
vacas .................……………............ manada
vadios .........………………................ cambada
Para classificarmos um substantivo devemos levar em conta a totalidade da sua classificação.
Exemplo: CASA: substantivo comum, concreto, primitivo, simples.
FLEXÃO NOMINAL
O substantivo pode flexionar-se em gênero, número e grau.
A flexão em gênero é a mudança de feminino para masculino nas palavras. Essa mudança
ocorre pela desinência de gênero a; por exemplo: gato /gata.
Contudo, há ainda outras formas de flexionarmos em gênero:
a) Terminações em: esa / isa / ina / essa / iz:
maestro - maestrina
ator – atriz
visconde – viscondessa
embaixador – embaixatriz
profeta – profetisa
* EMBAIXADORA é a mulher que exerce a função.
b) Os substantivos terminados em ão podem fazer o feminino em oa / ã / ona:
leão – leoa
cidadão – cidadã
solteirão - solteirona
Quando os substantivos flexionam-se em gênero, dizemos que são biformes; contudo, há
substantivos que não possuem flexão de gênero, são os substantivos uniformes. Os substantivos
uniformes se classificam em:
a) Epicenos - Referem-se a nomes de animais, acrescidos dos termos macho / fêmea ou outros
adjetivos que façam o mesmo efeito.
Exemplos: cobra macho / fêmea
tatu macho / fêmea
b) Sobrecomuns - Referem-se a pessoas; são substantivos que possuem apenas um gênero.
Exemplos: a criança, a testemunha, o bebê.
c) Comum de dois gêneros -Referem-se a pessoas; são substantivos que apresentam uma
única forma. O artigo é que distinguirá o gênero.
Exemplos: o colega l a colega o cliente l a cliente
Alguns substantivos mudam sua significação ao mudarem de gênero; eis alguns mais
importantes:
o baliza (soldado) a baliza (marco)
o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo)
o capital (dinheiro) a capital (cidade)
o guia (pessoa) a guia (documento)
o rádio (aparelho) a rádio (estação receptora)
o coral (grupo / cor) a coral (cobra)
o lente (professor) a lente (vidro de aumento)
Alguns outros substantivos flexionados em gênero:
abade – abadessa herói - heroína
ajudante - ajudanta hóspede - hóspeda
alfaiate - modista imperador - imperatriz
aprendiz - aprendiza javali - gironda
bispo - episcopisa ladrão - ladra
capitari - tartaruga leão - leoa
cavalheiro - dama macharão - onça
caxaréu - baleia marechal - marechala
cônego - canonisa mocetão - mocetona
cônsul - consulesa monge - monja
cupim - arará mu - mula
czar - czarina papa - papisa
diácono - diaconisa pardal - pardoca, pardaloca
donzel - donzela peão - peã
elefante - elefoa presidente - presidenta
faisão - faisã réu - ré
gamo - corça senador - senatriz
genro - nora sultão - sultana
gigante - giganta valentão - valentona
guaiamu - pata-choca zangão – abelha
* senadora é a mulher que exerce a função.
Obs.: Eis alguns substantivos que muitos confundem seu gênero: o telefonema, a personagem, o
diabete, o tapa, o dó (pena), a omoplata, o suéter, o champanha, o lança-perfume, o eclipse.
Os substantivos são flexionados em número: singular e plural. O singular é marcado pela
ausência do s (desinência de número) e o plural, pela presença do s. Existem outras regras que
norteiam a flexão de número.
1) O plural dos substantivos terminados em vogal ou ditongo forma-se pelo acréscimo de s ao singular.
Singular I Plural
abacaxi abacaxis
jê jês
álcali álcalis
jiló jilós
babalaô babalaôs
liceu liceus
boi bois
mão mãos
café cafés
órgão órgãos
degrau degraus
rei reis
grau graus
tiziu tizius
guaraná guaranás
troféu troféus
herói heróis
urubu urubus
Incluem-se nesta regra os substantivos terminados em vogal nasal. Como a nasalidade das
vogais e, i, o e u, em posição final, é representada graficamente por m e não se pode escrever ms,
muda-se o m em n. Assim: virgem faz no plural virgens, pudim faz pudins, tom faz tons, atum faz
atuns.
2) Os substantivos terminados em ão formam o plural de três maneiras:
a) a maioria muda o ão em ões.
Singular I Plural
ação ações
ladrão ladrões
botão botões
lição lições
canção canções
procissão procissões
coração corações
reunião reuniões
eleição eleições
talão talões
fração frações
boqueirão boqueirões
Neste grupo se incluem todos os aumentativos:
Singular I Plural
amigalhão amigalhões
moleirão moleirões
bobalhão bobalhões
narigão narigões
casarão casarões
pobretão pobretões
chapelão chapelões
rapagão rapagões
dramalhão dramalhões
sabichão sabichões
espertalhão espertalhões
vagalhão vagalhões
b) um reduzido número muda o final ão em ães:
Singular I Plural
alemão alemães
charlatão charlatães
bastião bastiães
escrivão escrivães
cão cães
guardião guardiães
capelão capelães
pão pães
capitão capitães
sacristão sacristães
catalão catalães
tabelião tabeliães
c) um número pequeno de oxítonas e todas as paroxítonas simplesmente acrescentam um s à forma
singular.
Singular I Plural
cidadão cidadãos
acórdão acórdãos
cortesão cortesãos
bênção bênçãos
cristão cristãos
gólfão gólfãos
desvão desvãos
órfão órfãos
irmão irmãos
órgão órgãos
pagão pagãos
sótão sótãos
Observações:
1ª) Neste grupo incluem-se os monossílabos tônicos chão, grão, mão e vôo, que fazem no plural
chãos, grãos, mãos e vôos.
2ª) Artesão, quando significa "artífice", faz no plural artesãos; no sentido de "adorno arquitetônico", o
seu plural pode ser artesãos ou artesões.
3ª) Para alguns substantivos finalizados em ão, não há ainda uma forma de plural definitivamente
fixada, notando-se, porém, na linguagem corrente, uma preferência sensível pela formação mais
comum, em ões.
É o caso dos seguintes:
Singular I Plural
alãos alão - alões – alães
ermitão ermitãos - ermitões - ermitães
alazão alazões – alazães
hortelão hortelãos -hortelões
aldeãos aldeão - aldeões – aldeães
refrão refrões - refrãos
anão anãos – anões
rufião rufiães - rufiões
anciãos ancião – anciões – anciães
sultão sultões – sultãos - sultães
castelão castelãos – castelões
truão truães -truões
corrimão corrimãos – corrimões
verão verões -verãos
deão deães – deões
vilão vilãos -vilões
Observações:
1ª) Corrimão, como composto de mão, deveria apresentar apenas o plural corrimãos; a existência de
corrimões explica-se pelo esquecimento da formação original da palavra.
2ª) A lista destes plurais vacilantes poderia ser acrescida com formas como charlatões, cortesões,
guardiões e sacristãos, que coexistem com charlatães, cortesãos, guardiães e sacristães, as preferidas
na língua culta.
3ª) Os substantivos terminados em r, z e n formam o plural pelo acréscimo de es ao singular.
Singular I Plural
abdômen abdômenes
feitor feitores
açúcar açúcares
líquen líquenes
cânon cânones
matiz matizes
cartaz cartazes
mulher mulheres
cruz cruzes
pilar pilares
dólmen dólmenes
vez vezes
Caráter faz no plural caracteres, com deslocamento do acento tônico e com permanência do c
que possuía de origem.
Também com deslocamento do acento é o plural dos substantivos espécimen, Júpiter e
Lúcifer: especímenes, Jupíteres e Lucíferes.
4) Os substantivos terminados em s, quando oxítonos, formam o plural acrescentando também es ao
singular, quando paroxítonos, são invariáveis:
Singular I Plural
o ananás os ananases
o atlas os atlas
o inglês os inglêses
o pires os pires
o revés os revóses
o lápis os lápis
o país os países
o oásis os oásis
o obus os obuses
o ônibus os ônibus
Observações:
1ª) O monossílabo cais é invariável. Cós é geralmente invariável, mas documenta-se também o plural
coses.
2ª) Como os paroxítonos terminados em s, os poucos substantivos existentes finalizados em x, são
invariáveis: o tórax -os tórax, o ônix -os ônis.
5) Os substantivos terminados em al, el, ol e ul substituem no plural o I por is:
Singular I Plural
tribunal
pastel
nível
anzol
álcool
paul
tribunais
pasteis
níveis
anzóis
álcoois
pauis
Observação: Excetuam-se as palavras mal, real (moeda antiga), cônsul e seus derivados, que fazem,
respectivamente, males, réis, cônsules e por este, procônsules, vice-cônsules.
6) Os substantivos oxítonos terminados em il mudam o l em s:
Singular I Plural
barril barris
funil funis
7) Os substantivos paroxítonos terminados em il substituem essa terminação por eis:
Singular I Plural
fóssil fósseis
réptil répteis
Observação:
1a) A palavra projétil possui uma escrita variante: projetil; conseqüentemente, o plural poderá ser feito
em projéteis ou projetis.
2a) A palavra réptil pode ser escrita reptil, tendo o plural em reptis.
Para os substantivos compostos, há regras específicas:
1) As duas palavras irão para o plural quando:
a) Houver substantivo + substantivo
Æ
tenente-coronel - tenentes-coronéis ; couve-flor - couves-flores
b) Houver substantivo + adjetivo
Æ
amor-perfeito - amores-perfeitos ; obra-prima - obras-primas
c) Houver adjetivo + substantivo
Æ
gentil-homem - gentis-homens ; boa-vida - boas-vidas
d) Houver numeral + substantivo
Æ
primeira-fila - primeiras-filas segunda-feira - segundas-feiras
2) Somente a primeira palavra irá para o plural quando:
a) as duas palavras forem ligadas por preposição.
Æ
leão-de-chácara - leões-de-chácara ; pé-de-moleque - pés-de-moleque
b) A segunda palavra limitar ou especificar a primeira, como se fosse um adjetivo.
Æ
pombo-correio - pombos-correio ; navio-escola - navios-escola
3) Somente a segunda palavra irá para o plural quando:
a) As palavras forem ligadas sem o hífen
Æ
passatempo - passatempos ; girassol - girassóis
b) Houver verbo + substantivo
Æ
beija-flor - beija-flores ; quebra-mar - quebra-mares
c) Houver duas palavras repetidas
Æ
reco-reco - reco-recos ; tico-tico - tico-ticos
d) A primeira palavra for invariável
Æ
sempre-viva - sempre-vivas ; ex-aluno - ex-alunos
4) As duas palavras ficarão invariáveis quando:
a) Houver um verbo + advérbio
Æ
o bota-fora - os bota-fora
b) Houver verbo + substantivo no plural
Æ
o saca-rolhas - os saca-rolhas
O substantivo também flexiona-se em grau. Grau é a capacidade que o substantivo possui
para indicar palavras aumentativas, diminutivas e normais. Por exemplo: Rapaz está no grau normal;
para indicarmos o aumentativo, dizemos Rapagão; para indicarmos o diminutivo, dizemos Rapazinho.
O aumentativo e o diminutivo são feitos acrescentando-se sufixos ou através de certas expressões,
tais como: grande, pequeno, etc.
Quando fazemos o aumentativo / diminutivo com o auxílio dos sufixos, dizemos que é sintético;
quando fazemos com os adjetivos, dizemos que é analítico. Exemplos:
Æ
A casa grande foi vendida. (aumentativo analítico)
Æ
A casa pequena foi vendida. (diminutivo analítico)
Æ
O casarão foi vendido. (aumentativo sintético)
Æ
A casinha foi vendida. (diminutivo sintético)
Principais sufixos formadores do grau aumentativo sintético
-aça: barcaça, carcaça, mulheraça
-aço: calhamaço; animalaço
-alha: muralha; fornalha
-ão: homenzarrão; mocetão; rapagão; capeirão
-arra: bocarra; naviarra
-ázio: copázio; tirázio; balázio
-ona: solteirona; mulherona; mocetona; vacona
-orra: cabeçorra; sapatorra; beiçorra; manzorra
-uça: dentuça
-aréu: fogaréu; povaréu; folharéu
Principais sufixos formadores do grau diminutivo sintético
-acho: riacho; penacho; fogacho; rabicho
-ebre: casebre
-eco: livreco; boteco; jornaleco; baileco
-ejo: vilarejo; lugarejo; animalejo
-elho: rapazelho; antiguelho
-eto, eta: livreto; folheto; poemeto; maleta; saleta; Julieta; papeleta
-ico, ica: namorico; burrico; abanico
-im: espadim; flautim; selim; tamborim; fortim; espadachim
-inho, inha: livrinho; globulinho; cintinho; irmãozinho; partinha
-ola, olo: bandeirola; nucléolo; sacola; casinhola
-ito, ita: cabrito; mosquito; senhorita; Anita
Diminutivo Analítico:
Æ
A criança habitava a pequena aldeia indígena.
Æ
Pegaram as pequenas pedras do caminho.
Diminutivo Sintético:
Æ
A criança habitava a aldeota indígena.
Æ
Pegaram os pedriscos do caminho.
ALGUNS SUBSTANTIVOS CURIOSOS ...
casa -diminutivo -casucha
cavalo -diminutivo -cavalicoque
gema -diminutivo -gêmula
igreja -diminutivo -igrejola
questão -diminutivo -questiúncula
ramo -diminutivo -ramúsculo
rei -diminutivo -régulo
saco -diminutivo -saquitel
face -aumentativo -façoila
ladrão -aumentativo -ladravaz ou ladroaço
lobo -aumentativo -lobaz
poeta -aumentativo -poetastro
tiro -aumentativo -tirázio
EXERCÍCIOS
1) Dê o plural de:
a) cirurgião-dentista Æ
b) livre-pensador Æ
c) porta-retrato Æ
d) água-marinha Æ
e) grão-duque Æ
f) abaixo-assinado Æ
g) quinta-feira Æ
h) abelha-mestra Æ
i) alto-falante Æ
2) A palavra pavão forma o plural da mesma maneira que a palavra:
a) alemão d) procissão
b) cristão e) capelão
c) pagão
3) A alternativa em que todas as palavras têm o o aberto no plural é:
a) subornos, gostos e adornos
b) porcos, poros e esforços
c) miolos, acórdãos e ferrolhos
d) impostos, engodos e encostos
e) reforços, piolhos e esposos
4) Os .......................... e os ....................... são verdadeiras ..................................... da natureza.
a) amor-perfeitos / beija-flores / obras-primas
b) amores-perfeitos / beijas-flores / obra-primas
c) amores-perfeitos / beija-flores / obras-prima
d) amores-perfeitos / beija-flores / obras-primas
e) amor-perfeito / beija-flores / obra-primas
5) O plural de vice-presidente e tenente-coronel é:
a) vice-presidentes / tenente-coronéis
b) vices-presidentes / tenente-coronéis
c) vices-presidente / tenentes-coronel
d) vices-presidentes / tenentes-coronéis
e) vice-presidentes / tenentes-coronéis
6) Passando os substantivos em destaque na frase: "O indiozinho queria comprar botão e papel." para
o diminutivo plural, tem-se como resultado:
a) botãozinhos e papelzinhos
b) botõesinhos e papelzinhos
c) botãozinhos e papeizinhos
d) botõezinhos e papeizinhos
e) botõezinhos e papelzinhos
RESPOSTAS:
1) a) cirurgiões-dentistas ou cirurgiães-dentistas;
b) livres-pensadores;
c) porta-retratos;
d) águas-marinhas;
e) grão-duques;
f) abaixo-assinados;
g) quintas-feiras;
h) abelhas-mestras;
i) alto-falantes;
2) d -4) d -6) d
3) b -5) e
ADJETIVO
(MORFOSSINTAXE - FLEXÃO NOMINAL)
Adjetivo é a palavra que qualifica o substantivo, indicando-lhe qualidade, característica ou
origem.
O aluno moreno é brasileiro e muito inteligente.
1. CLASSIFICAÇÃO SEMÂNTICA
1. Restritivo
Não pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie.
.. Aluno inteligente. Mulher sincera. Homem fiel. Cidade limpa.
2. Explicativo (sem restrição)
Pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie.
.. Homem mortal. Água mole. Pedra dura. Animal irracional.
3. Uniforme (sem flexão de gênero)
.. Aluno(a) gentil, inteligente e fiel.
4. Biforme (com flexão de gênero)
.. Aluno(a) bonito(a), dedicado(a) e sincero(a).
2. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL
1. Simples (um só radical): lindo, elegante, bom, verde, claro.
2. Composto (mais de um radical): azul-claro, político-social.
3. Primitivo (original): fácil, nobre, afável, ruim, sério, ágil.
4. Derivado (de outro vocábulo): hospitalar, antiácido, feioso.
3. FLEXÃO DOS COMPOSTOS
Regra geral: só o último termo pode flexionar-se em gênero e número.
.. Instrumentos médico-cirúrgicos
.. Salas médico-cirúrgicas
.. Traumas afetivo-emocionais.
Exceções:
1. Cores, indicadas com auxílio de substantivo, ficam invariáveis:
Vestido rosa .. Vestidos rosa.
Blusa gelo .. Blusas gelo.
Bandeira azul-turquesa .. Bandeiras azul-turquesa.
Terno cinza-chumbo .. Ternos cinza-chumbo.
2. Também ficam invariáveis: azul-marinho, azul-celeste.
3. Flexionam-se ambos os termos:
surdo-mudo > surda-muda > surdos-mudos > surdas-mudas.
4. GRAU DO ADJETIVO
1. COMPARATIVO
a) de igualdade (tão/tanto ... como/quanto)
.. Os alunos eram tão dedicados como/quanto os mestres.
.. Os alunos eram tão dedicados como/quanto inteligentes.
b) de inferioridade (menos ... que, menos ... do que)
.. O salário era menos interessante que/do que o trabalho.
.. O salário era menos interessante que/do que necessário.
c) de superioridade (mais ... que, mais ... do que)
.. Português era mais fácil que/do que Matemática.
.. Português era mais fácil que/do que complicado.
2. SUPERLATIVO
a) relativo de inferioridade (o menos ... de)
.. Seu chute era o menos confiável do time.
b) relativo de superioridade (o mais ... de)
.. O brasileiro tem sido o mais confiante dos sul-americanos.
c) absoluto analítico (com auxilio de outra palavra)
.. Os concursos têm sido exageradamente difíceis.
d) absoluto sintético (com sufixos)
1) vernáculo (português + sufixo):
.. Modelos magríssimos.
2) erudito (latim + sufixo):
.. Modelos macérrimos.
Exemplos de adjetivos e seus respectivos superlativos eruditos:
amargo (amaríssimo), áspero (aspérrimo), célebre (celebérrimo), cristão (cristianíssimo),
cruel (crudelíssimo), doce (dulcíssimo), fiel (fidelíssimo), frio (frigidíssimo, humilde
(humílimo), íntegro (integérrimo), livre (libérrimo), magnífico (magnificentíssimo), miserável
(miserabilíssimo), manso (mansuetíssimo), magro (macérrimo), miúdo (minutíssimo), negro
(nigérrimo), pobre (paupérrimo), sagrado (sacratíssimo), senil (senílimo), tenro (teneríssimo),
velho (vetérrimo).
Observação:
Usam-se as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno, quando se comparam
qualidades do mesmo ser:
.. Aquele aluno é mais bom que inteligente. Esta sala é mais grande do que confortável.
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Assinale (F) para Falso ou (V) para Verdadeiro:
1 . ( ) É erro imperdoável se expressar assim: "Jamais vi pessoa mais bem educada".
2. ( ) Dão-nos idéia de grau : "rei dos reis, livro dos livros, sábio entre os sábios".
3. ( ) A expressão "magérrimo" dá aparência de maior magreza que "muito magro"; no entanto
ambas as formas são superlativos corretos.
4. ( ) Não só dão idéia de superlativo como também são corretas as formas: "integérrimo,
aspérrimo, bacanérrimo".
5. ( ) Poucos autores escrevem poemas do gênero herói-cômicos.
6. ( ) Os cabelos castanhos-escuros emolduravam-lhe o semblante juvenil.
7. ( ) Vestidos vermelhos e amarelo-laranja foram os mais vendidos de todos.
8. ( ) As crianças surdas-mudas foram encaminhadas à clínica para tratamento.
9. ( ) Discutiu-se muito, na assembléia, a respeito de ciências político-sociais.
10. ( ) As sociedades lusas-brasileiras adquiriram novos livros.
Múltipla escolha
11. Assinale a opção em que se empregam adjetivos.
a) "Então é feriado, raciocina o escriturário."
b) "É, não é, e o dia se passou na dureza."
c) "Nossas repartições atingiram tal grau de dinamismo e fragor."
d) "Para que os restantes possam, na clama, produzir um bocadinho."
e) "Para afastar os servidores menos diligentes e os mais futebolísticos."
12. Dentre as frases seguintes, marque a que apresenta um nome no grau superlativo absoluto
analítico. a) Esta frase congregou em torno de João Pina a gente mais resoluta da vila.
b) Este fato é um documento altamente honroso para a sociedade do tempo.
c) Compreendeu que a sua perda era irremediável, se não desse um grande golpe.
d) Os cérebros bem organizados que ele acabava de curar eram tão desequilibrados como os outros.
e) D. Evarista, contentíssima com a glória do marido, vestira-se luxuosamente.
13. Marque a série em que há superlativo erradamente grafado:
a) dulcíssimo, magérrimo, mobilíssimo;
b) crudelíssimo, cristianíssimo, amaríssimo;
c) eficacíssimo, paupérrimo, beneficentíssimo;
d) terribilíssimo, incredibilíssimo, notabilíssimo;
e) péssimo, gracílimo, ótimo.
14. Assinale a relação incorreta:
a) cor de marfim - ebúrnea;
b) paisagem onírica - do campo;
c) perfil de lobo - lupino;
d) encaixe axial - de eixo;
e) infecção ótica - do ouvido.
15. Assinale a opção em que o termo "cego" é um adjetivo.
a) Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem aonde ir...
b) O cego de Ipanema representava todas as alegorias da noite...
c) Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool.
d) Naquele instante era só um pobre cego.
e) ... da Terra que é um globo cego girando no caos.
GABARITO
1.F 4.F 7.V 10.F 13.A
2.V 5.F 8.V 11.E 14.B
3.F 6.F 9.V 12.B 15.E
ARTIGO
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indicando, ao
mesmo tempo, gênero e número.
Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular:
Æ
Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral:
Æ
Viajei com um médico.
OBSERVAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO ARTIGO
1ª) Ambas as mãos.
Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo.
Æ
Ambas as mãos são perfeitas.
2ª) Estou em Paris / Estou na famosa Paris.
Não se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos que venham determinados por adjetivos ou
locuções adjetivas.
Æ
Vim de Paris.
Æ
Vim da luminosa Paris.
Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo.
Æ
O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.
Obs.: Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou não precedidos de
artigo.
Æ
Vou a Paris.
Æ
Vou à Paris dos museus.
3ª) Toda cidade / toda a cidade.
Todo, toda designam qualquer, cada.
Æ
Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade).
Todo o, toda a designam totalidade, inteireza.
Æ
Conheci toda a cidade (a cidade inteira).
No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de substantivo.
Exemplos: Todas as cidades vieram.
Todos os cinco clubes disputarão o título.
Todos cinco são concorrentes.
4ª) Tua decisão / a tua decisão.
De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Æ
Aplaudimos tua decisão.
Æ
Aplaudimos a tua decisão.
Se o possessivo não vier seguido de substantivo explícito é obrigatória a ocorrência do artigo.
Æ
Aplaudiram a tua decisão e não a minha.
5ª) Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões.
No superlativo relativo, não se usa o artigo antes e depois do substantivo.
Æ
Tomou decisões as mais oportunas.
Æ
Tomou as decisões mais oportunas.
é errado: Tomou as decisões as mais oportunas.
6ª) Faz uns dez anos.
O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada.
Æ
Faz uns dez anos que saí de lá.
7ª) Em um / num.
Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com preposições:
de + o= do, de + a= da, etc.
As formas de + um e em + um podem-se usar contraídas (dum e num) ou separadas (de um, em um).
Æ
Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.
EXERCÍCIOS
1) Procure e assinale a única alternativa em que há erro, quanto ao problema do emprego do artigo.
a) Nem todas as opiniões são valiosas.
b) Disse-me que conhece todo o Brasil.
c) Leu todos os dez romances do escritor.
d) Andou por todo Portugal.
e) Todas cinco, menos uma, estão corretas.
2) Nas frases que seguem, há um artigo (definido ou indefinido) grifado. Indique o seu valor, de acordo
com o código que segue:
1 - O artigo está especificando o substantivo.
2 - O artigo está generalizando o substantivo.
3 - O artigo está intensificando o substantivo.
4 - O artigo está designando a espécie toda do substantivo.
5 - O artigo está conferindo maior familiaridade ao substantivo.
6 - O artigo está designando quantidade aproximada.
a) ( ) Afinal, todos sabiam que o João não seria capaz disso.
b) ( ) Anchieta catequizou o índio brasileiro e lhe ensinou os rudimentos da fé católica.
c) ( ) Respondeu as perguntas com uma convicção, que não deixou dúvida em ninguém.
d) ( ) Não vamos discutir uma decisão qualquer, mas a decisão que desencadeou todos esses
acontecimentos.
e) ( ) Tomemos ao acaso um objeto do mundo físico e observemos a sua forma.
f) ( ) Durante uns cinco dias freqüentou minha casa, depois desapareceu.
3) Coloque o artigo nos espaços vazios conforme o termo subseqüente o aceite ou não. Quando
necessário, faça a contração da preposição com o artigo.
a) Afinal, estamos em .......................... Brasil ou em ...................... Portugal?
b) Viajamos para .............. Estados Unidos, fora isso nunca saímos de .............. casa.
c) Todos .............. casos estão sob controle.
d) Toda .............. família estrangeira que vem para o Brasil procura logo seus parentes.
e) Todos .............. vinte jogadores estão gripados.
f) Todos .............. quatro saíram.
RESPOSTAS:
1) d
2) a) 5 c) 3 e) 2
b) 4 d) 1 f) 6
3) a) no; - c) os e) os
b) os; d) -f)
NUMERAL
Numeral é uma palavra que exprime número de ordem, múltiplo ou fração.
Os numerais classificam-se em:
1º) Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, treze, catorze, vinte, trinta,
quarenta, cinqüenta, cem, mil, milhão, bilhão.
2º) Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, etc.
3º) Fracionários: meio, um terço, um quarto, um quinto, um sexto, um sétimo, um oitavo, um nono, um
décimo, treze avos, catorze avos, vinte avos, trinta avos, quarenta avos, cinqüenta avos, centésimo,
milésimo, milionésimo, bilionésimo.
4º) Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo,
cêntuplo.
Atenção para a grafia dos numerais cardinais:
16 – dezesseis
600 – seiscentos
50 – cinqüenta
60 – sessenta
17 – dezessete
13 – treze
14 – catorze ou quatorze
Atenção para a grafia dos seguintes numerais ordinais:
6º - sexto
400º - quadringentésimo
900º - nongentésimo
80º - octogésimo
11º - undécimo
600º - seiscentésimo
70º - septuagésimo
300º -trecentésimo
12º - duodécimo
500º - qüingentésimo
100º - centésimo
1.000º - milésimo
50º - qüinquagésimo
700º - setingentésimo
200º - ducentésimo
800º - octingentésimo
60º - sexagésimo
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1ª) Na designação de papas, reis, séculos, capítulos, tomos ou partes de obras, usam-se os ordinais
para a série de 1 a 10; daí em diante, usam-se os cardinais, desde que o numeral venha depois do
substantivo.
Exemplos: D. Pedro II (segundo), Luís XV (quinze), D. João VI (sexto), João XXIII (vinte e três), Pio X
(décimo), Capítulo XX (vinte).
2ª) Quando o substantivo vier depois do numeral, usam-se sempre os ordinais.
Exemplos: primeira parte, décimo quinto capítulo, vigésimo século.
3ª)
Na numeração de artigos, leis, decretos, portarias e outros textos legais, usa-se o ordinal até 9 e
daí em diante o cardinal.
Exemplos: artigo 1° (primeiro), artigo 12 (doze).
4ª) Aos numerais que designam um conjunto determinado de seres dá-se o nome de numerais
coletivos.
Exemplos: dúzia, centena.
5ª) A leitura e escrita por extenso dos cardinais compostos deve ser feita da seguinte forma:
a) Se houver dois ou três algarismos, coloca-se a conjunção e entre eles.
Exemplos: 94 = noventa e quatro ; 743 = setecentos e quarenta e três.
b) Se houver quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo e os
demais (isto é, entre o milhar e a centena). Exemplo: 2438 = dois mil quatrocentos e trinta e oito.
Obs.: Se a centena começar por zero, o emprego do e é obrigatório.
5062 = cinco mil e sessenta e dois.
Será também obrigatório o emprego do e se a centena terminar por zeros.
2300 = dois mil e trezentos.
c) Se Houver vários grupos de três algarismos, omite-se o e entre cada um dos grupos.
5 450 126 230 = cinco bilhões quatrocentos e cinqüenta milhões, cento e vinte e seis mil
duzentos e trinta.
6ª) Formas variantes:
Alguns numerais admitem formas variantes como catorze / quatorze, bilhão / bilião.
Nota: As formas cincoenta (50) e hum (1) são erradas.
EXERCÍCIOS
1) O ordinal trecentésimo setuagésimo corresponde a:
a) 37 b) 360 c) 370
2) O ordinal nongentésimo qüinquagésimo corresponde a:
a) 95 b) 950 c) 9050
3) O ordinal qüingentésimo octogésimo corresponde a:
a) 58 b) 580 c) 588
4) O ordinal quadragésimo oitavo corresponde a:
a) 480 b) 448 c) 48
5) Em todas as frases abaixo, os numerais foram corretamente empregados, exceto em:
a) O artigo vinte e cinco deste código foi revogado.
b) Seu depoimento foi transcrito na página duzentos e vinte e dois.
c) Ainda não li o capitulo sétimo desta obra.
d) Este terremoto ocorreu no século dez antes de Cristo.
6) Assinale os itens em que a correspondência cardinal / ordinal está incorreta; em seguida, faça a
devida correção.
a) 907 = nongentésimo sétimo
b) 650 = seiscentésimo qüingentésimo
c) 84 = octingentésimo quadragésimo
d) 321 = trigésimo vigésimo primeiro
e) 750 = setingentésimo qüinquagésimo
RESPOSTAS:
1) c 2) b 3) b 4) c 5) d
6) b (seiscentésimo qüinquagésimo)
c) (octogésimo quarto)
d) (trecentésimo)
PRONOMES
Palavras que representam ou acompanham um substantivo.
a) Pronomes adjetivos - quando acompanham um substantivo:
Æ
Meus amigos adoram esta casa.
b) Pronomes substantivos - quando representam um substantivo:
Æ
Alguns se julgam melhores que outros.
1. PRONOMES PESSOAIS
EMPREGO E FORMAS DE TRATAMENTO
Designam as pessoas gramaticais:
Pronomes Pessoas Funções
eu - nós 1ª pessoa emissor - quem fala.
tu - vós 2ª pessoa receptor - com quem se fala.
ele - eles 3ª pessoa assunto - de quem se fala.
Classificação:
Retos Oblíquos
- sujeito - outras funções - observações
Eu me, mim, comigo 1. Os pronomes eu e tu são normalmente
pronomes retos. Tu te, ti, contigo
Ele se, si, o/a, lhe,
consigo
Nós nos, conosco 2. Os demais pronomes: ele, nós, vós,
eles - serão oblíquos quando em outras
funções sintáticas.
Vós vos, convosco
Eles se, si, os/as, lhes,
consigo
Æ
Nós seremos os primeiros colocados.
- Sujeito > pronome reto.
.. O diretor convidará todos eles.
- Objeto direto > pronome oblíquo.
Emprego dos pronomes pessoais
a. Para eu / para tu - Para mim / para ti
1) Para eu - para tu
Antes de infinitivos na função de sujeito:
.. Recomende um livro para eu ler. > sujeito do verbo ler.
2) Para mim - para ti
Sempre que não forem sujeito da oração:
.. Traga um presente para mim. > objeto indireto.
.. É fácil para mim trabalhar aqui. > complemento nominal.
b. Entre mim e ti
Os pronomes eu e tu não podem vir preposicionados.
.. O namoro acabou, nada mais há entre mim e ti.
.. Pesam suspeitas sobre você e mim.
c. Conosco / convosco - Com nós / com vós
1) Conosco ou convosco
Os pronomes nós e vós combinam-se com a preposição com.
.. Os mestres ficaram satisfeitos conosco.
2) Com nós e com vós
Não haverá combinação se os pronomes vierem determinados por mesmos, próprios, outros, ambos e
numerais cardinais.
.. A autora dedicou o trabalho a nós todos.
d. Consigo - contigo - com você(s)
1) Consigo
Pronome pessoal reflexivo (indica que a ação verbal se refere ao próprio sujeito).
.. O rapazinho trazia consigo a marca da intolerância.
2) Contigo
Pronome não-reflexivo de 2ª pessoa do singular.
.. Leva contigo tuas lembranças e segredos.
3) Com você(s)
Pronome não-reflexivo de 3ª pessoa.
.. Espere um pouquinho: quero falar com você.
e. O pronome o, a, os, as (e suas transformações)
1) lo, Ia, los, Ias
- ênclise em formas verbais terminadas em R, S. Z:
estudar + o > estudar-lo > estudá-lo,
chamas + a > chamas-la > chama-Ia,
satisfez + os > satisfez-los > satisfê-los.
2) no, na, nos, nas
- ênclise em formas verbais terminadas em sons nasais:
dão + o > dão-no,
compõe + as > compõe-nas,
amam + a > amam-na,
vendem + os > vendem-nos.
3) combinações (O.I.+ O.D.)
- os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes (O.I.) combinam-se com o, a. os, as (O.D.), da seguinte
forma:
me + o, a, os, as > mo, ma, mos, mas.
te + o, a, os, as > to, ta, tos, tas.
lhe + o, a, os, as > lho, lha, lhos, lhas.
nos + o, a, os, as > no-lo, no-la, no-los, no-las.
vos + o, a, os, as > vo-lo, vo-la, vo-los, vo-las.
lhes + o, a, os, as > lho, lha, lhos, lhas
.. Não perdoará os crimes aos maus.
obj. direto obj. indireto
.. Não lhos perdoará.
lhe (o.i.) + os (o.d.)
f. Função sintática dos pronomes oblíquos
1) o, a, os, as
- objeto direto
.. Jamais o acompanharei nesta loucura.
- sujeito de verbos causativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir)
.. Deixei-o sair em péssimas companhias.
2) lhe, lhes
- objeto indireto (pessoa)
.. Não façam apenas o que lhes convém.
- adjunto adnominal ou objeto indireto de posse (valor de um possessivo)
.. A flecha transpassou-lhe o coração.
- complemento nominal (acompanha verbo de ligação)
.. Era-lhe impossível sorrir.
3) me, te, nos, vos
- objeto direto ou indireto
.. Todos os súditos me obedeciam cegamente. (o.i.)
-> Os peregrinos me acompanhavam eufóricos. (o.d.)
- adjunto adnominal ou objeto indireto de posse.
.. Capitu captou-me as intenções. (minhas)
- complemento nominal
.. A vitória parecia-me impossível.
- sujeito (verbos sensitivos / causativos)
.. Deixei-me cair a seus pés...
Pronomes de Tratamento
Referem-se às pessoas de modo cerimonioso ou oficial.
Pronomes Abreviaturas Autoridades
Vossa Excelência V. Exª. Governamentais
Vossa Magnificência V. Magª. Reitores
Vossa Alteza V. A. Príncipes, duques
Vossa Majestade V. M. Reis, imperadores
Vossa
Reverendíssima
V. Revma . Sacerdotes
Vossa Eminência V. Emª. Cardeais
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. Sª. As demais
Observação:
Vossa ______ - para falar com (2 ª pes. gram. - o receptor)
Sua _____ - para falar de (3ª pes. gram. - o assunto)
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / Verdadeiro
1. ( ) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
2. ( ) Esta pesquisa é para mim fazer logo.
3. ( ) Nada de sério houve entre eu e você.
4. ( ) Ela conversou demoradamente com nós.
5. ( ) Pára, estou falando contigo!
6. ( ) Colocaram uma questão para eu fazer.
7. ( ) Espero que me empreste os seus lápis.
8. ( ) Não quero brigas entre a turma e ti.
9. ( ) Este livro é para eu ler com calma.
10. ( ) Achas que seria fácil para mim vender o carro?
Múltipla escolha
11. Complete as lacunas com me, eu ou mim.
1. Não há desentendimentos entre vocês e _________.
2. O plano era para _______ desistir.
3. É triste para _______ aceitar isso.
4. Já houve discussões sobre você e _________ .
5. Deixem _________ explicar o que houve.
a) mim, eu, eu, eu, eu;
b) eu, eu, mim, mim, me;
c) mim, eu, mim, mim, eu;
d) mim, eu, mim, mim, me;
e) eu, mim, eu, mim, eu.
12. Assinale o item em que o pronome pessoal tem valor possessivo.
a) Enviei-lhe seu disco preferido.
b) Ninguém nos viu ontem à noite.
c) O policial surpreendeu o ladrão em sua casa.
d) Acariciei-lhe os cabelos com ternura.
e) Mande-lhe lembranças minhas.
13. Assinale a alternativa em que o pronome "lhe" pode ser adjunto adnominal.
a) ... anunciou-lhe: Amanhã partirei.
b) Ao traidor, não lhe perdoarei nunca.
c) A mãe apalpava-lhe o coração.
d) Comuniquei-lhe o fato pela manhã.
e) Sim, alguém lhe propôs o emprego.
14. De acordo com a práxis consagrada do uso dos pronomes de tratamento, assinale a alternativa
correta.
a) Pela presente, enviamos a V Sª. a relação de seus débitos e solicitamos-lhe a gentileza de saldá-los
com urgência. (correspondência comercial)
b) Vossa Alteza Real, o Príncipe de Gales, virá ao Brasil para participar da ECO-92. (nota de jornal)
c) Sua Santidade pode ter a certeza de que sua presença entre nós é motivo de júbilo e, de místico
fervor. (discurso pronunciado em recepção diplomática ao Sumo Pontífice)
d) Solicito a V. Exª. dignar-vos aceitar as homenagens devidas, por justiça, a quem tanto engrandeceu
a pátria. (ofício dirigido a ministro do Supremo Tribunal)
15. Assinale a frase em que o pronome possessivo foi usado incorretamente.
a) Vossa Senhoria trouxe seu discurso e os documentos indeferidos?
b) Vossa Reverendíssima queira desculpar-me se interrompo vosso trabalho.
c) Voltando ao Vaticano, Sua Santidade falará a fiéis de várias nacionalidades.
d) Informamos que Vossa Excelência e seus auxiliares conseguiram muitas adesões.
e) Sua Excelência, o Sr. Ministro da Justiça, considerou a medida inconstitucional.
GABARITO
1. F 4. F 7. V 10. V 13. C
2. F 5. V 8. V 11. D 14. A
3. F 6. V 9. V 12. D 15. B
2. PRONOMES POSSESSIVOS
Indicam "posse" e "possuidor", posicionam os seres em relação às pessoas gramaticais.
1ª pes. 2ª pes. 3ª pes. 1ª pes. pl. 2ª pes.
pl.
meu(s) teu(s) seu(s) nosso(s) vosso(s)
minha(s) tua(s) sua(s) vossa(s) vossa(s)
Emprego dos possessivos
a. É erro a falta de correlação entre pronomes possessivos e pessoais:
teu(s), tua(s) > tu
seu(s), sua(s) > ele(s) / você(s)
.. Se você vier à festa, traga o seu irmão.
.. Se tu vieres à festa, traz o teu irmão.
b. O pronome seu quase sempre traz ambigüidade:
.. Chegou Pedro, Maria e o seu filho.
De quem é o filho? de Pedro? de Maria? ou seu?
c. Constitui pleonasmo vicioso usar pronome possessivo referindo-se às partes do próprio corpo:
.. Estou sentindo muita dor no meu joelho.
Poderia sentir dor no joelho de outra pessoa?
PRONOMES RELATIVOS
Substituem um termo comum a duas orações, estabelecendo uma relação de subordinação
entre elas.
.. Conheço o aluno. O aluno chegou atrasado.
Conheço o aluno que chegou atrasado
Pronomes relativos: que, quem, o qual, onde, quanto, como, cujo.
Emprego dos pronomes relativos:
Pronomes: Características e emprego
quem - refere-se a pessoas
- prep. “a” com V.T.D.
.. Conheça a mulher a quem tanto amas.
que - refere-se a coisas ou pessoas
- antecedente mais próximo
.. Você é a pessoa que sempre chega na hora.
.. O estudo é o caminho que conduz ao sucesso.
.. Aquela é a mãe da menina que venceu a prova.
qual - refere-se a coisas ou pessoas
- antecedente mais distante
.. Aquela é a mãe da menina a qual é muito gentil.
onde - equivalente a “em que” ou “no qual”
- indica “lugar”
- “aonde” e “donde” (com verbos de movimento)
.. Visitaremos a casa onde nasceu Bilac.
.. Ela sabe aonde você quer chegar.
quanto - após “tanto”, “todo” e “tudo”
.. Não gaste num dia tudo quanto ganhas no mês.
como - antecedentes: maneira, modo, forma.
.. Este é o modo como deves estudar gramática.
cujo - refere-se a um antecedente, mas concorda com o
conseqüente, indicando posse
- sempre é pronome adjetivo
- não admite artigo (antes ou depois)
.. Há pessoas cuja inimizade nos honra.
Regência
Os pronomes relativos vêm precedidos das preposições exigidas pelos verbos das respectivas
orações.
.. Este é o filme / a que assistimos ontem.
.. Repudio o ideal / pelo qual lutas.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Demonstram a posição dos seres no tempo e no espaço.
Emprego dos pronomes demonstrativos
este
isto
esse
isso
aquele
aquilo
a. Em relação às pessoas
gramaticais:
- 1ª pes. (o emissor) lugar: aqui.
- 2ª pes. (o receptor) lugar: aí.
- 3ª pes. (o assunto) lugar: ali, lá.
X
X
X
.. Veja estes livros aqui nesta mesa.
.. Não é leve essa culpa que carregas.
.. Os melhores cargos são aqueles que não alcançamos.
Æ
Aquilo que vês lá em alto-mar é a salvação e a benção.
b. Em relação ao tempo da
mensagem:
- o que será comunicado
- o que já foi comunicado
- o que foi comunicado há muito
X
X
X
.. Sabemos apenas isto: nada somos.
.. Estudar muito? Isso não me emociona ...
.. O deputado não honrou aquilo que prometera.
c. Em relação ao tempo cronológico:
- o presente
- passado e futuro próximos
- passado e futuro distantes
X
X
X
Æ
Este foi o século mais importante de todos.
.. Uma noite dessas irei à tua casa em Goiânia.
.. “Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos ... “
d. Localizando termos da oração:
- o último de uma série
- o primeiro de uma série
X
X
.. Diálogo entre pais e filhos é difícil: estes não querem ouvir nada,
e aqueles querem falar muito.
São também pronomes demonstrativos
a) o, a, os, as
.. Todos diziam o que queriam. (isso, aquilo)
.. Conheço o idioma latino e o grego. (idioma)
b) tal
.. Jamais fiz tal assertiva. (essa, aquela)
c) mesmo, próprio (com caráter reforçativo)
.. As carpideiras mesmas choraram de verdade.
.. Esta é a mesma questão que foi impugnada.
PRONOMES INDEFINIDOS
Referem-se a verbos e a substantivos, dando-lhes sentido vago ou quantidade indeterminada.
Æ
Alguém virá procurá-lo mais tarde. (quem?)
Æ
Muitos candidatos serão chamados. (quantos?)
Relação dos principais pronomes e locuções:
a) Pronomes indefinidos: algo, alguém, algum, bastante, cada, certo, mais, menos, muito, nada,
ninguém, nenhum, outro, outrem, pouco, quem, qualquer, quanto, tanto, tudo, todo, um, vários.
b) Locuções pronominais: cada um, cada qual, seja quem for, todo aquele que, qualquer um, quem
quer que...
Observação
Alguns podem pertencer a mais de uma classe gramatical:
Vocábulos Pronome indefinido Advérbio de intensidade
Muito
Pouco
Mais
Menos
Bastante
Quando substituir ou
modificar substantivo
Quando acompanhar e um modificar:
-verbos
-adjetivos
-advérbios
.. Os jogadores do Brasil têm muito preparo físico. (pronome)
.. O preparador físico trabalhou muito com os atletas. (advérbio)
.. O técnico convocou atletas muito competentes. (advérbio)
.. A Seleção jogou muito bem na semifinal. (advérbio)
6. PRONOMES INTERROGATIVOS
Que, quem, qual e quanto, usados em frases interrogativas.
Æ
Quem inventou a pinga?
Æ
Que loucura é essa?
Æ
Qual é o plano?
Æ
Quantos candidatos foram aprovados?
Os interrogativos são usados em perguntas diretas e indiretas.
a. Pergunta direta: pronome no início da frase com ponto de interrogação.
.. Quem foi o maior jogador de futebol do Brasil?
b. Pergunta indireta: pronome após verbos "dicendi", como, saber, responder, informar, indagar, ver,
ignorar, etc...
.. Não sei quem fez tal acusação.
.. Gostaria de saber qual é seu nome.
Observação:
Outras palavras usadas em frase interrogativa, serão, com certeza, advérbios interrogativos.
Æ
Quando começaram as provas? (adv. de tempo)
Æ
Como tens vindo para o trabalho? (adv. de modo)
.. Poderias dizer aonde queres ir? (adv. de lugar)
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / Verdadeiro
1. ( ) Qualquer problema o deixa abalado. Pronome indefinido adjetivo.
2. ( ) Todos foram responsáveis pelo sucesso. Pronome relativo substantivo.
3. ( ) Explique-me o que deve ser feito. Pronome demonstrativo.
4. ( ) Ela irá conosco ao desfile. Pronome pessoal reto.
5.( ) Todo concursando deve ser muito entusiasmado. Pronomes indefinidos.
6. ( ) Na cidade do México, os veículos com placas de final par circulam às segundas, quartas e
sextas-feiras; os automóveis que as placas têm final ímpar rodam às terças, quintas e sábados.
7. ( ) Contadas todas as horas onde ficam enredados no tráfego, os brasileiros perdem quatro dias
a cada ano; os americanos passam, no mínimo, dois meses por ano esperando o sinal abrir.
8. ( ) A proposta do secretário, com a qual, lamentavelmente, o prefeito não concorda, poderia
solucionar os graves problemas de congestionamento no tráfego da cidade.
9. ( ) Na reunião do conselho diretor, durante a qual foram discutidas questões fundamentais para
a reestruturação do anel viário da cidade, fechou-se um acordo com os políticos.
10. ( ) Tendo em vista a falta de soluções de longo prazo, os técnicos em engenharia de trânsito,
cujos trabalham para a prefeitura de São Paulo, estão apelando para operações de emergência.
Múltipla escolha
11. Assinale a frase em que não há pronome substantivo.
a) Você já fez seus trabalhos? E o meu?
b) Ele aparenta seus trinta anos.
c) Não conheço seus pais, nem ela os meus.
d) Este é o nosso material e não o teu.
e) Responda à minha carta.
12. Só em uma frase a palavra "muito" é pronome indefinido, assinale-a.
a) Há muito não a vejo.
b) Ele é muito calmo;
c) Trata-se de caso muito famoso.
d) Ele estivera passando muito mal.
e) Você é muito competente.
13. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase:
Ao comparar os diversos rios do mundo com o Amazonas, defendia com azedume e paixão a proeminência
________ sobre cada um __________.
a) desse - daquele; d) deste - desse;
b) daquele - destes; e) deste - desses.
c) deste - daqueles;
14. Assinale o item em que há erro no emprego do demonstrativo.
a) Paulo, que é isso que você leva?
b) "Amai vossos irmãos"! São essas as verdadeiras palavras de amor.
c) Dezessete de dezembro de 1980! Foi significativo para mim esse dia.
d) Pedro, esse livro que está com José é meu.
e) Não estou de acordo com aquelas palavras que José disse.
15. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases.
1. O lugar ______ moro é muito pobre.
2. Esse foi o livro ______ gostei mais.
3. A novela _______ enredo é fraco dá pouca audiência.
a) onde - que - cujo;
b) em que - de que - cujo o;
c) no qual - o qual - do qual o;
d) que - que - cujo o;
e) em que - de que - cujo.
16. Aponte, nas séries abaixo, a construção errada que envolve pronome relativo.
a) Aquele livro ali já está vendido.
b) O filme a que assistimos é interessante.
c) Não foram poucas as pessoas que visitaste.
d) Esta foi a questão de que te esqueceste.
e) Ligando o rádio, ouvirás as canções que mais gostas.
17. Destaque a frase em que o pronome relativo e a regência foram usados corretamente.
a) É um cidadão em cuja honestidade se pode confiar.
b) Feliz o pai cujos os filhos são ajuizados.
c) Comprou uma casa maravilhosa, cuja casa lhe custou uma fortuna.
d) Preciso de um pincel delicado, sem o cujo não poderei terminar o quadro.
e)Os jovens, cujos pais conversei com eles, prometeram mudar de atitude.
18. Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas abaixo.
1. Veja bem estes olhos ________ se tem ouvido falar.
2. Veja bem estes olhos ________ se dedicaram muitos versos.
3. Veja bem estes olhos _________ brilho fala o poeta.
4. Veja bem estes olhos _________ se extraem confissões e promessas.
a) de que, a que, cujo, dos quais;
b) que, que, sobre o qual, que;
c) sobre os quais, que, de que, de onde;
d) dos quais, aos quais, sobre cujo, dos quais;
e) em cujos quais, aos quais, sobre o, dos quais.
19. Em todos os itens estão destacados Pronomes, exceto em:
a) Certas notícias nos deixam tristes.
b) Alguma coisa terrível aconteceu.
c) Sabe o que aconteceu?
d) Quando chegaste a Brasília?
e) Um chora e outro ri.
20. Na frase: "Os que ficarem nesta sala saberão de algumas novidades."
Pronomes:
a) 1; b) 2; c) 3; d) 4; e) 5.
GABARITO
1. V 5. F 9. V 13. C 17. A
2. F 6. F 10. F 14. D 18. D
3. V 7. F 11. E 15. E 19. D
4. V 8. V 12. A 16. E 20. D
VERBO
Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. Dentre as classes de
palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo possui diferentes flexões para indicar a
pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz.
O verbo flexiona-se em número e pessoa:
Singular Plural
1a pessoa: eu penso nós pensamos
2a pessoa: tu pensas vós pensais
3a pessoa: ele pensa eles pensam
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo.
Os três tempos naturais são o Presente, o Pretérito (ou Passado) e o Futuro.
O Presente designa um fato ocorrido no momento em que se fala; o Pretérito, antes do
momento em que se fala; e o Futuro, após o momento em que se fala.
Æ
Leio uma revista instrutiva. (Presente)
Æ
Li uma revista instrutiva. (Pretérito)
Æ
Lerei uma revista instrutiva. (Futuro)
TEMPOS DO MODO INDICATIVO
1) Presente:
estudo
2) Pretérito:
Imperfeito: estudava
Perfeito: estudei
Mais-que-perfeito: estudara
3) Futuro:
do Presente: estudarei
do Pretérito: estudaria
Dados os tempos do modo indicativo, veremos, em seguida, o emprego dos mesmos e sua
correlação.
PRESENTE
O presente do indicativo emprega-se:
1) Para enunciar um fato atual:
Æ
Cai a chuva.
Æ
O céu está limpo.
2) Para indicar ações e estados permanentes:
Æ
A terra gira em torno do próprio eixo.
Æ
Deus é Pai!
3) Para expressar uma ação habitual do sujeito:
Æ
Sou tímido.
Æ
Como muito pouco.
4) Para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado (presente histórico):
"A Avenida é o mar dos foliões. Serpentinas cortam o ar..., rolam das escadas, pendem das
árvores e dos fios..." (M. Rebelo)
5) Para marcar um fato futuro, mas próximo; neste caso, para impedir qualquer ambigüidade, se faz
acompanhar geralmente de um adjunto adverbial:
"Outro dia eu volto, talvez depois de amanhã...”`(A. Bessa Luís)
PRETÉRITO IMPERFEITO
A própria denominação deste tempo - Pretérito Imperfeito - ensina-nos o seu valor
fundamental: o de designar um fato passado, mas não concluído (imperfeito = não perfeito,
inacabado). Podemos empregá-lo assim:
1) Quando, pelo pensamento, nos transportamos a uma época passada e descrevemos o que então
era presente:
Æ
O calor ia aumentando e o vento despenteava meu cabelo.
2) Pelo futuro do pretérito, para denotar um fato que seria conseqüência certa e imediata de outro, que
não ocorreu, ou não poderia ocorrer:
Æ
Se eu não fosse mulher, ia também!
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
1) O Pretérito Mais-Que-Perfeito indica uma ação que ocorreu antes de outra já passada:
Æ
A conversa ficara tão tediosa, que o homem se desinteressou.
2) Na linguagem literária emprega-se, às vezes, o mais-que-perfeito em lugar:
a) do futuro do pretérito (simples ou composto):
"Um pouco mais de sol - e fora (= teria sido) brasa,
Um pouco mais de azul - e fora (= teria sido) além,
Para atingir ...
(Sá Carneiro)
b) do pretérito imperfeito do subjuntivo:
Æ
Quem me dera! (= quem me desse)
Æ
Prouvera a Deus! (= prouvesse a Deus)
FUTURO DO PRESENTE
1) O futuro do presente emprega-se para indicar fatos certos ou prováveis, posteriores ao momento em
que se fala:
Æ
As aulas começarão depois de amanhã.
2) Como forma polida de presente:
Æ
Não, não posso ser acusado. Dirá o senhor: mas o que aconteceu? E eu lhe direi. sei lá! (= digo)
3) Como expressão de uma súplica, desejo ou ordem; neste caso, o tom de voz pode atenuar ou
reforçar o caráter imperativo:
Honrarás pai e mãe!
"Lerás porém algum dia
Meus versos, d 'alma arrancados, ... "
(G. Dias)
FUTURO DO PRETÉRITO
1) O futuro do pretérito emprega-se para designar ações posteriores à época em que se fala:
Æ
Depois de casado, ele se transformaria em um homem de bem.
2) Como forma polida de presente, em geral denotadora de desejo.
Æ
Desejaríamos cumprimentar os noivos.
3) Em certas frases interrogativas e exclamativas, para denotar surpresa ou indignação:
Æ
O nosso amor morreu... Quem o diria?
TEMPOS DO MODO SUBJUNTIVO
1) Presente: estude
2) Pretérito:
- Imperfeito: estudasse
-Perfeito: tenha (ou haja) estudado
-Mais-que-perfeito: tivesse (ou houvesse) estudado
3) Futuro:
-Simples: estudar
-Composto: tiver (ou houver) estudado
Quando nos servimos do modo indicativo, consideramos o fato expresso pelo verbo como real,
certo, seja no presente, seja no passado, seja no futuro.
Ao empregarmos o modo subjuntivo, encaramos a existência ou não existência do fato como
uma coisa incerta, duvidosa, eventual ou, mesmo, irreal. Observemos estas frases:
Æ
Afirmo que ela estuda. (modo indicativo)
Æ
Duvido que ela estude. (modo subjuntivo)
.. Afirmei que ela estudava. (modo indicativo)
Duvidei que ela estudasse. (modo subjuntivo)
PRESENTE DO SUBJUNTIVO
Pode indicar um fato:
1) Presente:
Æ
Não quer dizer que se conheçam os homens quando se duvida deles.
2) Futuro:
.. "No dia em que não faça mais uma criança sorrir, vou vender abacaxi na feira." (A. Bessa Luís)
IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO
Pode ter o valor de:
1) Passado:
Æ
Todos os domingos, chovesse ou fizesse sol, estava eu lá.
2) Futuro:
Æ
Aos sábados, treinava o discurso destinado ao filho que chegasse primeiro.
3) Presente:
Æ
Tivesses coração, terias tudo.
Æ
Como imaginar alguém que não precisasse de nada? (= precise)
PERFEITO DO SUBJUNTIVO
Pode exprimir um fato:
1) Passado (supostamente concluído):
Æ
Espero que você tenha encontrado aquele endereço.
2) Futuro (terminado em relação a outro futuro):
Æ
Espero que ela tenha feito a lição quando eu voltar.
MAIS-QUE-PERFEITO DO SUBJUNTIVO
Pode indicar:
1) Uma ação anterior a outra passada.
Æ
Esperei-a um pouco, até que tivesse terminado seu jantar.
2) Uma ação irreal no passado:
Æ
Se a sorte os houvesse coroado com os seus favores, não lhes faltariam amigos.
FUTURO DO SUBJUNTIVO SIMPLES
Este tempo verbal marca a eventualidade no futuro e emprega-se em orações subordinadas:
Æ
Se quiser, irei vê-lo.
Æ
Farei conforme mandares.
Æ
Quando puder, venha ver-me.
FUTURO DO SUBJUNTIVO COMPOSTO
Indica um fato futuro como terminado em relação a outro fato futuro (dentro do sentido geral do
modo subjuntivo):
Æ
D. Flor, não leia este livro; ou, se o houver lido até aqui, abandone o resto.
MODOS DO VERBO
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar. São três:
1o) o Indicativo:
Exprime um fato certo, positivo: Vou hoje. Sairás cedo.
2°) o Imperativo:
Exprime ordem, proibição, conselho, pedido:
Æ
Volte logo. Não fiquem aqui. Sede prudentes.
3°) o Subjuntivo:
Enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético:
Æ
É possível que chova. Se você trabalhasse...
Além desses três modos, existem as formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio,
particípio), que enunciam um fato de maneira vaga, imprecisa, impessoal.
1o) Infinitivo: plantar, vender, ferir.
2°) Gerúndio: plantando, vendendo, ferindo.
3°) Particípio: plantado, vendido, ferido.
Chamam-se formas nominais porque, sem embargo de sua significação verbal, podem
desempenhar as funções próprias dos nomes substantivos e adjetivos: o andar, água fervendo, tempo
perdido.
O Infinitivo pode ser Pessoal ou Impessoal.
1o) Pessoal, quando tem sujeito:
Æ
Para sermos vencedores é preciso lutar. (sujeito oculto nós)
2°) Impessoal, quando não tem sujeito:
Æ
Ser ou não ser, eis a questão.
O infinitivo pessoal ora se apresenta flexionado, ora não flexionado:
Flexionado: andares, andarmos, andardes, andarem.
Não flexionado: andar eu, andar ele.
Quanto à voz, os verbos se classificam em:
1) Ativos: O sujeito faz a ação:
Æ
O patrão chamou o empregado.
2) Passivos: O sujeito sofre a ação.
Æ
O empregado foi chamado pelo patrão.
3) Reflexivos: O sujeito faz e recebe a ação.
Æ
A criança feriu-se na gangorra.
Verbos Auxiliares são os que se juntam a uma forma nominal de outro verbo para constituir
os tempos compostos e as locuções verbais: ter, haver, ser, estar.
Æ
Tenho estudado muito esta semana.
Æ
Jacinto havia chegado naquele momento.
Æ
Somos castigados pelos nossos erros.
Æ
O mecânico estava consertando o carro.
Æ
O secretário vai anunciar os resultados.
Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a
terminação do infinitivo:
1) Os da primeira conjugação terminam em - ar: cantar
2) Os da segunda conjugação terminam em - er: bater
3) Os da terceira conjugação terminam em - ir: partir.
Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática: A (1a conjugação), E (2a conjugação),
I (3a conjugação).
Observações:
-O verbo pôr (antigo poer) perdeu a vogal temática do infinitivo. É um verbo anômalo da segunda
conjugação.
-A nossa língua possui mais de 11 mil verbos, dos quais mais de 10 mil são da primeira
conjugação.
Num verbo devemos distinguir o radical, que é a parte geralmente invariável e as
desinências, que variam para denotar os diversos acidentes gramaticais.
Radical Desinências Radical Desinências
cantar
canto
bater
bat-Ias
partir
part-Imos
dizer
disseram
Há a desinência modo-temporal, indicando a que modo e tempo a flexão verbal pertence e
há a desinência número-pessoal indicando a que pessoa e número a flexão verbal pertence.
Ex.: canta – re – mos Æ
DNP
DMT
A DNP (desinência número-pessoal) indica que o verbo está na 1a pessoa do plural. A DMT
(desinência modo-temporal) indica que o verbo está no futuro do presente do indicativo.
Dividem-se os tempos em primitivos e derivados.
São tempos primitivos:
1) o Infinitivo Impessoal.
2) o Presente do Indicativo (1a e 2 a pessoa do singular e 2 a pessoa do plural).
3) o Pretérito Perfeito do Indicativo (3 a pessoa do plural).
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
O imperativo afirmativo deriva do presente do indicativo, da segunda pessoa do singular (tu) e
da segunda do plural (vós), mediante a supressão do s final; as demais pessoas (você, nós, vocês)
são tomadas do presente do subjuntivo.
O imperativo negativo não possui, em Português, formas especiais; suas pessoas são iguais
às correspondentes do presente do subjuntivo.
Atente para o seguinte quadro da formação do imperativo:
Pessoa
s
Indicativo
Imperativo
Afirmativo
Subjuntivo
Imperativo
Negativo
Tu
Você
dizes .. (-s)
dize Å
diga Å
digas Æ
diga Æ
não digas
não diga
Nós
Vós
Vocês
dizeis .. (-s)
digamos Å
dizei Å
digam Å
digamos Æ
digais Æ
digam Æ
não digamos
não digais
não digam
FORMAÇAO DOS TEMPOS COMPOSTOS
Eis como se formam os tempos compostos:
1) Os tempos compostos da voz ativa são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do
particípio do verbo principal:
Æ
Tenho falado.
Æ
Haviam saído.
2) Os tempos compostos da voz passiva se formam com o concurso simultâneo dos auxiliares ter (ou
haver) e ser, seguidos do particípio do verbo principal:
Æ
Tenho sido maltratado.
Æ
Tinham (ou haviam) sido vistos no cinema.
Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as
locuções verbais, constituídas de verbo auxiliar mais gerúndio ou infinitivo:
Æ
Tenho de ir hoje.
Æ
Hei de ir amanhã.
Æ
Estava lendo o jornal.
Quanto à conjugação, dividem-se os verbos em:
1) Regulares: os que seguem um paradigma ou modelo comum de conjugação. Cantar, bater, partir,
etc.
2) Irregulares: os que sofrem alterações no radical e nas terminações afastando-se do paradigma.
Dar, ouvir, etc.
Entre os irregulares, destacam-se os anômalos, como o verbo pôr (sem vogal temática no
infinitivo), ser e ir (que apresentam radicais diferentes). São verbos que possuem profundas
modificações em seus radicais.
3) Defectivos: os que não possuem a conjugação completa, não sendo usados em certos modos,
tempos ou pessoas: abolir, reaver, precaver, etc.
CONJUGAÇÃO DOS PRINCIPAIS VERBOS IRREGULARES
SER ESTAR TER HAVER
MODO INDICATIVO
PRESENTE
sou estou tenho hei
és estás tens hás
é está tem há
somos estamos temos havemos
sois estais tendes haveis
são estão têm hão
PRETÉRITO IMPERFEITO
era estava tinha havia
eras estavas tinhas havias
era estava tinha havia
éramos estávamos tínhamos havíamos
éreis estáveis tínheis havíeis
eram estavam tinham haviam
PRETÉRITO PERFEITO
fui estive tive houve
foste estiveste tiveste houveste
foi esteve teve houve
fomos estivemos tivemos houvemos
fostes estivestes tivestes houvestes
foram estiveram tiveram houveram
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
tenho sido
tens sido
tem sido
temos sido
tendes sido
têm sido
tenho estado
tens estado
tem estado
temos estado
tendes estado
têm estado
tenho tido
tens tido
tem tido
temos tido
tendes tido
têm tido
tenho havido
tens havido
tem havido
temos havido
tendes havido
têm havido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
fora
foras
fora
fôramos
fôreis
foram
estivera
estiveras
estivera
estivéramos
estivéreis
estiveram
tivera
tiveras
tivera
tivéramos
tivéreis
tiveram
houvera
houveras
houvera
houvéramos
houvéreis
houveram
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tinha sido
tinhas sido
tinha sido
tínhmos sido
tínheis sido
tinham sido
tinha estado
tinhas estado
tinha estado
tínhmos estado
tínheis estado
tinham estado
tinha tido
tinhas tido
tinha tido
tínhmos tido
tínheis tido
tinham tido
tinha havido
tinhas havido
tinha havido
tínhmos havido
tínheis havido
tinham havido
FUTURO DO PRESENTE
serei
serás
será
seremos
sereis
serão
estarei
estarás
estará
estaremos
estareis
estarão
terei
terás
terá
teremos
tereis
terão
haverei
haverás
haverá
haveremos
havereis
haverão
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei sido
terás sido
terá sido
teremos sido
tereis sido
terão sido
terei estado
terás estado
terá estado
teremos estado
tereis estado
terão estado
terei tido
terás tido
terá tido
teremos tido
tereis tido
terão tido
terei havido
terás havido
terá havido
teremos havido
tereis havido
terão havido
FUTURO DO PRETÉRITO
seria
serias
seria
seríamos
seríeis
seriam
estaria
estarias
estaria
estaríamos
estaríeis
estariam
teria
terias
teria
teríamos
teríeis
teriam
haveria
haverias
haveria
haveríamos
haveríeis
haveriam
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
teria sido
terias sido
teria sido
teríamos sido
teríeis sido
teriam sido
teria estado
terias estado
teria estado
teríamos estado
teríeis estado
teriam estado
teria tido
terias tido
teria tido
teríamos tido
teríeis tido
teriam tido
teria havido
terias havido
teria havido
teríamos havido
teríeis havido
teriam havido
MODO SUBJUNTIVO
PRESENTE
seja
sejas
seja
sejamos
sejais
sejam
esteja
estejas
esteja
estejamos
estejais
estejam
tenha
tenhas
tenha
tenhamos
tenhais
tenham
haja
hajas
haja
hajamos
hajais
hajam
PRETÉRITO IMPERFEITO
fosse
fosses
fosse
fôssemos
fôsseis
fossem
estivesse
estivesses
estivesse
estivéssemos
estivésseis
estivessem
tivesse
tivesses
tivesse
tivéssemos
tivésseis
tivessem
houvesse
houvesses
houvesse
houvéssemos
houvésseis
houvessem
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
tenha sido
tenhas sido
tenha sido
tenhamos sido
tenhais sido
tenham sido
tenha estado
tenhas estado
tenha estado
tenhamos estado
tenhais estado
tenham estado
tenha tido
tenhas tido
tenha tido
tenhamos tido
tenhais tido
tenham tido
tenha havido
tenhas havido
tenha havido
tenhamos havido
tenhais havido
tenham havido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tivesse sido
tivesses sido
tivesse sido
tivéssemos sido
tivésseis sido
tivessem sido
tivesse estado
tivesses estado
tivesse estado
tivéssemos estado
tivésseis estado
tivessem estado
tivesse tido
tivesses tido
tivesse tido
tivéssemos tido
tivésseis tido
tivessem tido
tivesse havido
tivesses havido
tivesse havido
tivéssemos havido
tivésseis havido
tivessem havido
FUTURO
for
fores
for
formos
fordes
forem
estiver
estiveres
estiver
estivermos
estiverdes
estiverem
tiver
tiveres
tiver
tivermos
tiverdes
tiverem
houver
houveres
houver
houvermos
houverdes
houverem
FUTURO COMPOSTO
tiver sido
tiveres sido
tiver sido
tivermos sido
tiverdes sido
tiverem sido
tiver estado
tiveres estado
tiver estado
tivermos estado
tiverdes estado
tiverem estado
tiver tido
tiveres tido
tiver tido
tivermos tido
tiverdes tido
tiverem tido
tiver havido
tiveres havido
tiver havido
tivermos havido
tiverdes havido
tiverem havido
MODO IMPERATIVO
AFIRMATIVO
sê tu
seja você
sejamos nós
sede vós
sejam vocês
está tu
esteja você
estejamos nós
estai vós
estejam vocês
tem tu
tenha você
tenhamos nós
tende vós
tenham vocês
tu
você
nós
vós
vocês
NEGATIVO
não sejas tu
não seja você
não sejamos nós
não sejais vós
não sejam vocês
não estejas tu
não esteja você
não estejamos nós
não estejais vós
não estejam vocês
não tenhas tu
não tenha você
não tenhamos nós
não tenhais vós
não tenham vocês
não hajas tu
não haja você
não hajamos nós
não hajais vós
não hajam vocês
FORMAS NOMINAIS
INFINITIVO IMPESSOAL
PRESENTE
ser estar ter haver
PRETÉRITO
ter sido ter estado ter tido ter havido
INFINITIVO PESSOAL
PRESENTE
ser
seres
ser
sermos
serdes
serem
estar
estares
estar
estarmos
estardes
estarem
ter
teres
ter
termos
terdes
terem
haver
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem
PRETÉRITO
ter sido
teres sido
ter sido
termos sido
terdes sido
terem sido
ter estado
teres estado
ter estado
termos estado
terdes estado
terem estado
ter tido
teres tido
ter tido
termos tido
terdes tido
terem tido
ter havido
teres havido
ter havido
termos havido
terdes havido
terem havido
GERÚNDIO
PRESENTE
sendo estando tendo havendo
PRETÉRITO
tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
PARTICÍPIO
sido estado tido havido
CONJUGAÇÃO DOS VERBOS REGULARES - PARADIGMAS
1a CONJUGAÇÃO – AR 2a CONJUGAÇÃO – ER 3a CONJUGAÇÃO – IR
cantar bater partir
MODO INDICATIVO
PRESENTE
canto bato parto
cantas bates partes
canta bate parte
cantamos batemos partimos
cantais bateis partis
cantam batam partem
PRETÉRITO IMPERFEITO
cantava batia partia
cantavas batias partias
cantava batia partia
cantávamos batíamos partíamos
cantáveis batíeis partíeis
cantavam batiam partiam
PRETÉRITO PERFEITO
cantei bati parti
cantaste bateste partiste
cantou bateu partiu
cantamos batemos partimos
cantastes batestes partistes
cantaram bateram partiram
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
tenho cantado tenho batido tenho partido
tens cantado tens batido tens partido
tem cantado tem batido tem partido
temos cantado temos batido temos partido
tendes cantado tendes batido tendes partido
têm cantado têm batido têm partido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
cantara
cantaras
cantara
cantáramos
cantáreis
cantaram
batera
bateras
batera
batêramos
batêreis
bateram
partira
partiras
partira
partíramos
partíreis
partiram
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tinha cantado
tinhas cantado
tinha cantado
tínhamos cantado
tínheis cantado
tinham cantado
tinha batido
tinhas batido
tinha batido
tínhamos batido
tínheis batido
tinham batido
tinha partido
tinhas partido
tinha partido
tínhamos partido
tínheis partido
tinham partido
FUTURO DO PRESENTE
cantarei
cantarás
cantará
cantaremos
cantareis
cantarão
baterei
baterás
baterá
bateremos
batereis
baterão
partirei
partirás
partirá
partiremos
partireis
partirão
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei cantado
terás cantado
terá cantado
teremos cantado
tereis cantado
terão cantado
terei batido
terás batido
terá batido
teremos batido
tereis batido
terão batido
terei partido
terás partido
terá partido
teremos partido
tereis partido
terão partido
FUTURO DO PRETÉRITO
cantaria
cantarias
cantaria
cantaríamos
cantaríeis
cantariam
bateria
baterías
bateria
bateríamos
bateríeis
bateriam
partiria
partirias
partiria
partiríamos
partiríeis
partiriam
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
teria cantado
terias cantado
teria cantado
teríamos cantado
teríeis cantado
teriam cantado
teria batido
terias batido
teria batido
teríamos batido
teríeis batido
teriam batido
teria partido
terias partido
teria partido
teríamos partido
teríeis partido
teriam partido
MODO SUBJUNTIVO
PRESENTE
cante
cantes
cante
cantemos
canteis
cantem
bata
batas
bata
batamos
batais
batam
parta
partas
parta
partamos
partais
partam
PRETÉRITO IMPERFEITO
cantasse
cantasses
cantasse
cantássemos
cantásseis
cantassem
batesse
batesses
batesse
batêssemos
batêsseis
batessem
partisse
partisses
partisse
partíssemos
partísseis
partissem
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
tenha cantado
tenhas cantado
tenha cantado
tenhamos cantado
tenhais cantado
tenham cantado
tenha batido
tenhas batido
tenha batido
tenhamos batido
tenhais batido
tenham batido
tenha partido
tenhas partido
tenha partido
tenhamos partido
tenhais partido
tenham partido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tivesse cantado
tivesses cantado
tivesse cantado
tivéssemos cantado
tivésseis cantado
tivessem cantado
tivesse batido
tivesses batido
tivesse batido
tivéssemos batido
tivésseis batido
tivessem batido
tivesse partido
tivesses partido
tivesse partido
tivéssemos partido
tivésseis partido
tivessem partido
FUTURO
cantar
cantares
cantar
cantarmos
cantardes
cantarem
bater
bateres
bater
batermos
baterdes
baterem
partir
partires
partir
partirmos
partirdes
partirem
FUTURO COMPOSTO
tiver cantado
tiveres cantado
tiver cantado
tivermos cantado
tiverdes cantado
tiverem cantado
tiver batido
tiveres batido
tiver batido
tivermos batido
tiverdes batido
tiverem batido
tiver partido
tiveres partido
tiver partido
tivermos partido
tiverdes partido
tiverem partido
MODO IMPERATIVO
AFIRMATIVO
canta tu
cante você
cantemos nós
cantai vós
cantem vocês
bate tu
bata você
batamos nós
batei vós
batam vocês
parte tu
parta você
partamos nós
parti vós
partam vocês
NEGATIVO
não cantes tu
não cante você
não cantemos nós
não canteis vós
não cantem vocês
não batas tu
não bata você
não batamos nós
não batais vós
não batam vocês
não partas tu
não parta você
não partamos nós
não partais vós
não partam vocês
FORMAS NOMINAIS
INFINITIVO
PRESENTE IMPESSOAL
cantar bater partir
PRESENTE PESSOAL
cantar
cantares
cantar
cantarmos
cantardes
cantarem
bater
bateres
bater
batermos
baterdes
baterem
partir
partires
partir
partirmos
partirdes
partirem
PRETÉRITO IMPESSOAL
ter cantado ter batido ter partido
PRETÉRITO PESSOAL
ter cantado
teres cantado
ter cantado
termos cantado
terdes cantado
terem cantado
ter batido
teres batido
ter batido
termos batido
terdes batido
terem batido
ter partido
teres partido
ter partido
termos partido
terdes partido
terem partido
GERÚNDIO
PRESENTE
cantando batendo partindo
PRETÉRITO
tendo cantado tendo batido tendo partido
PARTICÍPIO
cantado batido partido
CONJUGAÇÃO DOS PRINCIPAIS VERBOS IRREGULARES
dar, aguar, magoar, resfolegar, nomear, copiar, odiar, abster-se, caber, crer, dizer, escrever, fazer, ler,
perder, poder, pôr, querer, saber, trazer, valer, ver, abolir, cair, cobrir, falir, mentir, frigir, ir, ouvir, pedir,
rir, vir.
Obs.: Os tempos ou modos que não constem desta lista deverão ser conjugados seguindo-se o
paradigma da conjugação a que pertençam.
DAR
Indicativo Presente: dou, dás, dá, damos, dais, dão. Pretérito Imperfeito: dava, davas, dava,
dávamos, dáveis, davam. Pretérito Perfeito: dei, deste, deu, demos, destes, deram. Pretérito MaisQue-
Perfeito: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram. Futuro do Presente: darei, darás, dará,
daremos, dareis, darão. Futuro do Pretérito: daria, darias, daria, daríamos, daríeis, dariam.
Imperativo Afirmativo: dá, dê, demos, dai, dêem. Subjuntivo Presente: dê, dês, dê, demos, deis,
dêem. Pretérito Imperfeito: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem. Futuro: der, deres,
der, dermos, derdes, derem. Infinitivo Presente Impessoal: dar. Infinitivo Presente Pessoal: dar,
dares, dar, darmos, dardes, darem. Gerúndio: dando. Particípio: dado.
AGUAR
Indicativo Presente: águo, águas, água, aguamos, aguais, águam. Pretérito Perfeito: agüei,
aguaste, aguou, etc. Subjuntivo Presente: ágüe, ágües, ágüe, agüemos, agüeis, ágüem, etc. Verbo
regular nos demais tempos. Assim se conjugam desaguar, enxaguar e minguar.
MAGOAR
Indicativo Presente: magôo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam. Subjuntivo Presente:
magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem. etc. Verbo regular nos demais tempos. Assim
se conjugam os verbos em oar: abençoar, doar, abotoar, soar, voar, etc.
RESFOLEGAR
Indicativo Presente: resfólego, resfolegas, resfolega, resfolegamos, resfolegais, resfolegam.
Imperfeito: resfolegava, resfolegavas, etc. Pretérito Perfeito: resfoleguei, etc. Subjuntivo Presente:
resfólegue, resfolegues, resfólegue, resfoleguemos, resfolegueis, resfóleguem, etc.
NOMEAR
Indicativo Presente: nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam. Pretérito Imperfeito:
nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam. Pretérito Perfeito: nomeei,
nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam. Subjuntivo Presente: nomeie, nomeies,
nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem. Imperativo Afirmativo: nomeia, nomeie, nomeemos,
nomeai, nomeiem, etc. Assim se conjugam: apear, atear, cear, folhear, frear, passear, gear, bloquear,
granjear, hastear, lisonjear, semear, arrear, recrear, estrear, etc.
COPIAR
Indicativo Presente: copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam. Pretérito Perfeito: copiei,
copiaste, copiou, etc. Pretérito Mais-Que-Perfeito: copiara, copiaras, etc. Subjuntivo Presente:
copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem. Imperativo Afirmativo: copia, copie, copiemos,
copiai, copiem, etc.
ODIAR
Indicativo Presente: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam. Pretérito Imperfeito: odiava,
odiavas, odiava, etc. Pretérito Perfeito: odiei, odiaste, odiou, etc. Pretérito Mais-Que-Perfeito:
odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram. Subjuntivo Presente: odeie, odeies, odeie,
odiemos, odieis, odeiem. Imperativo Afirmativo: odeia, odeie, odiemos, odiai, odeiem, etc.
ABSTER-SE
Indicativo Presente: abstenho-me, absténs-te, abstémse, abstemo-nos, abstendes-vos, abstêm-se.
Pretérito Imperfeito: abstinha-me, etc. Pretérito Perfeito: abstiveme, etc. Pretérito Mais-Que-
Perfeito: abstivera-me, etc. Futuro do Presente: abster-me-ei, etc. Futuro do Pretérito: abster-meia,
etc. Imperativo Afirmativo: abstém-te, abstenha-se, abstenhamo-nos, abstende-vos, abstenham-
se. Subjuntivo Presente: que me abstenha, etc. Pretérito Imperfeito: se me abstivesse, etc. Futuro:
se me abstiver. Gerúndio: abstendo-se. Particípio: abstido.
CABER
Indicativo Presente: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem. Pretérito Perfeito: coube,
coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam. Pretérito Mais-Que-Perfeito: coubera, couberas,
coubera, coubéramos, coubéreis, couberam. Subjuntivo Presente: caiba, caibas, caiba, caibamos,
caibais, caibam. Pretérito Imperfeito: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem. Futuro: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem. Gerúndio:
cabendo. Particípio: cabido. Não tem imperativo.
CRER
Indicativo Presente: creio, crês, crê, cremos, credes, crêem. Pretérito Imperfeito: cria, crias, cria,
criamos, crieis, criam. Pretérito Perfeito: cri, creste, creu, cremos, crestes, creram. Imperativo: crê,
creia, creiamos, crede, creiam. Subjuntivo Presente: creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam.
Pretérito Imperfeito: cresse, cresses, cresse, crêssemos, crêsseis, cressem. Futuro: crer, creres, etc.
Gerúndio: crendo. Particípio: crido. Assim se conjugam descrer, ler e seus compostos reler e tresler.
DIZER
Indicativo Presente: digo, dizes, diz, dizemos, dizei, dizem. Pretérito Imperfeito: dizia, dizias, etc.
Pretérito Perfeito: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram. Pretérito Mais-que-
Perfeito: dissera, disseras, etc. Futuro do Presente: direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão. Futuro
do Pretérito: diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam. Imperativo Afirmativo: dize, diga, digamos,
digais, digam. Pretérito Imperfeito: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
dissessem. Futuro: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem. Infinitivo Impessoal:
dizer. Infinitivo Pessoal: dizer, dizeres, dizer, etc. Gerúndio: dizendo. Particípio: dito.
Seguem este paradigma os compostos bendizer, condizer, contradizer, desdizer, entredizer, maldizer,
predizer, redizer.
ESCREVER
Escrever e seus compostos descrever, inscrever, prescrever, proscrever, reescrever, sobrescrever,
subscrever, são irregulares apenas no particípio: escrito, descrito, inscrito, prescrito, proscrito,
reescrito, sobrescrito, subscrito.
As outras conjugações seguem o paradigma de 22 conjugação regular.
FAZER
Indicativo Presente: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem. Pretérito Perfeito: fiz, fizeste, fez,
fizemos, fizestes, fizeram. Pretérito Mais-que-Perfeito: fizera, fizeras, etc. Futuro do Presente: farei,
farás, fará, faremos, fareis, farão. Futuro do Pretérito: faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam.
Imperativo Afirmativo: faze, faça, façamos, fazei, façam. Subjuntivo Presente: faça, faças, faça,
façamos, façais, façam. Pretérito Imperfeito: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
fizessem. Futuro: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem. Infinitivo Impessoal: fazer. Infinitivo
Pessoal: fazer, fazeres, etc. Gerúndio: fazendo. Particípio: feito.
Como fazer, conjugam-se os seus compostos: afazer-se, desfazer, refazer, perfazer, satisfazer, etc.
PERDER
Indicativo Presente: perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem. Subjuntivo Presente: perca,
percas, perca, percamos, percais, percam.
Regular nos demais tempos e modos.
PODER
Indicativo Presente: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem. Pretérito Imperfeito: podia,
podias, podia, podíamos, podíeis, podiam. Pretérito Perfeito: pude, pudeste, pôde, pudemos,
pudestes, puderam. Pretérito Mais-Que-Perfeito: pudera, puderas, etc. Imperativo: não existe.
Subjuntivo Presente: possa, possas, possa, possamos, possais, possam. Pretérito Imperfeito:
pudesse, pudesses, etc. Futuro: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem. Infinitivo
Impessoal: Poder. Infinitivo Pessoal: poder, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem.
Gerúndio: podendo. Particípio: podido.
PÔR
Indicativo Presente: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem. Pretérito Imperfeito: punha, punhas,
punha, púnhamos, púnheis, punham. Pretérito Perfeito: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes,
puseram. Pretérito Mais -Que-Perfeito: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram.
Futuro do Presente: porei, porás, porá, poremos, poreis, porão. Futuro do Pretérito: poria, porias,
poria, poríamos, poríeis, poriam. Imperativo Afirmativo: põe, ponha, ponhamos, ponde, ponham.
Subjuntivo Presente: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham. Pretérito Imperfeito:
pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem. Futuro: puser, puseres, puser,
pusermos, puserdes, puserem. Infinitivo Pessoal: pôr, pores, pôr, pormos, pordes, porem. Infinitivo
Impessoal: pôr. Gerúndio: pondo. Particípio: posto.
QUERER
Indicativo Presente: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem. Pretérito Imperfeito: queria,
querias, queria, queríamos, queríeis, queriam. Pretérito Perfeito: quis, quiseste, quis, quisemos,
quisestes, quiseram. Pretérito Mais-Que-Perfeito: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis,
quiseram. Futuro do Presente: quererei, quererás, quererá, quereremos, querereis, quererão. Futuro
do Pretérito: quereria, quererias, etc. Imperativo Afirmativo: quer tu, queira você, queiramos nós,
querei vós, queiram vocês. Imperativo Negativo: não queiras, não queira, não queiramos, não
queirais, não queiram. Subjuntivo Presente: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram.
Imperfeito: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem. Futuro: quiser,
quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem. Gerúndio: querendo. Particípio: querido. Os
compostos benquerer e malquerer, além do particípio regular, benquerido e malquerido, têm outro,
irregular: benquisto e malquisto, usados como adjetivos.
SABER
Indicativo Presente: sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem. Pretérito Perfeito: soube, soubeste,
soube, soubemos, soubestes, souberam. Pretérito Mais-QuePerfeito: soubera, souberas, soubera,
etc. Subjuntivo Presente: saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam. Pretérito Imperfeito:
soubesse, soubesses, etc. Futuro: souber, souberes, souber, etc. Imperativo Afirmativo: sabe,
saiba, saibamos, sabei, saibam. Regular nos demais.
TRAZER
Indicativo Presente: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem. Pretérito Imperfeito: trazia,
trazias, etc. Pretérito Perfeito: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram. Pretérito
Mais-Que-Perfeito: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram. Futuro do
Presente: trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão. Futuro do Pretérito: traria, trarias, traria,
traríamos, traríeis, trariam. Imperativo Afirmativo: traze, traga, tragamos, trazei, tragam. Subjuntivo
Presente: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam. Pretérito Imperfeito: trouxesse, trouxesses,
trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem. Futuro: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos,
trouxerdes, trouxerem. Infinitivo Pessoal: trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem.
Gerúndio: trazendo. Particípio: trazido.
VALER
Indicativo Presente: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem. Subjuntivo Presente: valha, valhas,
valha, valhamos, valhais, valham. Imperativo Afirmativo: vale, valha, valhamos, valei, valham. Nos
outros tempos é regular. Assim se conjugam equivaler e desvaler.
VER
Indicativo Presente: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem. Pretérito Perfeito: vi, viste, viu, vimos,
vistes, viram. Pretérito Mais-Que-Perfeito: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram. Imperativo
Afirmativo: vê, veja, vejamos, vede, vejam. Subjuntivo Presente: veja, vejas, veja, vejamos, vejais,
vejam. Pretérito Imperfeito: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem. Futuro: vir, vires, vir,
virmos, virdes, virem. Gerúndio: vendo. Particípio: visto. Como ver, se conjugam: antever, entrever,
prever, rever.
ABOLIR (Defectivo)
Indicativo Presente: não possui a 1a pessoa do singular, aboles, abole, abolimos, abolis, abolem.
Imperativo Afirmativo: abole, aboli. Subjuntivo Presente: não existe. Defectivo nas formas em que
ao L do radical seguiria A ou O, o que ocorre apenas no Indicativo Presente e derivados.
CAIR
Indicativo Presente: caio, cais, cai, caímos, caís, caem. Subjuntivo Presente: caia, caias, caia,
caiamos, caiais, caiam. Imperativo Afirmativo: cai, caia, caiamos, caí, caiam. Regular nos demais.
Seguem este modelo os verbos em -air: decair, recair, sair, sobressair, trair, distrair, abstrair, detrair,
subtrair, etc.
COBRIR
Indicativo Presente: cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem. Subjuntivo Presente: cubra,
cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram. Imperativo Afirmativo: cobre, cubra, cubramos, cobri,
cubram. Particípio: coberto. Note: o Æ
u na primeira pessoa do singular do Indicativo Presente e em
todas as pessoas do Subjuntivo Presente.
Assim se conjugam: dormir, embolir, tossir, descobrir, encobrir. Os três primeiros porém, têm o
particípio regular. Abrir, entreabrir e reabrir seguem cobrir no particípio: aberto, entreaberto, reaberto.
FALIR
Indicativo Presente: (não possui as outras pessoas) falimos, falis. Pretérito Imperfeito: falia, falias,
falia, etc. Pretérito Perfeito: fali, faliste, faliu, etc. Pretérito Mais-Que-Perfeito: falira, faliras, falira,
etc. Particípio: falido. Verbo regular defectivo. Usa-se apenas nas formas em que ao L segue o I. Não
possui Presente do Subjuntivo e Imperativo Negativo. Seguem falir: aguerrir, empedernir, espavorir,
remir, etc.
MENTIR
Indicativo Presente: minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem. Subjuntivo Presente: minta,
mintas, minta, mintamos, mintais, mintam. Imperativo Afirmativo: mente, minta, mintamos, menti,
mintam. Regular no resto da conjugação. Como no verbo ferir, a vogal E muda em I na primeira
pessoa do Indicativo Presente e em todo o Subjuntivo Presente, mas, por ser nasal, conserva o timbre
fechado na segunda e terceira pessoa do singular e terceira do plural do Presente do Indicativo.
Seguem este modelo: desmentir, sentir, consentir, ressentir, pressentir.
FRIGIR
Indicativo Presente: frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem. Subjuntivo Presente: frija, frijas, frija,
etc. Imperativo Afirmativo: frege, frija, frijamos, frigi, frijam. Particípio: frito. Regular no resto da
conjugação.
IR
Indicativo Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão. Pretérito Imperfeito: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam.
Pretérito Perfeito: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram. Pretérito Mais-Que-Perfeito: fora, foras, fora,
etc. Futuro do Presente: Irei, irás, irá, etc. Futuro do Pretérito: iria, irias, iria, etc. Imperativo
Afirmativo: vai, vá, vamos, ide, vão. Subjuntivo Presente: vá, vás, vá, vamos, vades, vão. Pretérito
Imperfeito: fosse, fosses, fosse, etc. Futuro: for, fores, for, formos, fordes, forem. Gerúndio: indo.
Infinitivo Pessoal: ir, ires, ir, irmos, irdes, irem. Particípio: ido.
OUVIR
Indicativo Presente: ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem. Imperativo Afirmativo: ouve, ouça,
ouçamos, ouvi, ouçam. Subjuntivo Presente: ouça, ouças, ouça, etc. Particípio: ouvido. Regular no
resto da conjugação.
PEDIR
Indicativo Presente: peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem. Imperativo Afirmativo: pede, peça,
peçamos, pedi, peçam. Subjuntivo Presente: peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam. Regular
no resto da conjugação. Conjugam-se assim: despedir, expedir, impedir, desimpedir, medir.
RIR
Indicativo Presente: rio, ris, ri, rimos, rides, riem. Pretérito Perfeito: ri, riste, riu, rimos, ristes, riram.
Imperativo Afirmativo: ri, ria, riamos, ride, riam. Subjuntivo Presente: ria, rias, ria, riamos, riais, riam.
Imperfeito: risse, risses, risse, etc. Particípio: rido.
VIR
Indicativo Presente: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm. Pretérito Imperfeito: vinha, vinhas,
vinha, vínhamos, vínheis, vinham. Pretérito Perfeito: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram.
Pretérito Mais-QuePerfeito: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram. Futuro do Presente: virei,
virás, virá, etc. Futuro do Pretérito: viria, virias, viria, etc. Imperativo Afirmativo: vem, venha,
venhamos, vinde, venham. Subjuntivo Presente: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham.
Pretérito Imperfeito: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem. Futuro: vier, vieres, vier,
viermos, vierdes, vierem. Infinitivo Pessoal: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. Gerúndio: vindo.
Particípio: vindo. Por este, se conjugam: advir, convir, intervir, provir, sobrevir, avir-se, desavir-se.
Desavindo, além do particípio, é adjetivo: casais desavindos.
VERBOS DERIVADOS DE TER, HAVER, PÔR, VER E VIR
VERBOS DERIVADOS DE TER
O verbo ter já foi conjugado. Por ele se conjugam: abster-se, ater-se, conter, deter, entreter,
manter, obter, reter, suster.
CONTER
Indicativo Presente: contenho, conténs, contém, contemos, contendes, contêm. Pretérito Perfeito:
contive, contiveste, conteve, contivemos, contivestes, contiveram. Pretérito Imperfeito: continha,
continhas, continha, contínhamos, contínheis, continham. Pretérito Mais-Que-Perfeito: contivera,
contiveras, contivera, contivéramos, contivéreis, contiveram. Futuro do Presente: conterei, conterás,
conterá, conteremos, contereis, conterão. Futuro do Pretérito: conteria, conterias, conteria,
conteríamos, conteríeis, conteriam. Imperativo Afirmativo: contém tu, contenha você, contenhamos
nós, contende vós, contenham vocês. Imperativo Negativo: não contenhas tu, não contenha você,
não contenhamos nós, não contenhais vós, não contenham vocês. Subjuntivo Presente: contenha,
contenhas, contenha, contenhamos, contenhais, contenham. Pretérito Imperfeito: contivesse,
contivesses, contivesse, contivéssemos, contivésseis, contivessem. Futuro: contiver, contiveres,
contiver, contivermos, contiverdes, contiverem. Gerúndio: contendo. Particípio: contido. Infinitivo
Pessoal: conter, conteres, conter, contermos, conterdes, conterem. Infinitivo Impessoal: conter.
VERBOS DERIVADOS DE HAVER
Por este verbo, conjuga-se o reaver, que é um verbo defectivo, mas possui apenas as formas
em que há a letra v. Não tem presente do subjuntivo e, portanto, nem imperativo negativo.
REAVER (Defectivo)
Indicativo Presente: (não possui as outras pessoas) reavemos, reaveis. Pretérito Perfeito: reouve,
reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram. Pretérito Imperfeito: reavia, reavias, reavia,
reavíamos, reavíeis, reaviam. Pretérito Mais-Que-Perfeito: reouvera, reouveras, reouvera,
reouvéramos, reouvéreis, reouveram. Futuro do Presente: reaverei, reaverás, reaverá, reaveremos,
reavereis, reaverão. Futuro do Pretérito: reaveria, reaverias, reaveria, reaveríamos, reaveríeis,
reaveriam. Imperfeito Subjuntivo: reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis,
reouvessem. Futuro do Subjuntivo: reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
reouverem. Gerúndio: reavendo. Particípio: reavido. Infinitivo Pessoal: reaver, reaveres, reaver,
reavermos, reaverdes, reaverem. Infinitivo Impessoal: reaver.
VERBOS DERIVADOS DE PÕR
O verbo pôr não tem Z em nenhum de seus tempos. Não se escreve, portanto, puz, puzesse,
etc. Por ele se conjugam os compostos: antepor, opor, compor, contrapor, decompor, depor,
descompor, dispor, entrepor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, pospor, propor, predispor,
pressupor, recompor, repor, sobrepor, superpor, supor, transpor.
DEPOR
Indicativo Presente: deponho, depões, depõe, depomos, depondes, depõem. Pretérito Perfeito:
depus, depuseste, depôs, depusemos, depusestes, depuseram. Pretérito Imperfeito: depunha,
depunhas, depunha, depúnhamos, depúnheis, depunham. Futuro do Presente: deporei, deporás,
deporá, deporemos, deporeis, deporão. Futuro do Pretérito: deporia, deporias, deporia, deporíamos,
deporíeis, deporiam. Subjuntivo Presente: deponha, deponhas, deponha, deponhamos, deponhais,
deponham. Subjuntivo Imperfeito: depusesse,depusesses, depusesse, depuséssemos, depusésseis,
depusessem. Futuro do Subjuntivo: depuser, depuseres, depuser, depusermos, depuserdes,
depuserem. Gerúndio: depondo. Particípio: deposto. Infinitivo Pessoal: depor, depores, depor,
depormos, depordes, deporem. Infinitivo Impessoal: depor.
VERBOS DERIVADOS DE VER
Por este, conjugam-se os compostos: antever, entrever, prever, rever, mas não prover.
Também não se conjuga pelo modelo de ver, o verbo precaver, que dele não é composto.
ANTEVER
Indicativo Presente: antevejo, antevês, antevê, antevemos, antevedes, antevêem. Pretérito Perfeito:
antevi, anteviste, anteviu, antevimos, antevistes, anteviram. Pretérito Imperfeito: antevia, antevias,
antevia, antevíamos, antevíeis, anteviam. Pretérito Mais-Que-Perfeito: antevira, anteviras, antevira,
antevíramos, antevíreis, anteviram. Futuro do Presente: anteverei, anteverás, anteverá, anteveremos,
antevereis, anteverão. Futuro do Pretérito: anteveria, anteverias, anteveria, anteveríamos,
anteveríeis, anteveriam. Subjuntivo Presente: anteveja, antevejas, anteveja, antevejamos, antevejais,
antevejam. Imperfeito do Subjuntivo: antevisse, antevisses, antevisse, antevíssemos, antevísseis,
antevissem. Futuro do Subjuntivo: antevir, antevires, antevir, antevirmos, antevirdes, antevirem.
Gerúndio: antevendo. Particípio: antevisto. Infinitivo Impessoal: antever. Infinitivo Pessoal: antever,
anteveres, antever, antevermos, anteverdes, anteverem.
VERBOS DERIVADOS DE VIR
As pessoas menos cultas manifestam a tendência para dizer viemos em vez de vimos, na
primeira pessoa do plural do indicativo presente. Observe-se que o gerúndio e o particípio são iguais
(vindo). Por vir se conjugam advir, contravir, convir, intervir, provir, reconvir, sobrevir, avir-se, desavir-
se, desconvir.
INTERVIR
Indicativo Presente: intervenho, intervéns, intervém, intervimos, intervindes, intervêm. Pretérito
Perfeito: intervi, intervieste, interveio, interviemos, interviestes, intervieram. Pretérito Mais-Que-
Perfeito: interviera, intervieras, interviera, interviéramos, interviéreis, intervieram. Futuro do Presente:
intervirei, intervirás, intervirá, interviremos, intervireis, intervirão. Futuro do Pretérito: interviria,
intervirias, interviria, interviríamos, interviríeis, interviriam. Subjuntivo Presente: intervenha, intervenhas,
intervenha, intervenhamos, intervenhais, intervenham. Imperfeito: interviesse, interviesses,
interviesse, interviéssemos, interviésseis, interviessem. Futuro: intervier, intervieres, intervier,
interviermos, intervierdes, intervierem. Gerúndio: intervindo. Particípio: intervindo. Infinitivo Pessoal:
intervir, intervires, intervir, intervirmos, intervirdes, intervirem. Infinitivo Impessoal: intervir.
Obs.: Prover é composto de ver em alguns tempos e por ele se conjuga, salvo no pretérito perfeito, no
mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo e no particípio. O e da sílaba ver é sempre fechado.
Por ele se conjuga desprover. Não confundir com provir.
Indicativo Presente: provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem. Pretérito Perfeito: provi,
proveste, proveu, provemos, provestes, proveram. Pretérito Imperfeito: provia, provias, provia,
províamos, províeis, proviam. Pretérito Mais-Que-Perfeito: provera, proveras, provera, provêramos,
provêreis, proveram. Futuro do Presente: proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis,
proverão. Futuro do Pretérito: proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam.
Subjuntivo Presente: proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais, provejam. Imperfeito:
provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem. Futuro: prover, proveres,
prover, provermos, proverdes, proverem. Gerúndio: provendo. Particípio: provido. Infinitivo
Impessoal: prover. Infinitivo Pessoal: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.
PRECAVER (Defectivo)
Não sendo composto de ver, por este não se conjuga, sendo pois altamente errôneas as
formas precavejo, precaves, precavê, etc., que por vezes se lêem e se ouvem. Tampouco é composto
de vir, sendo igualmente errôneas as formas precavenha, precavéns, precavám, etc., com que
claudicam até pessoas bastante cultas. O verbo é defectivo: só se usa nas formas arrizotônicas, mas
nas formas em que se usa, é regular. Presente Indicativo: precavemos, precaveis. Pretérito
Imperfeito: precavia, precavias, precavia, precavíamos, precavíeis, precaviam. Pretérito Perfeito:
precavi, precaveste, precaveu, precavemos, precavestes, precaveram. Pretérito Mais-Que-Perfeito:
precavera, precaveras, precavera, precavêramos, precavêreis, precaveram. Futuro do Presente:
precaverei, precaverás, precaverá, precaveremos, precavereis, precaverão. Futuro do Pretérito:
precaveria, precaverias, precaveria, precaveríamos, precaveríeis, precaveriam. Subjuntivo Presente:
Não há. Imperfeito: precavesse, precavesses, precavesse, precavêssemos, precavêsseis, precavessem.
Futuro: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem. Gerúndio:
precavendo. Particípio: precavido. Infinitivo Impessoal: precaver. Infinitivo Pessoal: precaver,
precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem.
VOZES DO VERBO
Voz do verbo é a forma que este toma para indicar que a ação verbal é praticada ou sofrida
pelo sujeito. Três são as vozes dos verbos: a ativa, a passiva e a reflexiva.
Um verbo está na voz ativa quando o sujeito é agente, isto é, faz a ação expressa pelo verbo.
Ex.: O caçador abateu a ave.
Um verbo está na voz passiva quando o sujeito é paciente, isto é, sofre, recebe ou desfruta, a
ação expressa pelo verbo. Ex.: A ave foi abatida pelo caçador.
Obs.: Só verbos transitivos podem ser usados na voz passiva.
FORMAÇAO DA VOZ PASSIVA
A voz passiva, mais freqüentemente, é formada:
1) Pelo verbo auxiliar ser seguido do particípio do verbo principal (passiva analítica).
Ex.: O homem é afligido pelas doenças.
Na passiva analítica, o verbo pode vir acompanhado pelo agente da passiva. Menos
freqüentemente, pode-se exprimir a passiva analítica com outros verbos auxiliares.
Ex.: A aldeia estava isolada pelas águas. (agente da passiva)
2) Com o pronome apassivador se associado a um verbo ativo da terceira pessoa (passiva
pronominal).
Ex.: Regam-se as plantas.
Organizou-se o campeonato.
(sujeito paciente)
(pronome apassivador ou partícula apassivadora)
VOZ REFLEXIVA
Na voz reflexiva o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente: faz uma ação cujos efeitos
ele mesmo sofre.
Ex.: O caçador feriu-se.
A menina penteou-se.
O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos me, te, se, nos, vos, se. Estes
pronomes são reflexivos quando se lhes podem acrescentar: a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a
nós mesmos, etc., respectivamente.
Ex.: Consideras-te aprovado? (a ti mesmo)
pronome reflexivo
Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os
verbos desta voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se geralmente, no plural e podem ser
reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.
Ex.: Amam-se como irmãos.
Os pretendentes insultaram-se. (Pronome reflexivo recíproco)
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase:
Ex.: Gutenberg inventou a imprensa. Æ
A imprensa foi inventada por Gutenberg.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da
passiva e o verbo ativo revestirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Ex.: Os calores intensos provocam as chuvas. Æ
As chuvas são provocadas pelos calores
intensos.
Eu o acompanharei. .. Ele será acompanhado por mim.
Obs.: Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente da passiva.
Ex.: Prejudicaram-me. .. Fui prejudicado.
CONJUGAÇÃO DE UM VERBO NA VOZ PASSIVA ANALÍTICA: VERBO GUIAR
Indicativo Presente: sou guiado, és guiado, é guiado, somos guiados, sois guiados, são guiados.
Pretérito Imperfeito: era guiado, eras guiado, era guiado, éramos guiados, éreis guiados, eram
guiados. Pretérito Perfeito Simples: fui guiado, foste guiado, foi guiado, fomos guiados, fostes
guiados, foram guiados. Pretérito Perfeito Composto: tenho sido guiado, tens sido guiado, tem sido
guiado, temos sido guiados, tendes sido guiados, têm sido guiados. Pretérito Mais-Que-Perfeito: fora
guiado, foras guiado, fora guiado, fôramos guiados, fôreis guiados, foram guiados. Pretérito Mais-
QuePerfeito Composto: tinha sido guiado, tinhas sido guiado, tinha sido guiado, tínhamos sido
guiados, tínheis sido guiados, tinham sido guiados. Futuro do Presente Simples: serei guiado, serás
guiado, será guiado, seremos guiados, sereis guiados, serão guiados. Futuro do Presente
Composto: terei sido guiado, terás sido guiado, terá sido guiado, teremos sido guiados, tereis sido
guiados, terão sido guiados. Futuro do Pretérito Simples: seria guiado, serias guiado, seria guiado,
seríamos guiados, seríeis guiados, seriam guiados. Futuro do Pretérito Composto: teria sido guiado,
terias sido guiado, teria sido guiado, teríamos sido guiados, teríeis sido guiados, teriam sido guiados.
Imperativo Afirmativo: sê guiado, seja guiado, sejamos guiados, sede guiados, sejam guiados.
Imperativo Negativo: não sejas guiado, não seja guiado, não sejamos guiados, não sejais guiadas,
não sejam guiados. Pretérito Imperfeito: fosse guiado, fosses guiado, fosse guiado, fôssemos
guiados, fôsseis guiados, fôssem guiados. Pretérito Perfeito: tenha sido guiado, tenhas sido guiado,
tenha sido guiado, tenhamos sido guiados, tenhais sido guiados, tenham sido guiados. Pretérito MaisQue-
Perfeito: tivesse sido guiado, tivesses sido guiado, tivesse sido guiado, tivéssemos sido guiados,
tivésseis sido guiados, tivessem sido guiados. Futuro Simples: for guiado, fores guiado, for guiado,
formos guiados, fordes guiados, forem guiados. Futuro Composto: tiver sido guiado, tiveres sido
guiado, tiver sido guiado, tivermos sido guiados, tiverdes sido guiados, tiverem sido guiados. Infinitivo
Impessoal Presente: ser guiado. Infinitivo Impessoal Pretérito: ter sido guiado. Infinitivo Pessoal
Presente: ser guiado, seres guiado, ser guiado, sermos guiados, serdes guiados, serem guiados.
Infinitivo Pessoal Pretérito: ter sido guiado, teres sido guiado, ter sido guiado, termos sido guiados,
terdes sido guiados, terem sido guiados. Gerúndio Presente: sendo guiado. Gerúndio Pretérito:
tendo sido guiado. Particípio: guiado.
CONJUGAÇÃO DOS VERBOS PRONOMINAIS: VERBO LEMBRAR-SE
Indicativo Presente: lembro-me, lembras-te, lembra-se, lembramo-nos, lembrai-vos, lembram-se.
Pretérito Imperfeito: lembrava-me, lembravas-te, lembrava-se, lembrávamo-nos, lembráveis-vos,
lembravam-se. Pretérito Perfeito Simples: lembrei-me, lembraste-te, lembrou-se, etc. Pretérito
Perfeito Composto: tenho-me lembrado, tens-te lembrado, tem-se lembrado, temonos lembrado,
tendes-vos lembrado, têm-se lembrado. Pretérito Mais-Que-Perfeito Simples: lembrara-me,
lembraras-te, lembrara-se, lembráramo-nos, lembráreis-vos, lembraram-se. Pretérito Mais-Que-
Perfeito Composto: tinha-me lembrado, tinhas-te lembrado, tinha-se lembrado, tínhamo-nos
lembrado, tínheis-vos lembrado, tinham-se lembrado. Futuro do Presente Simples: lembrar-me-ei,
lembrar-te-ás, lembrar-se-á, lembrar-nosemos, lembrar-vos-eis, lembrar-se-ão. Futuro do Presente
Composto: ter-me-ei lembrado, ter-te-ás lembrado, ter-se-á lembrado, ter-nos-emos lembrado, ter-
vos-eis lembrado, ter-se-ão lembrado. Futuro do Pretérito Simples: lembrar-me-ia, lembrar-te-ias,
lembrar-se-ia, lembrar-nos-íamos, lembrar-vos-íeis, lembrar-se-iam. Futuro do Pretérito Composto:
ter-meia lembrado, ter-te-ias lembrado, ter-se-ia lembrado, ternos-íamos lembrado, ter-vos-íeis
lembrado, ter-se-iam lembrado. Subjuntivo Presente: lembre-me, lembres-te, lembre-se, lembremonos,
lembreis-vos, lembrem-se. Pretérito Imperfeito: lembrasse-me, lembrasses-te, lembrasse-se,
lembrássemo-nos, lembrásseis-vos, lembrassem-se. Pretérito Perfeito: nesse tempo não se usam
pronomes oblíquos pospostos, mas antepostos ao verbo: que me tenha lembrado, que te tenhas
lembrado, que se tenha lembrado, etc. Pretérito Mais-Que-Perfeito: tivesse-me lembrado, tivesses-
te lembrado, tivessese lembrado, tivéssemo-nos lembrado, tivésseis-vos lembrado, tivessem-se
lembrado. Futuro Simples: neste tempo, os pronomes oblíquos são antepostos ao verbo: se me
lembrar, se te lembrares, se se lembrar, etc. Futuro Composto: neste tempo os pronomes oblíquos
são antepostos ao verbo: se me tiver lembrado, se te tiveres lembrado, se se tiver lembrado, etc.
Imperativo Afirmativo: lembra-te, lembra-se, lembremo-nos, lembrai-vos, lembrem-se. Imperativo
Negativo: não te lembres, não se lembre, não nos lembremos, etc. Infinitivo Presente Impessoal:
ter-me lembrado. Infinitivo Presente Pessoal: lembrar-me, lembrares-te, lembrar-se, lembrarmo-nos,
lembrardes-vos, lembraremse. Infinitivo Pretérito Pessoal: ter-me lembrado, tereste lembrado, ter-se
lembrado, termo-nos lembrado, terdes-vos lembrado, terem-se lembrado. Infinitivo Pretérito
Impessoal: ter-se lembrado. Gerúndio Presente: lembrando-se. Gerúndio Pretérito: tendo-se
lembrado. Particípio: não admite a forma pronominal.
VERBOS ANÔMALOS
São chamados de anômalos os verbos que apresentam mais de um radical em sua
conjugação. Em português, são anômalos os verbos ser, ir, pôr e vir, cujas conjugações já vimos.
VERBOS DEFECTIVOS
Verbos defectivos são os que não possuem a conjugação completa por não serem usados em
certos modos, tempos ou pessoas. A defectividade verbal verifica-se principalmente em formas que,
por serem antieufônicas (exemplos: abolir, primeira pessoa do singular do Indicativo Presente) ou
homofônicas (exemplo: soer, primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo), não foram
vivificadas pelo uso. Há, porém, casos de verbos defectivos que não se explicam por nenhuma razão
de ordem fonética, mas pelo simples desuso. Registra-se maior incidência de defectividade verbal na
terceira conjugação e em formas rizotõnicas.
Os verbos defectivos podem ser distribuídos em quatro grupos:
1o) Os que não têm as formas em que ao radical seguem "A" ou "O", o que ocorre apenas no Presente
do Indicativo e do Subjuntivo e no Imperativo. O verbo abolir serve de exemplo:
Indicativo Subjuntivo Imperativo
Presente Presente Afirmativo Negativo
……..
aboles
abole
abolimos
abolis
abolem
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
abole
……..
……..
aboli
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
Pertencem a este grupo, entre outros, aturdir, brandir, carpir, colorir, delir, demolir, exaurir,
explodir, fremir, haurir, delinqüir, extorquir, puir, ruir, retorquir, latir, urgir, tinir, nascer.
Obs.: Em escritores modernos aparecem, no entanto, alguns desses verbos, na primeira pessoa do
Presente do Indicativo, como explodo, lato, etc.
2°) Os que só se usam nas formas em que ao radical segue "I", ou seja, nas formas arrizotônicas.
A defectividade desses verbos, como nos do primeiro grupo, só se verifica no Presente do
Indicativo e do Subjuntivo e no Imperativo. Sirva de exemplo, o verbo falir.
Indicativo Subjuntivo Imperativo
Presente Presente Afirmativo Negativo
……..
……..
……..
falimos
falis
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
fali
……..
……..
……..
……..
……..
……..
……..
Seguem este paradigma: aguerrir, embair, empedernir, remir, transir, etc. Pertencem também a
este grupo os verbos adequar e precaver-se, pois só possuem as formas arrizotônicas.
Obs.: Rizotônicos são os vocábulos cujo acento tônico incide no radical. Aqueles, pelo contrário, que
têm o acento tônico depois do radical, se dizem arrizotônicos.
3°) Verbos, que pela sua significação, não podem ter Imperativo (acontecer, poder e caber) ou que, por
exprimir ação recíproca (entrechocar-se, entreolhar-se) se usam exclusivamente nas três pessoas do
plural.
4°) Os três seguintes, já estudados, que apresentam particularidades especiais: reaver, prazer e soer.
Verbos que exprimem fenômenos meteorológicos, como chover, ventar, trovejar, etc. a rigor
não são defectivos, uma vez que, em sentido figurado, podem ser usados em todas as pessoas.
As formas inexistentes dos verbos defectivos são compensadas:
a) com as de um verbo sinônimo: eu recupero, tu recuperas, etc. (para reaver); eu redimo, tu redimes,
ele redime, eles redimem (para remir); eu me previno ou me acautelo, etc. (para precaver);
b) com construções perifrásticas: estou demolindo, estou colorindo, vou à falência; embora o cachorro
comece a latir, etc.
VERBOS ABUNDANTES
Verbos abundantes são os que apresentam duas ou mais formas em certos tempos, modos ou
pessoas: comprazi-me e comprouve-me, apiedo-me e apiado-me, elegido e eleito.
Estas variantes verbais são mais comuns no particípio, havendo numerosos verbos,
geralmente transitivos, que, ao lado do particípio regular em "ado" ou "ido", possuem outro, irregular,
às vezes, proveniente do particípio latino. Eis alguns desses verbos:
absolver: absolvido, absolto
aceitar: aceitado, aceito
acender: acendido, aceso
anexar: anexado, anexo
assentar: assentado, assente
benzer: benzido, bento
confundir: contundido, contuso
despertar: despertado, desperto
dispersar: dispersado, disperso
entregar: entregado, entregue
eleger: elegido, eleito
erigir: erigido, ereto
expelir: expelido, expulso
expulsar: expulsado, expulso
expressar: expressado, expresso
exprimir: exprimido, expresso
extinguir: extinguido, extinto
frigir: frigido, frito
ganhar: ganhado, ganho
incorrer: incorrido, incurso
imprimir: imprimido, impresso
incluir: incluído, incluso
inserir: inderido, inserto
isentar: isentado, isento
limpar: limpado, limpo
matar: matado, morto
morrer: morrido, morto
nascer: nascido, nato
As formas regulares usam-se, via de regra, com os auxiliares ter e haver (voz ativa) e as
irregulares com os auxiliares ser e estar (voz passiva). Exemplos:
Foi temeridade haver aceitado o convite.
O convite foi aceito pelo professor.
O caçador tinha soltado os cães.
Os cães não seriam soltos pelo caçador.
O pescador teria salvado o náufrago.
O náufrago (estaria ou seria) salvo.
Esta regra, no entanto, não é seguida rigorosamente, havendo numerosas formas irregulares
que se usam tanto na voz ativa como na passiva, e algumas formas regulares também são
empregadas na voz passiva. Exemplos:
Tinha aceitado ou aceito o convite.
O convite foi aceito.
Tinha acendido ou aceso as velas.
As velas eram acesas ou acendidas.
Tinham elegido ou eleito os candidatos.
Os candidatos são ou estão eleitos.
As formas irregulares, sem dúvida por serem mais breves, gozam de franca preferência, na
língua atual e algumas, tanto se impuseram, que acabaram por suplantar as concorrentes. É o caso de
ganho e pago, que vêm tornando obsoletos os particípios ganhado e pagado. Assim também se
explicam as formas pasmo e empregue, por pasmado e empregado, indevidamente condenadas por
alguns autores, mas de largo uso na língua falada e escrita.
VERBOS IMPESSOAIS
Sabemos o que vem a ser sujeito; pois bem, um verbo se diz impessoal quando a ação não faz
referência a nenhum sujeito especificado, a nenhuma causa determinada.
Se, por um lado, há verbos como escrever, ler, abrir, quebrar, que sempre apresentam a ação
em relação com uma causa produtora, com uma pessoa gramatical - chamando-se por isso, verbos
pessoais - por outro lado há certos verbos como chover, trovejar, ventar, nevar, relampejar, anoitecer e
outros, cuja ação não é atribuída a nenhum sujeito, constituindo estes verbos a classe dos verbos
impessoais.
Exemplos: "Chovia torrencialmente."
"Ventou muito durante a noite."
Obs.: Nessas orações acima, não há quem pratique a ação dos verbos destacados.
Dos verbos impessoais, há os que são essencialmente impessoais e os que são
acidentalmente impessoais.
IMPESSOAIS ESSENCIAIS
Um verbo se diz impessoal essencial quando, no seu sentido verdadeiro e usual, não atribui a
ação a nenhuma causa verdadeira, isto é, a nenhum sujeito.
Os verbos que indicam fenômenos da natureza inorgânica ou fenômenos meteorológicos, ou
seja, os que indicam fenômenos da atmosfera, pertencem à classe dos impessoais essenciais.
Exemplos: "Chove hoje. "
“Anoitecia quando ele chegou."
"Ontem trovejou."
São orações em que os verbos (chove, anoitecia, trovejou) são impessoais essenciais, pois
nesse sentido são comumente usados sem atribuir a ação de chover, de anoitecer, de trovejar a
nenhum sujeito. Todos esses verbos só se conjugam na 3a pessoa do singular.
Obs.: Tais verbos podem deixar de ser impessoais uma vez que se lhes dê um sujeito que se
apresente ao espírito como causa da ação por eles expressa; se dissermos: "Os céus chovem", "As
nuvens trovejam", "O dia amanheceu nublado" - passamos a empregar esses verbos pessoalmente,
pois estamos a eles atribuindo um sujeito (os céus, as nuvens, o dia).
Ainda um segundo processo existe de tornar pessoal um verbo impessoal: empregá-lo em
sentido figurado, comparado. Exemplos:
"Os canhões trovejam."
“A vida já nos anoitece."
"As baionetas relampagueavam."
“Amanhecemos alegres.
(Estávamos alegres quando amanheceu.)
Os verbos dessas orações estão empregados comparativamente, isto é, em sentido que não
lhes é próprio, em sentido figurado, comparado.
IMPESSOAIS ACIDENTAIS
Ao lado dos verbos impessoais essenciais há os impessoais acidentais; assim se denominam
os verbos que, em sua significação natural, isto é, como comumente são usados, têm sempre o
respectivo sujeito, mas que, em determinados casos, ou seja, acidentalmente, tornam-se impessoais.
Se no parágrafo anterior o verbo era de natureza impessoal e só eventualmente se tornava
pessoal, agora temos o caso contrário.
São verbos impessoais:
1o) HAVER
sendo, portanto, usado invariavelmente na 3a pessoa do singular, quando significa:
Existir:
"Sofria sem que houvesse motivos."
"Há plantas carnívoras."
"Havia rosas em todo o canto. "
Acontecer, Suceder:
"Houve casos difíceis. " "Não haja desavenças entre vós."
Decorrer, Fazer:
"Há meses que não o vejo. "
"Haverá nove dias que ele nos visitou."
"Havia já duas semanas que não trabalhava."
Realizar-se:
"Houve festas e jogos."
Obs.: O verbo haver transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os
quais, por isso, permanecem invariáveis na 3a pessoa do singular:
Vai haver eleições enão "Vão haver."
Locução verbal
Deve haver homens na sala e não “Devem haver."
Locução verbal
2°) FAZER, SER E ESTAR (com referência a tempo)
Faz dois anos que me formei.
Hoje fez muito calor.
Era no mês de maio.
Abria a janela, se estava calor.
Obs.: Estes verbos também passam a sua impessoalidade para os seus auxiliares na locução verbal.
"Vai fazer cinco anos que ele morreu. "
locução verbal
e não "vão fazer... "
pois o verbo fazer é nesse sentido, impessoal ("Faz cinco anos").
EXERCÍCIOS
1) Se você ........................... no próximo domingo e .................... de tempo .................. assistir a final
do campeonato.
a) vir / dispor / vá
b) vir / dispuser / vai
c) vier / dispor / vá
d) vier / dispuser / vá
e) vier / dispor / vai
2) Ele ............... que lhe ............... muitas dificuldades, mas enfim ............... a verba para a pesquisa.
a) receara / opusessem / obtera
b) receara / opusessem / obtivera
c) receiara / opossem / obtivera
d) receiara / oposessem / obtera
e) receara / opossem / obtera
3) A segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo precaver é:
a) precavias
b) precavieste
c) precaveste
d) precaviste
e) n. d. a.
4) Assinale a alternativa que se encaixe no período seguinte: "Se você ....................... e o seu irmão
...................., quem sabe você ............... o dinheiro.”
a) requeresse / interviesse / reouvesse
b) requisesse / intervisse / reavesse
c) requeresse / intervisse / reavesse
d) requeresse / interviesse / reavesse
e) requisesse / intervisse / reouvesse
5) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da seguinte frase: "Quando ............... mais
aperfeiçoado, o computador certa mente ............... um eficiente meio de controle de toda a vida social."
a) estivesse / será d) estivesse / era
b) estiver / seria e) estiver / será
c) esteja / era
6) Quando ........................ todos os documentos, ............... um requerimento e ............... a chamada
de seu nome.
a) obtiver / redija / aguarda
b) obteres / rediges / aguardes
c) obtiveres / redige / aguarda
d) obter / redija / aguarde
e) obtiver / redija / aguarde
7) Ele ............... numa questão difícil de ser resolvida e ............... seus bens graças ao bom senso.
a) interviu / reouve d) interveio / reouve
b) interveio / rehaveu e) interviu / rehouve
c) interviu / reaveu
8) Em que frase a forma verbal não está flexionada corretamente?
a) Eu águo as flores que a sua mãe planta.
b) Ninguém creu no que ela declarou.
c) Se pores tudo em ordem, ficarei satisfeito.
d) Foi aos gritos que ela interveio na discussão.
e) Eu môo o grão, você depois faz o pão.
9) Indique a frase onde houver uma forma verbal incorreta.
a) Os vegetais clorofilados sintetizam seu próprio alimento.
b) Se ela vir de carro, chame-me.
c) Lembramos-lhes que o eucalipto é uma excelente planta para o reflorestamento.
d) Há rumores de que pode haver novo racionamento de gasolina.
e) n.d.a.
RESPOSTAS
1) d 4) a 7) d
2) b 5) e 8) c
3) c 6) e 9) b
FLEXÃO VERBAL
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de possibilidades de flexão na
língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma
falávamos, por exemplo, indica, por meio de seus morfemas:
a. a ação de falar (fal-);
b. o tempo em que tal ação ocorre: pretérito imperfeito (-va);
c. a pessoa gramatical que pratica essa ação: 1ª pessoa do plural, nós (-mos);
d. o modo como é encarada essa ação: modo indicativo, pois expressa um fato realmente ocorrido no
passado;
e. que o sujeito – nós – pratica a ação expressa pelo verbo: voz ativa.
O verbo flexiona-se em número, pessoa, tempo, modo e voz.
NÚMERO
O verbo admite singular e plural, concordando com seu sujeito:
A tartaruga desapareceu.
As tartarugas desapareceram.
PESSOA
Servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser:
a.
do singular – corresponde ao pronome pessoal eu:
Eu respondo.
b.
do plural – corresponde ao pronome pessoal nós:
Nós respondemos.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser:
a.
do singular – corresponde ao pronome tu:
Tu respondes.
b.
do plural – corresponde ao pronome vós:
Vós respondeis.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser:
a.
do singular – corresponde aos pronomes pessoais ele, ela:
Ela responde.
b.
do plural – corresponde aos pronomes pessoais eles, elas:
Eles respondem.
As flexões de pessoa e número vêm associadas uma à outra, ou seja, ao indicar a pessoa
gramatical, o morfema indica também o número. Portanto, pessoa e número correspondem
praticamente a uma única flexão:
MODO
É a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante em relação ao fato que
comunica. Há três modos em português:
1.
indicativo: o falante afirma ou nega fatos, considerando que eles ocorreram, ocorrem ou
ocorrerão.
O pessoal socorreu as tartarugas.
O médico não socorreu as tartarugas.
2.
subjuntivo: o falante considera o fato como uma possibilidade, um receio, um desejo, mas não o
considera ainda como uma ocorrência.
Temo que o pessoal não socorra as tartarugas.
Gostaria que o pessoal socorresse as tartarugas.
Esperávamos que o pessoal socorresse as tartarugas.
É possível que o pessoal socorra as tartarugas.
Talvez o pessoal socorra as tartarugas.
Oxalá o pessoal socorra as tartarugas.
3.
imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido.
Socorram as tartarugas!
Por favor, socorram as tartarugas!
TEMPO
É a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que
se fala (momento da enunciação). Os três tempos básicos são:
1.
presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Fecho os olhos, agito a cabeça. (Graciliano Ramos)
O presente do modo indicativo apresenta, também, um emprego atemporal, ou seja, que vale
para todos os tempos. Observe os exemplos:
“... depois de os ovos serem enterrados, o nascimento demora de 45 a 60 dias”. (trata-se de um fato
atemporal, pois sempre o nascimento demora esse tempo.)
A Lua reflete a luz solar.
Mais vale um pássaro na mão que dois voando.
2.
pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala:
Fechava os olhos, agitava a cabeça.
3.
futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
-Fecharei os olhos, agitarei a cabeça... Você acha que assim a cena ficará melhor?
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o presente.
As flexões de tempo e modo vêm associadas uma à outra, de forma que constituem
praticamente uma única flexão.
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo)
imperfeito (falava)
Pretérito
perfeito (falei)
mais-que-perfeito (falara)
INDICATIVO
do presente (falarei)
Futuro
do pretérito (falaria)
Presente (fale)
Pretérito imperfeito (falasse)
Futuro (falar)
SUBJUNTIVO
Há ainda três formas que não exprimem com exatidão o tempo em que se dá o fato expresso.
São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples.
impessoal (falar)
Infinitivo
pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
FORMAS NOMINAIS
Gerúndio (falando)
Particípio (falado)
VOZ
O sujeito do verbo pode ser:
a. agente do fato expresso:
O carroceiro disse um palavrão ... (Alcântara Machado)
(O carroceiro = sujeito agente)
O verbo está na voz ativa.
b. paciente do fato expresso
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
(Um palavrão = sujeito paciente)
O verbo está na voz passiva.
c. agente e paciente do fato expresso:
O carroceiro machucou-se.
(O carroceiro = sujeito agente e paciente)
O verbo está na voz reflexiva.
Aspecto verbal
Além das flexões mencionadas, o verbo também pode indicar aspecto, que é a expressão das
várias fases de desenvolvimento do processo verbal, isto é, o começo, a duração ou o resultado da
ação. Exemplos:
A criança começou a falar. (tempo: pretérito – aspecto: início da ação)
A criança começará a falar. (tempo: futuro – aspecto: início da ação)
As duas formas verbais estão em tempos diferentes. O aspecto é o mesmo.
Em português, a noção de aspecto verbal:
a. está contida na significação do verbo: há verbos que, pelo seu sentido, já incluem a idéia de
aspecto:
Elas chegaram às dez horas. (O verbo chegar marca o fim de uma ação; aspecto conclusivo.)
b. decorre do próprio tempo empregado, geralmente um tempo simples, que já implica noção de
aspecto:
Falava muito. (marca a repetição da ação; aspecto freqüentativo ou iterativo.)
c. decorre da utilização de sufixos que podem acentuar um determinado aspecto:
O pássaro saltitava. (Ação repetida; aspecto freqüentativo.)
Outros exemplos: namoricar, dormitar, bebericar, chuviscar, etc. Nesses verbos, os sufixos é
que indicam ação repetida.
d. pode decorrer do emprego de locuções verbais:
Estou comendo. (Ação em curso; aspecto durativo.)
Eis alguns aspectos verbais:
a. habitual, iterativo ou freqüentativo: expressa freqüência, hábito ou repetição sistemática do
processo expresso pelo verbo.
Ela costuma sair às dez horas.
Lava a roupa, lava a louça, varre que varre. (Dalton Trevisan)
Ela anda a namorar.
Um passarinho amarelo saltitava na janela.
b. inceptivo ou incoativo: mostra o início do processo indicado pelo verbo:
Amanheceu um dia lindo.
Tornou-se representante da classe.
c. conclusivo ou cessativo: o processo é observado em sua fase final:
Chegaram as visitas.
Acabou de falar teu nome.
Acabou a água.
Deixou de beber.
Parou de fumar.
d. cursivo, durativo ou progressivo: o processo apresenta-se em seu curso.
Ela vive bem.
A chuva caía lentamente.
Estávamos cantando.
Ela continua cantando.
Ela continua a cantar.
Ela continua a conversar.
Estávamos conversando.
Ela continua conversando.
ADVÉRBIO
É uma palavra que modifica (que se refere) a um verbo, a um adjetivo, a um outro advérbio.
A maioria dos advérbios modifica o verbo, ao qual acrescenta uma circunstância. Só os de
intensidade é que podem também modificar adjetivos e advérbios.
Æ
Mora muito longe. (muito = modifica o advérbio longe).
Æ
Sairei cedo para alcançar os excursionistas (cedo = modifica o verbo sairei).
Æ
Eram exercícios bem difíceis (bem = modifica o adjetivo difíceis).
CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS
1º) De Afirmação: sim, certamente, deveras, realmente, incontestavelmente, efetivamente.
2º) De Dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente, decerto, certo.
3º) De Intensidade: muito, mui, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, demasiado, meio, todo,
completamente, profundamente, demasiadamente, excessivamente, demais, nada, ligeiramente,
levemente, quão, quanto, bem, mas, quase, apenas, como.
4º) De Lugar: abaixo, acima, acolá, cá, lá, aqui, ali, aí, além, algures, aquém, alhures, nenhures, atrás,
fora, afora, dentro, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, donde, detrás.
5º) De Modo: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, adrede, debalde, melhor, pior, aliás, calmamente,
livremente, propositadamente, selvagemente, e quase todos os advérbios terminados em
"mente".
6º) De Negação: não, absolutamente.
7º) De Tempo: agora, hoje, amanhã, depois, ontem, anteontem, já, sempre, amiúde, nunca, jamais,
ainda, logo, antes, cedo, tarde, ora, afinal, outrora, então, breve, aqui, nisto, aí, entrementes, brevemente,
imediatamente, raramente, finalmente, comumente, presentemente, etc.
Há ainda advérbios interrogativos: onde? aonde? quando? como? por quê?: Onde estão eles?
Quando sairão? Como viajaram? Por que não telefonaram?
LOCUÇÕES ADVERBIAIS
São duas ou mais palavras com função de advérbio: às tontas, às claras, às pressas, às ocultas, à
toa, de vez em quando, de quando em quando, de propósito, às vezes, ao acaso, ao léu, de repente,
de chofre, a olhos vistos, de cor, de improviso, em breve, por atacado, em cima, por trás, para trás, de
perto, sem dúvida, passo a passo, etc.
CONJUNÇÃO
É o vocábulo que estabelece relação entre dois vocábulos ou duas orações. Ao ligar orações,
a conjunção pode apenas ligar os elementos, conservando-os independentes, ou estabelecer
dependência entre as orações. No primeiro caso, as conjunções são chamadas coordenativas; no
segundo, subordinativas.
Coordenativas - de acordo com a relação que estabelecem entre as orações, subdividem-se em:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Exemplos - frases extraídas do livro Técnica de Redação, de Magda B.Soares e Edson N. Campos.
"Na vida, como no futebol, nada é definitivo: estamos sempre transitando entre vitórias e derrotas. O futebol
constitui, portanto, verdadeiro paralelo com a vida do homem e em especial com a vida em sociedade, pois é um
jogo que estimula a cooperação em grupo como fator decisivo para a vitória."
(Futebol - fenômeno lingüístico, de M. Do Carmo O. Fernández)
portanto - conclusiva
pois - explicativa
e - aditiva
"No começo, as fantasias eram luxuosas, bem cuidadas, ricamente elaboradas, mas a inflação foi aumentando e as
fantasias escassearam porque ficaram dispendiosas."
(Revista Rio: Carnaval e Samba)
mas - adversativa
porque - explicativa
Entre as manifestações folclóricas estão as festas. São celebrações dentro de uma comunidade humana. Os
homens ou celebram o dia de um santo particular ou celebram uma colheita; ou festejam um acontecimento
religioso, ou festejam para esquecer o dia-a-dia. As festas folclóricas têm, pois, motivos diferentes que orientam
sua organização.
ou ... ou - alternativa
pois - conclusiva
Subordinativas -de acordo com a relação de dependência que estabelecem entre as orações que
ligam, essas conjunções se subdividem em: causais, condicionais, finais, temporais, comparativas,
consecutivas, integrantes, conformativas e proporcionais. Exemplos:
"Sua participação crítica no espetáculo, já que conhece as regras do jogo, é tão profunda que ele vive o lance com
mais vibração do que o próprio craque."
(Futebol - fenômeno lingüístico, de M. Do Carmo O. Fernández)
já que - causal
tão ... que - consecutiva
do que - comparativa
Embora as transmissões ao vivo dos jogos de futebol pela televisão apresentem um nível tecnicamente bastante
baixo, a audiência é garantida, como atestam as pesquisas do IBOPE.
embora - concessiva
como - conformativa
Se o futebol fosse proibido, o povo perderia um importante mecanismo liberatório de suas tensões e angústias.
se - condicional
Como o esporte é um mecanismo liberatório de tensões, o povo invade os estádios para que as angústias da vida
cotidiana sejam esquecidas.
como - causal
para que - finalidade
Quando seu time consegue a vitória, a torcida expande sua alegria numa verdadeira festa liberatória de tensões.
quando - temporal
À medida que a sociedade tecnológica desumaniza o homem, cresce o fascínio por mecanismos de liberação de
tensões e insatisfações, como o futebol.
à medida que - proporcional
Quando o torcedor foi atropelado, o advogado de defesa reconheceu que a vítima atravessava a rua
distraidamente, porque ouvia um jogo no rádio de pilha.
quando - temporal
que - integrante
porque - causal
PREPOSIÇÃO
São conectores que estabelecem ligação entre vocábulos. Ao estabelecer essa ligação, a
preposição marca também a subordinação do segundo ao primeiro. O primeiro é o termo determinado,
o segundo é o termo determinante. Observe:
Termo determinado Preposição Termo determinante
civilização da cana
belezas das formas brancas
dureza do osso
corpo do vaqueiro
lutar contra os espinhos
moitas de bananeiras
esconder sob uma couraça
Algumas preposições possuem, além de seu sentido básico, outras possibilidades de
significação, contribuindo para imprimir novos sentidos nas relações que estabelecem entre os
vocábulos. Observe estas frases extraídas do conto História porto-alegrense, de Moacyr Scliar.
"... assumiste um cargo na direção da firma do pai dela." (posse)
"Eu já morava nesta cidade quando tu apareceste, o altivo filho de um fazendeiro de fronteira."
(oigem)
"Me instalaste numa casinha simpática. De madeira, mas muito simpática." (Matéria)
Uma outra informação a respeito das preposições: a presença ou não de preposição determina
uma mudança na relação entre os vocábulos, gerando diferentes sentidos. Cartazes colocados ao
longo da Rodovia Presidente Dutra (que liga Rio e São Paulo), durante o mês de dezembro, continham
o seguinte apelo:
VIVA EM 98
Trata-se de um conselho, ainda que velado, para as pessoas dirigirem com cuidado, não se
excederem na velocidade, não beberem antes de dirigir, etc. Equivale a "Mantenha-se vivo em 98."
Evidentemente, foi aproveitada a frase muito ouvida nas aclamações: "Viva 98! " , que significa "Salve
98! " A presença da preposição em nos faz atribuir a VIVA função de um verbo porque o conjunto em
+ 98 funciona como uma expressão adverbial. Sem a preposição, VIVA reduz-se a uma simples
interjeição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO
1.Sujeito e predicado
sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.
predicado: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.
•
As andorinhas voavam em festa.
sujeito predicado
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode ser
explicitado.
•
A noite chegou fria.
O sujeito determinado pode ser:
Simples: tem só um núcleo: •
A caravana passa.
Composto: tem mais de um núcleo: •
A água e o fogo não coexistem.
Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível identificá-lo pelo
contexto.
(?) Falaram de você.
(?) Falou-se de você.
Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.
Choverá amanhã.
Haverá reclamações.
Faz quinze dias que vem chovendo.
É tarde
2.Termos ligados ao verbo
Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.
Os pássaros fazem seus ninhos.
Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.
A decisão cabe ao diretor.
Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que ocorre a ação.
O cortejo seguia pelas ruas.
Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou a ação.
O fogo foi apagado pela água.
3. Termos ligados ao nome
Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo.
As fortes chuvas de verão estão caindo.
Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e do objeto.
•
As ruas dormiam quietas .
suj. pred. suj.
•
Os juízes consideram injusto o resultado.
pred. obj. obj. dir.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um equivalente
do nome a que se refere.
O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.
Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual se
projeta a ação.
Procederam à remoção das pedras.
4. Vocativo: termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite
a anteposição da interjeição ó.
•
Amigos, eu os convido a sentar.
SINTAXE DO PERÍODO
1. Orações subordinadas substantivas
São aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.
Os meninos observaram que você chegou. (a sua chegada)
a) Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
É necessário que você volte.
Conta-se que havia antigamente um rei...
Convém que lutemos.
b) Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.
Eu desejava que você voltasse.
O professor deseja que seus alunos sejam bem sucedidos nos exames.
c) Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.
Não gostaram de que você viesse.
Ansiávamos por que ele terminasse a perigosa aventura.
d) Predicativa: exerce a função de predicativo.
A verdade é que ninguém se omitiu.
Os meus votos são que triunfes.
e) Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.
Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom .
Carlos fez referência a que eu o acompanhasse.
f) Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.
Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.
Aquele grande sonho, que o filho volte, continua a acalentar as esperanças da mãe.
2. Orações subordinadas adjetivas
São aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.
Na cidade há indústrias que poluem . (poluidoras)
a) Restritiva: é aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome relativo e
não vem entre vírgulas.
Serão recebidos os alunos que passarem na prova.
Explicativa: é aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propriedade
pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por pronome relativo e
vem entre vírgulas.
Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.
3. Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.
O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)
a) Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.
A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.
b) Consecutiva: indica a conseqüência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.
A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.
c) Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal.
Se você correr demais, ficará cansado.
d) Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.
Lutou como luta um bravo.
e) Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.
O time venceu embora tenha jogado mal.
f) Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração principal.
Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram .
g) Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.
Estudou para que fosse aprovado.
h) Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.
Chegou ao local, quando davam dez horas.
i) Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.
Aprendemos à medida que o tempo passa.
4. Orações coordenadas
São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.
Chegou ao local // e vistoriou as obras.
As coordenadas podem ou não vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas
sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que não se iniciam.
•
Presenciei o fato, mas ainda não acredito.
or. c. assindética or. c. sindética
As coordenadas assindéticas não se subclassificam.
As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:
a) Aditiva: estabelece uma relação de soma.
Entrou e saiu logo.
b) Adversativa: estabelece uma relação de contradição.
Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.
c) Alternativa: estabelece uma relação de alternância.
Aceite a proposta ou procure outra solução.
d) Conclusiva: estabelece relação de conclusão.
Penso, portanto existo.
e) Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento favorável ao
que foi dito na oração anterior.
Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.
EXERCÍCIOS
1) Questão de análise sintática típica dos vestibulares tradicionais:
(U. F. PERNAMBUCO) — No período “nunca pensei que ela acabasse”, a oração sublinhada classifica-se como:
a) subordinada adjetiva restritiva;
b) subordinada adjetiva explicativa;
c) subordinada adverbial final;
d) subordinada substantiva objetiva direta;
e) subordinada substantiva objetiva indireta.
(Resposta: D)
2) Questão de análise sintática típica dos vestibulares inovadores:
Esta questão coloca em jogo a combinação sintática entre duas orações e o significado resultante dela, sem exigir
análise formal nem o conhecimento de nomenclatura.
(U. F. PELOTAS) — A questão da incoerência em um texto quase sempre se liga a aspectos que ferem o
raciocínio lógico, a contradições entre uma passagem e outra do texto ou entre o texto e o conhecimento
estabelecido das coisas.
O fragmento da entrevista concedida pela atriz e empresária Íris Brüzzi, descartada a hipótese de utilização da
ironia, apresenta esse problema.
“Repoórter – Qual é o segredo para conservar sua beleza através dos tempos?
Íris – Acredito muito na beleza interior, a de fora acaba. A natureza tem sido generosa comigo. Desculpe a
modéstia, mas continuo bonita.(Diário Popular, 1996)”
a) Transcreva a frase que apresenta a incoerência.
Resposta: “Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.”
b) Reescreva essa frase, eliminando a incoerência.
Resposta: Desculpe a falta de modéstia, mas continuo bonita. ou Desculpe a imodéstia, mas continuo bonita.
ANÁLISE SINTÁTICA - ESTRUTURA SINTÁTICA
A ORAÇÃO
Todo enunciado que apresenta verbo é uma oração. Logo, o verbo é o núcleo de qualquer
estrutura oracional. Por conseguinte, a análise sintática de uma oração exige que partamos do verbo.
Ora os verbos apresentam complementos verbais, ora não apresentam complementos verbais. São
complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. O estudo dos complementos verbais é chamado
de predicação verbal.
Os auditores analisaram os balancetes.
O exemplo acima é uma oração, pois foi empregado o verbo analisar. É a expressão de
uma ação. Está flexionado no pretérito perfeito simples do modo indicativo. Contextualiza-se, portanto,
a prática de uma ação, o tempo em que essa ação ocorreu, o agente da ação e o referente passivo à
ação executada pelo sujeito agente.
O fiscal está apurando as denúncias.
Temos também uma oração. Trata-se do verbo apurar na forma composta. “está” é o seu
auxiliar. E “apurando” é o verbo principal no gerúndio. Trata-se de uma locução verbal.
Os relatórios que foram analisados comprometem a candidatura de Luíza.
Cada verbo é uma oração. Temos acima duas orações. Os termos grifados constituem a
primeira oração, com um verbo na forma simples. O termo em negrito constitui a segunda oração.
Nesta, o verbo analisar está na forma composta, ou seja, verbo auxiliar + verbo principal no particípio.
A oração em negrito integra o sujeito do verbo “comprometem”.
A PREDICAÇÃO VERBAL
Há orações que apresentam complemento verbal (objeto direto e objeto indireto).
Transitivos são os verbos que trazem complemento. A transitividade direta ocorre quando entre o
verbo e seu complemento não houver preposição, embora haja casos de objeto direto preposicionado.
Já a transitividade indireta se caracteriza pelo emprego de preposição entre o verbo e seu
complemento. Havendo objeto direto e objeto indireto, temos a transitividade direta e indireta.
E os verbos intransitivos? Intransitivos são os que não trazem complementos verbais.
CUIDADO: Existem verbos intransitivos que apresentam preposição, não para formar objeto indireto,
mas para compor adjunto adverbial. Observem os exemplos que seguem:
a) Os cientistas descobriram plausíveis soluções.
Sujeito v.t.d. Objeto direto
* Observe que o verbo em uso é transitivo, ou seja, apresenta complemento. Os cientistas
descobriram algo. “plausíveis soluções” complementa o verbo DESCOBRIR. Como o complemento
não apresenta preposição, a relação entre verbo e complemento se mostra direta. É bom ressaltar que
o sujeito praticou a ação de descobrir e “plausíveis soluções” recebeu a ação. Todo complemento
verbal direto, ou seja, todo objeto direto tem valor passivo.
b) Os cientistas necessitam de novos dados.
Sujeito v.t.i. objeto indireto
* Já nesse exemplo, o verbo vai buscar complemento com o apoio de uma preposição. A
preposição “de” caracteriza uma transitividade indireta. Quem necessita, necessita de algo. Justifica-
se, assim, a transitividade indireta, pois entre o verbo e seu complemento existe conectivo prepositivo.
c) As provas trouxeram complexidades aos candidatos
Sujeito v.t.d.i. obj. dir. obj. indir.
* O que o contexto verbal nos revela? “As provas” trouxeram algo a alguém. Dois são os
complementos verbais. Temos o objeto direto e o objeto indireto. O objeto direto é “complexidades” ; o
objeto indireto é “aos candidatos”. Verifique, candidato(a), que o objeto indireto está constituído por
três classes de palavras: preposição, artigo e substantivo. A preposição “a” e o artigo masculino/plural
“os” se aglutinam.
d) Luciano viajou.
v.i.
* A intransitividade se justifica pela ausência de complemento verbal. O prefixo “in”
comunica a não transitividade verbal, isto é, o verbo não vai buscar complemento verbal. Intransitivo,
portanto, é o verbo que não apresenta complemento verbal (objeto direto e/ou objeto indireto).
e) A polícia chegou ao morro.
v.i. adjunto adverbial de lugar
f) Ela assiste em Olinda.
v.i. adjunto adverbial de lugar
* Os dois exemplos acima demonstram que, às vezes, a palavra verbal traz preposição.
Todavia, esse conectivo prepositivo não constitui complemento verbal. A preposição “a” do verbo
CHEGAR e a preposição “em” do verbo ASSISTIR (no sentido de morar, residir) proporcionam a
composição de adjuntos adverbiais de lugar. É mister esclarecer que também é comum um verbo
apresentar preposição para constituir adjuntos adverbiais. Com isso, podemos concluir que nem
sempre a preposição vinda do verbo gera complemento verbal indireto. É como se o verbo chegasse à
sua estabilidade com o apoio do adjunto adverbial.
A TRANSITIVIDADE VERBAL E A INTRANSITIVIDADE VERBAL EM ORAÇÕES RELATIVAS
Após a visão básica de transitividade e intransitividade verbal, como aproveitar essa revisão
de predicação verbal para aplicá-la em provas públicas? É comum solicitarem transitividade e
intransitividade verbal em períodos compostos que tragam pronomes relativos.
Toda oração que apresentar pronome relativo é subordinada adjetiva. Por conseguinte, essas
orações também são chamadas de orações relativas. E, ao se usar uma oração relativa, é necessário
observar se antes do pronome relativo o emprego de preposições é oportuno ou não à norma culta do
idioma. Para tanto, basta estar atento na predicação do verbo que estiver integrando a oração
subordinada adjetiva. Temos como pronomes relativos: QUE / QUEM / QUAL / ONDE / CUJO. Confira:
g) O livro de que necessito proporciona novos conhecimentos.
que
* O correto é “... de que necessito...” , pois quem necessita, necessita de algo. Como o verbo
necessitar pede a preposição “de”, devemos deslocá-la para antes do pronome relativo “que”. Trata-
se de pronome relativo, visto que esse conectivo está sendo usado, de fato, para substituir o
substantivo empregado anteriormente. A função do pronome relativo é justamente substituir um termo
empregado anteriormente (geralmente um substantivo ou um outro pronome). Sua função, portanto, é
um recurso gramatical que evita a pobreza de vocabulário, ou seja, impede a repetição literal do termo
utilizado anteriormente. No exemplo acima, se o concurso público exigir a função sintática do pronome
relativo “que”, devemos afirmar ser objeto indireto, pois a preposição exigida pelo verbo NECESSITAR
se desloca para sinalizar seu objeto indireto.
h) O cargo o qual me referi traz conforto.
ao qual
* “O cargo ao qual me referi traz conforto” é a estrutura que atenda à norma culta da Língua.
Assim, o pronome relativo “qual” exerce a função de objeto indireto, tendo a preposição “a” a função de
materializar a transitividade indireta exigida pelo verbo pronominal REFERIR-SE.. Esse pronome “se”
deve ser lido como pronome integrante ao verbo.
i) Os diretores a quem aludiram são corruptos. { correta a regência da oração relativa }
Objeto indireto
PARTICULARIDADE DO PRONOME RELATIVO “ONDE”
É comum afirmarem que a diferença entre “onde” e “aonde” é que “onde” não indica
movimento, e “aonde” indica movimento. Não é bem assim que devemos ler! O “a” aglutinado à forma
“onde” é justamente a preposição. Então, se houver necessidade do emprego da preposição “a” na
oração subordinada adjetiva, vinda da predicação verbal, que se desloque esse conectivo prepositivo
para antes do pronome relativo “onde”. Em “onde”, “aonde”, “donde” e “por onde” não há diferença.
Nas quatro exposições temos o único emprego da forma ONDE: só que nas três últimas exposições
existem preposições em uso explícito. Acompanhe os exemplos que seguem:
j) A casa onde irei é tranqüila.
aonde
* “... aonde irei...” é a forma correta, pois o verbo IR pede a preposição “a”, para constituir seu
adjunto adverbial de lugar.
k) A casa aonde moro é tranqüila
onde
* Morar não pede a preposição “a” . Assim, como poderia usar “aonde” no exemplo acima? A
forma correta é “... onde moro...” Ressaltemos, inclusive, que podemos substituir “onde” por “em que”
. Morar solicita a preposição “em”. Como a preposição “em” está inclusa no pronome relativo “onde”,
reafirmamos que a substituição de “onde” por “em que” tem procedência.
l) A casa donde vim é tranqüila
onde
* Quem vem, vem de algum lugar. Então, “... donde vim...” é a forma correta.
Poderíamos empregar “... por onde vim...” , pois quem vem, vem por algum lugar, também.
EXERCÍCIOS
Proposição única: Julgue as estruturas que seguem, empregando V ou F.
a) Os relatórios a que aspiro desapareceram da pasta. [ V – F ]
b) As fichas as quais aludiram provam que Murilo é incapaz. [ V – F ]
c) Renato encontrou as irmãs em quem confiamos [ V – F ]
d) Há drogas aonde ele se hospedou. [ V – F ]
e) O apartamento no qual chegamos há pinturas raras. [ V – F ]
f) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. [ V – F ]
g) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. [ V – F ]
h) O bairro de onde vim não proporciona segurança. [ V – F ]
i) O bairro onde moro não proporciona segurança. [ V – F ]
j) O bairro aonde andei não proporciona segurança. [ V – F ]
RESPOSTAS:
a) V
b) F ( “...às quais...” )
c) V
d) F ( “...onde ele...)
e) F ( “ No apartamento ao qual chegamos há pinturas raras” ) * O verbo CHEGAR pede a
preposição “a” para constituir seu adjunto adverbial de lugar “aonde” . Outrossim, também se
deve verificar a composição da oração principal, ou seja, a oração que não apresenta pronome
relativo, pois a irregularidade gramatical pode estar presente. Verifica-se erro ao não se
empregar a preposição “em” fundida com o artigo masculino/singular que antecede o
substantivo “apartamento”.
f) V
g) V
h) V
i) V
j) F ( “ ... onde andei...) / ( “... por onde andei...”) * Ambas corretas ao lado.
VERBO DE LIGAÇÃO
Sua função é ligar o sujeito ao predicativo do sujeito, sem expressar ação. Geralmente o
predicativo comunica uma “qualidade” ou um “estado” do sujeito. Os principais verbos de ligação são:
SER / ESTAR / FICAR / PERMANECER / CONTINUAR / PARECER ... Todavia, é bom ressaltar que
verbo de ligação exige o emprego do sujeito e do predicativo do sujeito, sem expressar ação verbal. Se
não houver sujeito ou predicativo do sujeito, o verbo passa a ser intransitivo. CUIDADO: Não é o
verbo de ligação que expressa “estado”ou “qualidade”. Tais idéias surgem do predicativo.
a) Sílvia está animada. b) Gustavo está animado
c) Tânia continua ansiosa. d) Lula está apreensivo.
e) Marieta ficou doente. f) As crianças ficaram doentes.
* Os verbos destacados acima são de ligação. Há sujeito e predicativo empregados nas estruturas
frasais. Os predicativos são os núcleos de cada predicado, caracterizando o predicado nominal.
Portanto, quem configura o predicado nominal é o predicativo. Cabe apenas aos verbos em uso a
função de ligar o sujeito ao estado ou à qualidade atribuídos. Todavia, existem predicativos que não
expressam qualidade ou estado.
g) As crianças ficaram na sala. h) Mônica trabalhou preocupada.
i) Paulo está no quarto.
j) São seis horas.
l) É noite.
m) Hoje é 25 de junho de 2002.
x
Em “As crianças ficaram na sala”, o verbo não é de ligação. Não existe predicativo,
embora haja sujeito. Assim, o verbo FICAR passa a ser intransitivo.
x
Em “Mônica trabalhou preocupada”, embora haja predicativo e sujeito, o verbo
TRABALHAR não é de ligação, pois expressa ação. E o verbo de ligação não pode
expressar ação. O predicativo do sujeito pode ser empregado com verbos intransitivos
e transitivos. Só não haverá predicativo do sujeito se o verbo na frase for impessoal,
ou seja, se a oração apresentar sujeito inexistente. Temos, portanto, “Mônica” sendo
sujeito; “trabalhou” como verbo intransitivo e “preocupada” sendo predicativo do
sujeito.
x
Em “ Paulo está no quarto”, o verbo é intransitivo. O adjunto adverbial “no quarto”
auxilia a intransitividade verbal. Como poderia ser de ligação o verbo da oração, se
não existe predicativo? Assim como o verbo ASSISTIR ( no sentido de morar, residir )
pede a preposição “em” para constituir seu adjunto adverbial, o verbo ESTAR alcança
sua intransitividade.
DICA: Os comuns verbos de ligação, quando perdem essa propriedade natural,
passam a ser intransitivos.
x
O verbo SER ao indicar tempo/hora é impessoal. Sendo impessoal, perdem a
identidade de verbo de ligação. Adquirem a intransitividade verbal, mantendo relação
com seu adjunto adverbial de tempo. “Seis horas”, “noite” e “hoje” / “25 de junho de
2002 são adjuntos adverbiais de tempo.
EXERCÍCIO DIDÁTICO
01. Classifique, quanto à predicação, os verbos das orações de 1 a 12:
01. “A dissonância será bela.
02. “ Eu vejo um novo começo de era.”
03. “Hoje o tempo voa, amor.”
04. A noite oferece todos os sonhos aos jovens.
05. A natureza estava tão triste.
06. “ O bicho estava perto.”
07. “O tempo trouxe a sua ação benéfica ao meu coração.”
08. “... pensei no seminário...”
09. “Ouvimos passos no corredor...”
10. Todos viviam muito cansados naquela época.
11. “Vivo à margem da vida.”
12. Mandei recado a sua mãe agora mesmo.
Gabarito: 01. VL / 02. VTD / 03. VI / 04. VTDI / 05. VL / 06. VI / 07. VTDI / 08. VTI / 09. VTD / 10. VL
11. VI / 12. VTDI
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
São os termos que acompanham determinadas estruturas para torná-las completas. Ei-los:
Objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.
OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO
a) Examinei o relógio de parede.
objeto direto
b) Distribuí alegria a todos os convidados.
obj. dir. objeto indireto
c) Desejo que ela seja feliz.
objeto direto oracional
* O complemento verbal será oracional, quando apresentar estrutura verbal em sua
composição. Temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta, sendo “que” a conjunção
subordinada integrante. Em período, iremos esclarecer essa classificação da oração no exemplo
acima.
d) Vi as crianças que estavam brincando no quintal.
* Lembra da oração com pronome relativo? Observe que a oração em negrito acima traz o
pronome relativo “que” ( conectivo usado para substituir o termo “as crianças” ). Como se
classifica essa oração? Oração subordinada adjetiva é sua classificação. Há dois tipos de
orações adjetivas: restritiva ( não apresenta sinais de pontuação ) e explicativa ( apresenta
sinais de pontuação: vírgula ou travessão ). Como não há pontuação antes do pronome
relativo “que”, a oração em negrito acima é subordinada adjetiva restritiva. Se puséssemos
uma vírgula ou um travessão antes do pronome relativo, ela passaria a ser explicativa. É
comum em provas públicas “eles” lançarem a hipótese do emprego ou não emprego da vírgula
antes do pronome relativo, questionando o candidato se haveria ou não existiria mudança de
sentido. Como a idéia ou sentido das adjetivas está enraizado em sua classificação, com
vírgula sua idéia é explicar e, sem o sinal de pontuação, sua idéia ou carga semântica é
restringir. Portanto, a alteração de sua pontuação acarretaria em mudança de sentido, não
sendo optativa a vírgula, enfim.
e) Dependo de maiores informações.
objeto indireto
f) Obedecemos aos antigos costumes.
objeto indireto
g) Confiamos nos investigadores.
objeto indireto
h) Preciso de orientações que assegurem sólidos resultados.
Nota: Toda oração que apresentar pronome relativo é subordinada adjetiva. Exerce a função
de adjunto adnominal. Veremos que os adjuntos adnominais estão sempre contidos em um
outro termo sintático. Assim sendo, a oração relativa em negrito acima é adjunto adnominal
oracional do núcleo do objeto indireto do verbo PRECISAR. Todas as vezes que empregarem
uma oração relativa, ela será subconjunto do termo sintático que apresenta o substantivo ou
pronome absorvido pelo pronome relativo. Digamos que seja uma maneira regular de
“elastecer” o termo sintático anteposto ao pronome relativo acima. Então, o objeto indireto do
verbo PRECISAR é “ de orientações que assegurem sólidos resultados” , sendo “orientações”
o núcleo do objeto indireto, e “que assegurem sólidos resultados” é o adjunto adnominal
oracional do núcleo do objeto indireto.
i) Os fiscais a quem confiaram as investigações solicitaram mais documentos.
* Todo o termo grifado é o sujeito do verbo SOLICITAR, sendo “fiscais” o núcleo do sujeito e,
de fato, “os” e “a quem confiaram as investigações” adjuntos adnominais. Trata-se de um
adjunto adnominal não oracional e um adjunto adnominal oracional, respectivamente. A oração
relativa em negrito é restritiva, mas se fosse explicativa exigiria vírgulas ou travessões após
“fiscais” e antes de “solicitaram”. Essa pontuação à qual fazemos alusão hipoteticamente
acarretaria em mudança de sentido e, por conseguinte, não deveria ser lida como pontuação
facultativa.
j) Obedeço às normas que disciplinam o exercício dos bons costumes.
* “...normas...” = núcleo do objeto indireto.
“... que disciplinam o exercício dos bons costumes.” = oração subordinada adjetiva.
Logo, adjunto adnominal do núcleo do objeto indireto.
“... às normas que disciplinam o exercício dos bons costumes.” é todo o objeto indireto
do verbo OBEDECER.
k) Nas repartições públicas onde Silveira e Antunes trabalham, de fato, há crimes.
* Sendo “Nas repartições públicas” um termo que indica lugar, temo-lo como adjunto adverbial
de lugar. Porém, ao se perceber o emprego do pronome relativo “onde”, faz-se necessário
estender a leitura do adjunto adverbial de lugar até a palavra “trabalham”, pois a oração
subordinada adjetiva está contida no adjunto adverbial, uma vez que exerce a função de
adjunto adnominal oracional. Como o adjunto adnominal sempre está integrado a um outro
termo sintático, o adjunto adverbial é definitivamente “Nas repartições públicas onde Silveira e
Antunes trabalham”.
OS PRONOMES PESSOAIS E A FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO E INDIRETO
Pronomes Pessoais são conectivos usados para substituírem substantivos. Em exames
públicos é comum o emprego acentuado de pronomes em textos.
O uso de pronomes possibilita questões de semântica, de emprego e de colocação
pronominal. Vejamos:
Leia o texto que segue para responder às questões 01 e 02.
A rotina e a quimera
Sempre se falou mal de funcionários, inclusive dos que passam a hora do expediente
escrevinhando literatura. Não sei se esse tipo de burocrata-escritor existe ainda. A racionalização do
serviço público, ou o esforço por essa racionalização, trouxe modificações sensíveis ao ambiente de
nossas repartições, e é de crer que as vocações literárias manifestadas à sombra de processos se
hajam ressentido desses novos métodos de trabalho. Sem embargo, não se terão estiolado de todo,
tão forte é, no escritor, a necessidade de exprimir-se, dentro da rotina que lhe é imposta. Se não
escrever no espaço de tempo destinado à produção de ofícios, escreverá na hora do sono ou da
comida, escreverá debaixo do chuveiro, na fila, ao sol, escreverá até sem papel – no interior do próprio
cérebro, como os poetas prisioneiros da última guerra, que voltaram ao soneto como uma forma que
por si mesma se grava na memória.
E por que se maldizia tanto o literato-funcionário? Porque desperdiçava os minutos do seu dia,
reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais. A Nação pagava-lhe para estudar
papéis obscuros e emaranhados, ordenar casos difíceis, promover medidas úteis, ouvir com
benignidade as “partes”. Em vez disso, nosso poeta afinava a lira, nosso romancista convocava suas
personagens, e toca a povoar o papel da repartição com palavras, figuras e abstrações que em nada
adiantam à sorte do público.
É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do
poeta ou no mundo imaginado pelo ficcionista. Mas, sem gratidão especial ao autor, ou talvez
separando neste o artista do rond-de-cuir, para estimar o primeiro sem reabilitar o segundo.
O certo é que um e outro são inseparáveis, ou antes, este determina aquele. O emprego do Estado
concede com que viver, de ordinário sem folga, e essa é condição ideal para bom número de espíritos:
certa mediania que elimina os cuidados imediatos, porém não abre perspectiva de ócio absoluto. O
indivíduo tem apenas a calma necessária para refletir na mediocridade de uma vida que não conhece
a fome nem o fausto; sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar; o
papel barra-lhe a vista dos objetos naturais, como uma cortina parda. É então que intervém a
imaginação criadora, para fazer desse papel precisamente o veículo de fuga, sorte de tapete mágico,
em que o funcionário embarca, arrebatando consigo a doce ou amarga invenção, que irá maravilhar
outros indivíduos, igualmente prisioneiros de outras rotinas, por este vasto mundo de obrigações não
escolhidas. (...)
Carlos Drummond de Andrade. Passeios na ilha. In: Poesia completa e prosa Rio de Janeiro: José
Aguilar, 1973, p. 841.
QUESTÃO 01
Julgue os itens a seguir.
1- No fragmento “que voltaram ao soneto” (linha.7), o vocábulo “que “ tem como referente “última
guerra” (linha.7).
2- Em “A Nação pagava-lhe para estudar papéis” (linha.10), o vocábulo “lhe” tem como referente “o
literato-funcionário” (linha.9).
3-Em “ouvir com benignidade as ‘partes’ “(linha.11), o vocábulo “partes” tem como referente
“quimeras pessoais”( linha.10).
4- O vocábulos “primeiro” (linha.16) e “segundo” (linha.16) tem como referentes “poeta” (linha.14) e
“ficcionista” (linha.15), respectivamente.
5- O vocábulos “este” e “aquele” (linha.17) tem como referentes “rond-de-cuir” (linha.15) e “artista”
(linha.15), respectivamente.
QUESTÃO 02
Quanto à correção da substituição do fragmento sublinhado por pronome, apresentada no trecho em
negrito, julgue os seguintes itens.
1-“A racionalização do serviço público (...) trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas
repartições” (linha.2-3) / A racionalização do serviço público ( ...) trouxe-lhas
2-“Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de
quimeras pessoais” (linha.9-10) / Porque os desperdiçava no trato de quimeras pessoais
3-“e toca a povoar o papel da repartição com palavras”(..
linha.12) / e toca a povoá-lo com
palavras
4-“É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do
poeta” (linha.14) / É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se delas na
trova do poeta
5-“sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar” (linha.20-21) /
sente-lhe o peso
RESPOSTAS:
1: E C E E C
2: C C C C E
Enquanto os pronomes pessoais do caso reto, geralmente, exercem a função de sujeito, os
pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam como complementos verbais. Os pronomes oblíquos o
/ a / os / as / me / te / se / nos / vos podem funcionar como objeto direto. Porém, o pronome “lhe(s)”
funciona como objeto indireto. Os pronomes em negrito s também podem exercer a função de objeto
indireto, dependendo da regência do verbo.
a) Encontrei-as ao passar pela esquina. [ objeto direto ]
b) Vi-os preocupados. [ objeto direto ]
c) Não lhe disseram a verdade. [ objeto indireto ]
d) Obedeço-te. [ objeto indireto ]
e) Vi-te. [ objeto direto ]
f) Deu-se ares de imponente. [ objeto indireto ]
g) Ele feriu-se. [ objeto direto ]
h) Vi o rapaz que saiu cedo. [ Vi-o ] * O pronome em negrito no colchete representa o termo
grifado.
i) Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-o ao amigo ]
j) Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-lhe o livro ]
k) Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-lho ] * O pronome em negrito representa os termos
grifados
OBJETO DIRETO INTERNO
Denominação dada ao complemento representado por uma palavra que possui o mesmo
radical do verbo ou apresenta a mesma característica significativa:
a) Morreu morte natural.
* A espontaneidade do verbo MORRER é ser intransitiva. Todavia, por termos empregado o
substantivo “morte” – que traz a idéia já contida na palavra verbal – o verbo MORRER deixa de
ser intransitivo e, de fato, passa a ser transitivo direto. Todas as vezes que um verbo
intransitivo apresentar um substantivo que expresse a idéia que o próprio verbo já comunique,
não teremos mais uma intransitividade, mas uma transitividade direta, constituindo um
pleonasmo na estrutura sintática do período.
b) Dormiu o sono dos justos e corajosos.
c) Chorava lágrimas de felicidade.
d) Ventava o vento da morte.
OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICOS
É a dupla ocorrência da função sintática dos complementos verbais na mesma oração, a
fim de enfatizar o significado do termo em referência.
a) As crianças, amo-as bastante.
* O segundo termo em negrito é o pleonasmo. Temos um objeto direto pleonástico, pois o
pronome oblíquo representa “As crianças” – que já exerce a função de objeto direto. O
pleonasmo é usado para destacar o objeto direto que o emissor usara.
b) Ao pobre, não lhe devo.
c)
Ao comerciante, paguei-lhe a dívida.
d)
Ao diretor a quem me referi, à semana passada, dei-lhe as devidas atenções.
COMPLEMENTO NOMINAL
Completa advérbio, predicativo, substantivos vindos de verbos transitivos indiretos,
substantivos vindos de verbos transitivos diretos ( desde que apresentem valor passivo),
substantivos abstratos.
a) Não às determinações inflexíveis.
Complemento nominal [ completa advérbio ]
b) Ela é fiel a seus pais.
Compl. nominal [ completa o predicativo do sujeito ]
c)
Sou-lhe grato. [ O sujeito está implícito; “grato” é o predicativo do sujeito implícito; o pronome
grifado complementa o predicativo. Logo, “lhe” é complemento nominal por completar o predicativo
do sujeito. Como o predicativo do sujeito está constituído por um adjetivo, podemos argumentar
morfologicamente, dizendo que o pronome grifado é complemento nominal por complementar um
adjetivo ].
d)
A necessidade de orientações. [ complemento nominal ]
e)
Necessitar de orientações [ complemento verbal / objeto indireto ]
* “Necessitar é um verbo transitivo indireto, sendo “de orientações” objeto indireto;
“necessidade” é substantivo vindo de verbo transitivo indireto. Portanto, quando um substantivo vier de
um verbo transitivo indireto, teremos complemento nominal.
f) A dependência de drogas proporcionou ao infeliz rapaz amarga existência.
[ complemento nominal ]
g) A produção de leite trouxe expressivo lucro ao fazendeiro.
Produzir leite foi oportuno ao fazendeiro.
x
Quando um substantivo vier de verbo transitivo direto, haverá complemento nominal se
existir valor passivo; havendo valor ativo, teremos adjunto adnominal. No exemplo acima,
“de leite” é complemento nominal, pois mantém relação com um substantivo vindo de um
verbo transitivo direto ( produzir ) e o valor é passivo ( Leite é produzido por alguém ).
h) O consumo de drogas nas favelas garantiu a violência a todos os moradores. [ compl. nominal ]
i) Tenho medo de fantasmas. [ complemento nominal ]
j) De que os policiais federais, garantiu o porta-voz da presidência, estão preocupados com os crimes
acentuados nas fronteiras, não há dúvida. [ O termo grifado é complemento nominal oracional,
sendo o termo regente a palavra “dúvida”; o termo em negrito é complemento nominal, sendo o
termo regente o predicativo “preocupados”. ]
k) A necessidade de obediência às normas de proteção às terras é expressiva.
-
“de obediência” é complemento nominal, sendo o termo regente
“necessidade”
-
“às normas de proteção” é complemento nominal, sendo o termo regente
“obediência”
-
“às terras” é complemento nominal, sendo o termo regente “proteção”
O livro de cuja necessidade tenho custa caro. [ complemento nominal ]
x
O pronome relativo “cuja” no exemplo acima dá início à composição de uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Lendo a oração relativa, temos: um sujeito implícito
para o verbo “tenho”; “necessidade” é o objeto direto do verbo “tenho”; “de cuja” é
complemento nominal, sendo seu termo regente a palavra “necessidade” ( ... tenho
necessidade do livro ).
x
Assim, além da comum função sintática de adjunto adnominal, o pronome relativo
“cujo” pode exercer a função de complemento nominal.
VOZES VERBAIS E O AGENTE DA PASSIVA
a) voz ativa = sujeito pratica a ação
b) voz passiva = sujeito sofre a ação
c) voz reflexiva = sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo
d) voz recíproca = há correspondência de ações verbais
Exs.:
1.Eu reconheci os criminosos. [ voz ativa ]
2. Os criminosos foram reconhecidos por mim. [ voz passiva analítica ]
3. Reconheceram-se os criminosos. [ voz passiva sintética ]
4. Paulo feriu-se. [ voz reflexiva ]
5. Lourdes e Gustavo se amam. [ voz recíproca ]
Obs.: A voz passiva pode ser sintética e analítica. Havendo pronome apassivador, temos a voz
passiva sintética ( v.t.d. + se / v.t.d.i + se ). Já a voz passiva analítica não apresenta
partícula apassivadora.
6. Comunicaram os fatos ao diretor. [ voz ativa ]
7. Comunicaram-se os fatos ao diretor. [ voz passiva sintética ]
8. Os fatos foram comunicados ao diretor. [ voz passiva analítica ]
9. O que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro.
* Todas as vezes que encontrarmos “o” antes do conectivo “que”, podendo substituir “o” por
“aquele” ou “aquilo” , “o” é pronome demonstrativo e “que” é pronome relativo. No exemplo acima, “o” é
pronome demonstrativo, pois podemos substituí-lo por “aquilo”. Sendo “que” pronome relativo, temos o
início da oração subordinada adjetiva, visto que toda oração subordinada adjetiva é iniciada por
pronome relativo. Trata-se a oração grifada acima de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Sua
voz verbal é passiva sintética ( verbo transitivo direto acompanhado da partícula apassiva “se” ). Já a
oração principal “O ... é um poço sem fim, o mal em estado puro” não apresenta voz verbal, pois temos
verbo de ligação em sua estrutura. Como teríamos voz verbal se verbo de ligação não expressa ação?
TESTE:
01. Tendo por parâmetro o texto original, julgue o período reescrito quanto à manutenção de sentido
na nova versão.
Texto original: A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização trouxe
modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições.
Versão: Modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições foram trazidas pela racionalização
do serviço público, ou pelo esforço por essa racionalização.
x
No texto original temos o emprego da voz ativa; na versão se empregou a voz
passiva analítica. Verifica-se que o sujeito da ativa ( “A racionalização do serviço
público, ou o esforço por essa racionalização ) passou a ser agente da passiva, e o
objeto direto da ativa ( “modificações sensíveis” ) passou a ser sujeito da passiva.
Com isso, não há na versão mudança de sentido e não existe na transformação
da ativa para a passiva impropriedade gramatical. É comum em provas públicas
eles exigirem o tópico SEMÂNTICA, mudando um determinado fragmento do texto
de ativa para passiva ou de passiva para ativa.
02. Em “ O volume de contrabando que está ingressando no país...” está na voz ativa. Passando para
a voz passiva, não haverá mudança de sentido. V - F
x
Falso. Não se passa para a passiva estrutura oracional ativa que não apresenta
objeto direto. Só podemos passar uma oração na voz ativa para a voz passiva,
se houver objeto direto, pois todo objeto direto tem valor passivo. Passar para a
passiva nunca acarreta mudança de sentido. Todavia, tem-se como falso o
julgamento da proposição, pois não se pode passar para a passiva a estrutura
oracional. Trata-se o termo grifado ( “está ingressando”) de uma locução verbal
intransitiva, sendo “no país” o adjunto adverbial de lugar.
03. Quanto à correção da substituição do fragmento sublinhado por pronome, apresentada no trecho
em negrito, julgue os seguintes itens.
1 “A racionalização do serviço público (...) trouxe modificações sensíveis ao ambiente
de nossas repartições” / A racionalização do serviço público (...) trouxe-lhas. [V
– F ]
* Verdadeiro. Todo o termo grifado representa o objeto direto e o objeto indireto
do verbo trazer. Ora, sendo “modificações” o núcleo do objeto direto e
“ambiente” o núcleo do objeto indireto, temos a contração do pronome “lhe” (
pronome que representa o objeto indireto ) com o pronome “as” ( pronome que
representa o objeto direto ).
2 “Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação,
no trato de quimeras pessoais” / Porque os desperdiçava no trato de quimeras
pessoais. [ V – F ]
* Quem desperdiça, desperdiça algo. Desperdiçar traz sua transitividade direta no
exemplo acima. O termo grifado é o objeto direto do verbo desperdiçar. O núcleo
do objeto direto é “minutos”, enquanto “os”, “do seu dia” e “reservado aos
interesses da Nação” são adjuntos adnominais. Este último termo ( “reservado
aos interesses da Nação ) é o adjunto adnominal oracional, pois a oração é
subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Como apenas o núcleo
dos termos sintáticos são representados sintaticamente, temos o pronome “os”
proclítico ao verbo corretamente empregado para substituir todo o termo grifado
na proposição.
3 “...sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar” /
sente-lhe o peso. [ V – F ]
* Falso. O pronome “lhe” precisa receber a desinência de número /s/ para que
represente o substantivo núcleo “regulamentos”. Sua função sintática é de
adjunto adnominal. Nem sempre o pronome “lhe” exerce a função de objeto
indireto: o verbo SENTIR pede apenas objeto direto. O termo sintático “que lhe
compete observar ou fazer observar” é o adjunto adnominal oracional do adjunto
adnominal ( “dos regulamentos”) do núcleo do objeto direto do verbo sentir, ou
seja, o substantivo “peso”.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
São aqueles que vão acompanhar substantivos, pronomes ou verbos, informando alguma
característica ou circunstância. Ei-los: aposto, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
APOSTO
Sua finalidade é explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou simplesmente
apontar algo, alguém ou um fato.
APOSTO EXPLICATIVO:
Sônia, a tia de meu tio, viajou.
Marília e Dirceu, os noivos da Inconfidência, eram Maria Dorotéia e Tomás Antônio Gonzaga.
APOSTO ENUMERATIVO:
Víamos somente três coisas: vales, montanhas, campinas.
APOSTO RESUMITIVO:
Os pais, os avós, os tios, todos, foram a Portugal.
Amor, dinheiro, fama, tudo, passam.
APOSTO COMPARATIVO:
Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
APOSTO ESPECIFICATIVO:
O poeta Manuel Bandeira proporcionou inovações literárias a nós.
O rio Beberibe está sujo.
O Estados Unidos é um mau exemplo.
APOSTO DISTRIBUTIVO:
Separe duas folhas: uma para o texto e a outra para as perguntas.
APOSTO ORACIONAL:
Gritou a verdade a todos: que Lourdes é a criminosa.
ADJUNTO ADNOMINAL ( perto, perto, perto do substantivo )
Termo que mantém relação com o substantivo. O substantivo é a classe gramatical que
tem precedência em relação às demais palavras, pois é quem dá nome aos seres. Assim sendo, as
demais classes gramaticais estão subordinadas ao substantivo. Geralmente exercem a função de
adjunto adnominal o adjetivo, o numeral, o pronome e o artigo.
a) Os simpáticos rapazes voltaram do clube.
Sujeito : “Os simpáticos rapazes”
Núcleo do sujeito: “rapazes”
Adjuntos adnominais do sujeito: “Os” , “simpáticos”
Adjunto adverbial: “do clube”
Núcleo do adjunto adverbial: “clube”
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto adverbial: o artigo “o” que está aglutinado com a
preposição “de”
b) Todo sábado, estudamos alguns tópicos, caro amigo.
Adjunto adverbial de tempo: “Todo sábado”
Núcleo do adjunto adverbial de tempo: “sábado”
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto adverbial de tempo: “Todo”
Objeto direto do verbo “estudamos”: “alguns tópicos”
Núcleo do objeto direto: “tópicos”
Adjunto adnominal do núcleo do objeto direto: “alguns”
Vocativo: “caro amigo”
Núcleo do vocativo: “amigo”
Adjunto adnominal do núcleo do vocativo: “caro”
c) A pessoa que estuda vence expressivas fronteiras.
Sujeito: “A pessoa que estuda”
Núcleo do sujeito: “pessoa”
Adjuntos adnominais do núcleo do sujeito: “A” e “que estuda” ( trata-se de uma oração
subordinada adjetiva. Como toda oração subordinada adjetiva exerce a função de adjunto
adnominal, temos um adjunto adnominal oracional restritivo, sendo “que” o pronome relativo
que exerce a função de sujeito do verbo “estuda”. Os adjuntos adnominais estão sempre
“dentro”, ou melhor, integrando o termo sintático que o apresenta. )
Objeto direto: “expressivas fronteiras”.
Núcleo do objeto direto: “fronteiras”
Adjunto adnominal do núcleo do objeto direto: “expressivas”
d) Vi as provas que Sônia fez, à semana passada.
O objeto direto do verbo VER é “as provas que Sônia fez, à semana passada”. Observe que o
núcleo do objeto direto é o substantivo “provas”, o artigo que está anteposto ao substantivo
“provas” é adjunto adnominal do núcleo do objeto direto. Todavia, não existe apenas um
adjunto adnominal, pois o termo grifado é uma oração que apresenta pronome relativo ( “que”
substitui o substantivo “provas” ). Lembra? Toda oração que apresentar pronome relativo é
subordinada adjetiva, exercendo a função de adjunto adnominal oracional. Como todo adjunto
adnominal está contido em uma função sintática maior, devemos incluir a oração subordinada
adjetiva como termo sintático que constitui também o objeto direto do verbo VER.
e) João Paulo II, que é o Papa, está doente.
O termo em negrito acima é adjunto adnominal oracional do núcleo do sujeito do verbo
ESTAR. Temos uma oração subordinada adjetiva explicativa. Cuidado: Não é difícil encontrar
em questões do provas públicas impropriedade gramatical no emprego da pontuação das
orações adjetivas. No exemplo acima, a oração em negrito só pode ser explicativa, pois seu
valor é absoluto. Como pensar em restrição, se apenas uma pessoa assume o papado. Toda
oração subordinada adjetiva com valor absoluto só pode ser explicativa, devendo ser pontuada
com vírgulas ou travessões.
ADJUNTO ADVERBIAL
Termo representado por advérbios, relacionando-se com o verbo, o adjetivo ou com outro
advérbio. São classificados pela idéia que comunicam.
a) Paulo emprestou o dinheiro sábado passado. [ adjunto adverbial de tempo ]
b) Onde a marcha alegre se espalhou? [ adjunto adverbial de lugar ]
c) Como acabou o dia? [ adjunto adverbial de modo ]
d) Almoçou pouco. [ adjunto adverbial de intensidade ]
e) Por que ele tremia? De medo. [ adjunto adverbial de causa ]
f) Venha jantar comigo. [ adjunto adverbial de companhia ]
g) Com a máquina conseguiu fazer todo o trabalho. [adjunto adverbial de instrumento]
h) Talvez ele chegue mais cedo. [ adjunto adverbial de dúvida ]
i) Vivia para o trabalho. [ adjunto adverbial de finalidade ]
j) Viajou de avião. [ adjunto adverbial de meio ]
k) Falávamos sobre produtos importados, à mesa. [ adjunto adverbial de lugar ]
l) Não permitirei a sua dispensa. [adjunto adverbial de negação ]
m) Descendia de nobres. [ adjunto adverbial de origem ]
n) Sairia sim, naquela manhã. [ adjunto adverbial de afirmação ]
o) Comprou um relógio de ouro. [ adjunto adverbial de matéria ]
p) A camisa custou vinte reais. [ adjunto adverbial de valor ou de preço ]
q) Andava a cavalo, tranqüilamente. [ adjunto adverbial de meio ]
r) Trocou uma caneta por um lápis. [ adjunto adverbial de permuta ]
s) Sobre a mesa, Senhores e Senhoras, há suficientes provas. [ adjunto adverbial de lugar ]
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Sujeito e predicado são, no geral, os termos essenciais da oração. No geral, pois existe oração
sem sujeito. Ao sujeito se atribui a prática da ação, na maioria das vezes. O predicado é tudo menos o
sujeito.
SUJEITO
a) Sujeito determinado simples – Quando empregado na oração, apresentando um núcleo.
Ex.: Antônio continua inquieto.
b) Sujeito determinado composto – Há mais de um núcleo.
Ex.: Regina e Roberto estão inquietos.
c) Sujeito indeterminado – verbo na 3ª pessoa do plural sem referenciar o sujeito; verbo no infinitivo
sem referenciar o sujeito; v.t.i. + se / v.i. + se / v. de ligação + se
Exs.:
Estudam Matemática e Língua Portuguesa, todos os dias.
3a
* Verbo na pessoa do plural, sem indicar quem pratica a ação espelha um sujeito
indeterminado. Contudo, se o contexto comunicar ou revelar o sujeito, passamos a ter um sujeito
implícito. Ou seja, em “Lúcia e Paula foram à praia. Beberam água de coco.” Para o verbo BEBER o
sujeito está implícito .
Aspira-se a cargos públicos. [ verbo transitivo indireto + índice de indet. do sujeito ]
Está-se orgulhoso. [ verbo de ligação + índice de indeterminação do sujeito ]
Trabalha-se bastante, naquele escritório. [ verbo intransitivo + índice de indet. do sujeito ]
* Nos três exemplos acima, o sujeito está indeterminado. Cuidado com os concursos públicos,
pois é comum flexionarem os verbos em negrito s, pondo-os na 3a pessoa do plural. Verbo intransitivo,
transitivo indireto ou verbo de ligação seguido do pronome “se” não recebe flexão verbal. Flexioná-los
seria erro de concordância verbal.
Reviver boas ações é oportuno ao homem.
x
“Reviver boas ações” é o sujeito oracional do verbo SER
x
“boas ações” é o objeto direto do verbo REVIVER.
x
“Reviver boas ações”, por ser uma oração com o verbo no infinitivo sem referenciar o
agente da ação traz um sujeito indeterminado.
d)
Sujeito acusativo – Quando o sujeito exerce a função de objeto direto, também. Ocorre apenas
com os verbos MANDAR, DEIXAR, FAZER, OUVIR, SENTIR e VER + o termo que será o sujeito
acusativo + verbo no infinitivo ou no gerúndio.
Mandar
Deixar
Fazer + Substantivo ou pronome + verbo no infinitivo ou no gerúndio
Ouvir
Sentir
Ver
Exs.:
Vi o rapaz cantar (vi-o cantar) * O termo grifado é o sujeito acusativo, pois exerce a função de
objeto direto do verbo VER e a função de sujeito do verbo CANTAR.
Não o deixei dormindo. * o termo grifado é sujeito acusativo oracional.
Ouvi pessoas trabalhar. * O sujeito acusativo é representado pronominalmente por pronomes
pessoais do caso oblíquo. Assim, o pronome em negrito ao lado
representa o substantivo grifado “pessoas”. Se usássemos “Ouvi elas
trabalhar” haveria erro quanto ao emprego de pronomes.
Ouvi-as trabalhar.
Percebi eles chegando à porta [ correto ]
Percebi-os chegando à porta [ errado, pois não temos sujeito acusativo ]
* O sujeito acusativo, ou seja, o sujeito objetivo direto só ocorre com os verbos
selecionados acima [ mandar/deixar/fazer/ouvir/sentir/ver ]. Em latim, o nosso objeto
direto é chamado de acusativo. Logo, sujeito acusativo é o sujeito do infinitivo ou do
gerúndio que exerce a função do objeto direto dos verbos selecionados acima. Sua
representação pronominal é com os oblíquos. Não havendo sujeito acusativo, o termo
referenciado ( o substantivo contextualizado ) deve ser substituído por pronome
pessoal do caso reto.
e) Sujeito oracional – Quando o núcleo do sujeito for constituído por um verbo.
Exs.:
Estudar todo o programa é necessário.
Quem estuda edifica castelos.
* CUIDADO: O uso de vírgula entre o sujeito oracional e seu verbo diretamente empregados
é comum. Logo, “Quem estuda, edifica castelos” apresenta erro de pontuação.
Comunicar os fatos que nos circundam aos leitores que nos acompanham proporciona conforto.
x
Todo o termo em negrito acima é o sujeito oracional do verbo “proporciona”. Os dois
termos grifados são respectivamente objeto direto e objeto indireto. Existem orações
subordinadas adjetivas ( adjuntos adnominais oracionais ) integrando os
complementos verbais. Só o ponto final no período estaria correto. Todavia, se o
emissor quiser, pode tornar as orações subordinadas adjetivas restritivas em orações
subordinadas adjetivas explicativas. Para tanto, bastaria pontuar com vírgulas ou
travessões as orações adjetivas. Vejamos:
x
1) Comunicar os fatos, que nos circundam, aos leitores, que nos acompanham,
proporciona conforto;
x
2) Comunicar os fatos - que nos circundam - aos leitores – que nos acompanham –
proporciona conforto;
x
3) Comunicar os fatos, que nos circundam, aos leitores que nos acompanham
proporciona conforto ( apenas a primeira oração subordinada adjetiva é explicativa );
x
4) Comunicar os fatos que nos circundam aos leitores , que nos acompanham,
proporciona conforto. ( apenas a segunda oração adjetiva é explicativa).
f)
Sujeito Inexistente
São estruturas que não apresentam sujeito:
- Verbo “haver” no sentido de “existir”.
- Verbo “fazer” indicando tempo.
- Verbos que expressam fenômenos naturais.
- Verbo “ser” indicando tempo / hora.
Exs.:
Haveria reuniões, se...
Há de haver dificuldades.
x
O verbo HAVER no sentido de existir é impessoal, ou seja, a oração é sem sujeito.
Deve ser empregado sempre na 3a pessoa do singular. Os concursos públicos
geralmente solicitam a concordância verbal. Logo, é oportuno ressaltar que o verbo
HAVER nesse caso ( no sentido de EXISTIR ) não se flexiona. Quanto à predicação,
deve ser lido como transitivo direto. Em “Haveria reuniões, se...”, “reuniões” é objeto
direto. Como verbo não concorda com complemento verbal, use o verbo na 3a pessoa
do singular, sempre. Em “Há de haver dificuldades”, observe que o verbo auxiliar da
locução verbal permanece na 3a pessoa do singular. Portanto, também está correta a
concordância verbal, não havendo impropriedade gramatical na estrutura frasal.
São quatro horas.
* Trata-se de uma oração sem sujeito. Mesmo assim, o verbo está com propriedade no plural. É
que o verbo SER deve manter concordância com o núcleo do adjunto adverbial de tempo.
Sintaticamente, “quatro horas” é adjunto adverbial de tempo, sendo “horas” o núcleo do adjunto
adverbial de tempo, e “quatro” é adjunto adnominal do adjunto adverbial de tempo. Embora haja
literaturas dizendo que “quatro horas” é predicativo, leia “quatro horas” como adjunto adverbial de
tempo. Outrossim, ressaltemos que o verbo SER não está concordando com o número de horas. Em
verdade, o verbo SER está concordando com o núcleo do adjunto adverbial de tempo, visto que o
substantivo tem precedência, sendo o numeral seu adjunto adnominal. Assim, se encontrar em uma
prova a afirmação de que em “São quatro horas” não há impropriedade gramatical, pois o verbo SER
está concordando com o número de horas, julgue como incorreta tal argumentação.
Faz duas semanas, apenas.
* FAZER, indicando tempo, também é impessoal. Deve ser empregado na 3a pessoa do singular.
Cuidado para não confundir com o verbo FALTAR. Este é pessoal. Assim, devemos escrever, por
exemplo, “FALTAM DUAS SEMANAS, APENAS” e FAZ DUAS SEMANAS, APENAS. Na primeira
estrutura, “DUAS SEMANAS” é sujeito, enquanto na segunda oração, de fato, “DUAS SEMANAS” é
adjunto adverbial.
Choveu pouco, ontem.
Choveram conflitos durante o jantar.
* Os verbos que expressam fenômenos naturais apresentam oração sem sujeito, permanecendo
na 3a pessoa do singular. Contudo, em “Choveram conflitos durante o jantar”, temos a flexão na
concordância, pois está no sentido figurado.
Faz / Fazem dois anos, deixando-nos convictos que os amamos, os gêmeos. (Use o verbo no plural,
pois “os gêmeos” é o sujeito do verbo FAZER.
PREDICADO
É o que se diz quanto ao sujeito. Tudo menos o sujeito é o predicado. E se a oração não
apresentar sujeito, teremos apenas predicado. Neste último caso, predicado já não será o que se diz
sobre o sujeito. Classifica-se em predicado nominal, verbal, verbo-nominal. Quem caracteriza o
predicado verbal é o verbo principal ( v.t.d./ v.t.i. / v.t.d.i. / vi ); quem caracteriza o predicado nominal é
o predicativo do sujeito. Havendo verbo principal e predicativo, temos predicado verbo nominal.
a) Luciana trabalhou pouco. [ predicado verbal ]
b) Hortência está animada. [ predicado nominal ]
c) Hortência jogou animada. [ predicado verbo nominal ]
d) São duas horas. [ predicado verbal ]
e) Elas permanecem na sala. [ predicado verbal ]
f) Elas viraram freiras. [ predicado nominal ]
g) Elas estão na sala preocupadas. [ predicado nominal ]
VOCATIVO
É o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz
parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar ou interpelar o elemento a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação e admite anteposição de interjeição de chamamento.
Ex.:
Pai, perdoai nossos pecados.
Querida, obrigado pela surpresa.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
01. Classifique sintaticamente os termos sublinhados:
a) Insisti no oferecimento da madeira, e ele estremeceu. A nossa conversa era seca.
“no oferecimento” .............................................
“da madeira” ............................................
“A nossa conversa” ...........................................
“seca” ...........................................
b) Relativamente aos limites, julgo que podemos resolver isso depois, com calma.”
“aos limites” ........................................
“isso” ........................................
“depois” .......................................
“com calma” ......................................
02. O termo sublinhado nas frases abaixo deve ser classificado de acordo com o seguinte código:
[ 1 ] sujeito [ 2 ] predicativo [ 3 ] objeto direto [ 4 ] objeto indireto
[ 5 ] complemento nominal [ 6 ] adjunto adnominal
a) [ ] Os homens se enganam no conhecimento das coisas visíveis.
b) [ ] Uma coisa preferem os melhores a tudo: a glória eterna.
c) [ ] Se todas as coisas se tornassem fumaça, conhecer-se-iam com as narinas.
d) [ ] É cansativo servir e obedecer aos mesmos senhores.
e) [ ] Não confio suficientemente na compreensão dos leitores.
f) [ ] Foi lá que me ofereceram certa vez um raio de sol.
g) [ ] ... passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal.
h) [ ] ... dava-lhe uma estranha sensação de orfandade.
i) [ ] E agora lhe vinha uma súbita e enternecida saudade do pai.
j) [ ] Há homens que nasceram talhados para o sacrifício.
l) [ ] Eu não tenho vocação para mártir.
m) [ ] ... que com freqüência vinha ao semblante das mulheres do Rio Grande: o medo
ancestral da guerra.
n) [ ] Não era um triunfo que ela julgasse digno de si.
o) [ ] Não era um triunfo que ela julgasse digno de si a torpe humilhação dessa gente ante
sua riqueza.
p) [ ] Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, um simples lenço.
q) [ ] ... e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes.
r) [ ] Mal os Carapicus sentiram a aproximação dos rivais...]
s) [ ] Cada qual correu a casa em busca do ferro, do pau e de tudo que servisse para
resistir.
t) [ ] ... e todos tiveram confiança nele.
u) [ ] As navalhas, traziam-nas abertas e escondidas na palma das mãos.
v) [ ] As navalhas, traziam-nas abertas...
x) [ ] Verias, então, a sombra da tua forma anterior a ti mesma.
z) [ ] Quisera dar-te também o mar onde nadei menino.
GABARITO:
01. a)
no oferecimento: objeto indireto
da madeira : compl. nominal
a nossa conversa: sujeito
seca: predicativo
b)
aos limites : compl. nominal
isso: objeto direto
depois: adj. Adv. de tempo
com calma: adj. Adv. de modo
02.
a) 5
b) 1
c) 2
d) 4
e) 6
f) 6
g) 6
h) 5
i) 5
j) 5
l) 5
m) 5
n) 5
o) 5
p) 6
q) 6
r) 6
s) 5
t) 5
u) 3
v) 2
w) 5
CONCORDÂNCIA NOMINAL
FLEXAO NOMINAL: PRLAVRAS VARIÁVEIS E INVARIAVEIS
Os adjuntos adnominais, isto é, artigos, pronomes, numerais e adjetivos, concordam em
gênero e número com o nome a que se referem.
Æ
As nossas duas principais cidades já estão
art. pron. num. adi. subst.
superpovoadas.
O predicativo também concorda com o nome a que se refere.
.. A ciência sem consciência é desastrosa.
sujeito predic.
.. O advogado considerou indiscutíveis os direitos da herdeira.
predic. objeto direto
PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÃNCIA
1. UM ADJETIVO COM MAIS DE UM SUBSTANTIVO
a) Adjetivo posposto:
1) concorda com o mais próximo em gênero e número.
.. Os concursandos passam por problemas e provas complicadas.
masc. fem. fem. plural
2) vai para o plural no gênero predominante (em caso de gêneros diferentes, predomina o
masculino).
.. Os concursandos passam por problemas e provas complicados.
masc. fem. masc. plural
b) Adjetivo anteposto:
1) o adjunto adnominal concorda apenas com o mais próximo.
.. O cavalheiro oferecera-lhe perfumadas rosas e lírios.
adj. adn.
2) o predicativo vai para o plural no gênero predominante.
.. O vencedor considerou satisfatórios a nota e o prêmio.
predic.
Observação:
Segundo alguns autores, o predicativo anteposto pode também concordar com o núcleo mais próximo.
.. É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins. (Cegalla)
predic.
.. Mantenha acesas as lâmpadas e os lampiões. (Sacconi)
predic.
.. Estava deserta a vila, a casa e o templo. (Savioli)
predic.
2. OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA
a) Mesmo
Concorda com o nome a que se refere.
.. As mulheres mesmas exigiram igualdade.
.. Elas querem os mesmos direitos e quase as mesmas obrigações.
Observação:
Invariável, quando se referir a verbos ou denotar inclusão.
.. As mulheres exigiram mesmo igualdade de direitos.
Æ
Mesmo as mulheres querem tirar vantagem de sua condição.
b) Bastante
Concorda com o nome a que se refere.
.. O estudo gera bastantes ansiedades e poucas certezas.
Observação:
Invariável, quando se referir a verbos, adjetivos ou advérbios.
.. Não a procuramos bastante para encontrá-la.
.. Todos parecem bastante ansiosos.
.. O ancião, na noite anterior, passara bastante mal.
c) Meio
Concorda com o substantivo a que se refere (indicando fração).
.. Não serei homem de meias palavras.
Observação:
Invariável, quando advérbio (referindo-se a adjetivos).
.. A funcionária sentiu-se meio envergonhada com a situação.
d) Leso
Concorda em gênero e número com o 2° vocábulo do composto.
.. Seu comportamento revela desvios de lesos-caracteres.
e) Quite
Concorda com o nome a que se refere.
.. Os eleitores ficaram quites com suas obrigações cívicas.
.. Só fará prova o aluno quite com a tesouraria do colégio.
f) Só
Adjetivo (só = sozinho), concorda com o nome a que se refere.
.. Merecem elogios os meninos que se fazem por si sós.
Denotando circunstância adverbial (só = somente), invariável.
Æ
Só os deuses são imortais.
Observação:
A locução a sós é invariável.
Nesses casos, nada melhor que uma conversa a sós.
g) Anexo, incluso, separado
Concordam com o nome a que se referem.
Æ
Anexas à carta seguirão as duplicatas correspondentes.
.. Remeteremos inclusos os autos pertinentes ao inquérito.
.. Seguem, separadas, as cópias das notas fiscais.
Observação:
As locuções em anexo e em separado são invariáveis.
Æ
Em anexo, seguirão as duplicatas correspondentes.
.. Seguem, em separado, as cópias das notas fiscais.
h) Possível
Concorda com o nome a que se refere.
.. Já fizemos todas as tentativas possíveis.
No singular, com as expressões superlativas o mais, o menos, o melhor, o pior.
.. Mantenha os alunos o mais ocupados possível.
No plural, com essas expressões no plural: os / as mais, os / as menos, os / as melhores, os /
as piores.
.. Na Suíça, fabricam-se os melhores relógios possíveis.
Observação:
A expressão (o) quanto possível é invariável.
.. Gosto de cervejas tão geladas (o) quanto possível.
i) É bom, é proibido, é necessário, etc.
Ficarão invariáveis tais expressões e outras equivalentes quando o substantivo a que se
referem, estiver sendo usado em sentido geral, isto é, não determinado por artigo ou pronome.
Æ
É necessário paciência para aturar suas maluquices.
.. Mulher é talhado para secretária.
Observação:
Com determinante a concordância será obrigatória.
.. Aquela mulher é talhada para secretária.
.. Nenhuma bebida é boa como a água.
j) Um e outro, um ou outro, nem um nem outro
Quando seguidas de substantivo e/ou adjetivo terão a seguinte sintaxe: substantivo no
singular e adjetivo no plural.
.. Nem um nem outro político demagogos votaram a emenda.
subst. adj.
l) Menos, alerta, pseudo, salvo
São invariáveis.
.. Os policiais estão alerta, embora haja menos greves hoje.
Æ
Salvo as enfermeiras, todas as demais são suspeitas.
.. No Brasil, temos pseudopoetas e pseudo-romancistas.
m) A olhos vistos
Na linguagem contemporânea, invariável.
.. A menina emagrecia a olhos vistos.
Observação:
Em linguagem já arcaica, o particípio "visto" concorda com o sujeito (aquilo que se vê).
.. A menina emagrecia a olhos vista.
n) Tal qual
Em função predicativa, concordam com os respectivos sujeitos.
.. Os jogadores do Flamengo são tais qual o
suj.
próprio time.
suj.
EXERCÌCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso/verdadeiro
1. ( ) Nas noites frias, usava meias e casaco grossos.
2.( ) Víamos os carneiros e o roseiral floridos.
3.( ) O juiz declarou inocentes o réu e sua cúmplice.
4.( ) Ofereci-lhe perfumados rosas e lírios.
5.( ) Os alunos mesmo pediram repetição da aula.
6.( ) Tivemos bastante cuidados na viagem.
7.( ) Crimes de lesos-patriotismos não são comuns.
8.( ) Há vinte anos, já estava quite de suas obrigações.
9.( ) Admiro-os: são rapazes que se fizeram por si só.
10.( ) Anexas à carta, seguirão as listas de preço.
11. ( ) Conheci escritores o mais brilhantes possíveis.
12.( ) Mulher é talhado para secretária.
13.( ) Um e outro político demagogo votou a emenda.
14.( ) Todos ficarão alertas, embora haja menos greves.
15.( ) Os torcedores do Flamengo são tais qual o time.
Múltipla escolha
16. Considerando o período: "Reincidente, terá sua carteira permanentemente cassada na terceira
vez.", assinale a opção que se apresenta de acordo com a norma culta do Português.
a) Reincidentes, terão sua carteira permanentemente cassada nas terceiras vezes.
b) Reincidentes, terão suas carteiras permanentementes cassadas na terceira vez.
c) Reincidente, terão suas carteiras permanentemente cassadas na terceira vez.
d) Reincidentes, terão suas carteiras permanentemente cassadas na terceira vez.
17. Assinale a opção correta quanto à concordância.
a) Garantiu-lhe que pode ser dispensado, nestes casos, apresentação da carteira de habilitação de
motorista.
b) Enviou-lhe anexas aos depoimentos das testemunhas a fotocópia da multa que ela mesma havia
amassado durante a discussão.
c) Apreciava encantado as tranqüilas montanhas e bosques, esquecendo-se até de que é proibido a
ultrapassagem pela direita.
d) Mostrou-lhe que estava quites com os impostos e as taxas relativos ao veículo, mas não conseguiu
evitar que lhe fosse imputado a multa pela infração cometida.
18. Assinale a opção sem erro de concordância.
a) Já estão incluso no processo as investigações a respeito das manifestações lingüísticas das
abelhas.
b) Não há nenhuma probabilidade de aprofundar as pesquisas sobre comunicação dos chimpanzés.
c) Foi desnecessária discussão sobre a possibilidade da existência de uma comunicação lingüística
animal.
d) É perigoso a afirmação a respeito da emissão fônica dos vertebrados como um conjunto de
símbolos lingüísticos.
e) Muito obrigado, disse-me ajuíza sorridente.
19. Aponte a opção cuja seqüência preenche corretamente as lacunas deste período.
"Muito ___________, disse ela. Vocês procederam __________ considerando meu ponto de vista e
minha argumentação ___________ .”
a) obrigado - certos - sensata.
b) obrigada - certo - sensatos.
c) obrigada - certos - sensata.
d) obrigada - certos - sensatos.
e) obrigado - certo - sensatos.
20. Considerando as transformações dos períodos:
1. Não é certo que o diretor viaje.
- Não é certa a viagem do diretor.
2. É necessário que todos participem.
- É necessária a participação de todos.
3. É ótimo que V. Sa. colabore.
- É ótima a vossa colaboração.
4. É justo que todos ajudem.
- É justo a ajuda de todos.
Estão corretas:
a) 1,2e3 d) 2e3
b) 3e4 e) 1 e4
c) 1 e 2
21. Todos os períodos abaixo estão corretos. Existem, porém, dentre eles alguns que admitem outra
forma de concordância, correta também. Indique a alternativa que abrange estes períodos.
1. Eram agastamentos e ameaças fingidos.
2. Pai e mãe extremosos não pouparam sacrifícios para educar os filhos.
3. Tinha por ele alta admiração e respeito.
4. Leu atentamente os poemas camoniano e virgiliano.
5. Vivia em tranqüilos bosques e montanhas.
a) 1,2 e 3 d) 1,2e5
b) 1,2 e 4 e) 3 e 5
c) 2, 3 e 5
22. Tendo em vista as normas de concordância, assinale a opção em que a lacuna só pode ser
preenchida por um dos termos colocados entre parênteses.
a) Cabelo e pupila _____________ . ( negros/negra)
b) Cabeça e corpo _____________ . (monstruoso/ monstruosos)
c) Calma e serenidade _____________. (invejável/invejáveis)
d) Dentes e garras _____________ . (afiados/afiadas)
e) Tronco e galhos _____________ . (seco/secos)
23. Escolha a opção que completa corretamente as lacunas do período abaixo.
"Queremos bem ____________ nossa opinião e nos sos argumentos, deixando _________, sem
possibilidade de outras interpretações, as palavras que expressam."
a) clara - escritas - as;
b) claro - escrito - o;
c) claros - escrito - o;
d) claros - escritas - os;
e) claros - escritos - os.
24. Marque a alternativa na qual só uma das concordâncias nominais é correta.
a) Uma e outra questão examinadas.
Uma e outra questão examinada.
b) V. Exa é esperada, Sra Ministra.
V. Exa é esperado, Sr. Ministro.
c) A primeira e a segunda sessão.
A primeira e a segunda sessões.
d) Proposta e projeto aceitos.
Proposta e projeto aceito.
25. A concordância nominal está correta.
a) Permitam-me que as deixe só.
b) Tenho o réu e seu comparsa como mentiroso.
c) Os cargos exigem conhecimento das línguas inglesas e alemãs.
d) Por pior que sejam as conseqüências, estas são as únicas tentativas possíveis no momento.
26. Indique a alternativa com a concordância feita incorretamente.
a) Sempre digo que não estamos só.
b) É meio-dia e meia, disse o locutor.
c) A convidada chegou com sapatos e bolsa escuros.
d) Choveu no escritório embora a janela só estivesse meio aberta.
e) Durante meu curso de Direito, pude adquirir bastantes conhecimentos.
27. Assinale a alternativa errada quanto à concordância.
a) Gostava de usar roupas meio desbotadas.
b) Resolvemos questões as mais difíceis possível.
c) Estejam alerta, pois os ladrões são perigosos.
d) Todos foram aprovados, salvo João e Maria.
e) Ela mesma datilografou o requerimento.
28. "Os privilégios e interesses ilegítimos estão arraigados."
Das seguintes alterações da frase, aquela em que a concordância nominal está em desacordo com a
norma culta é:
a) Estão arraigadas as vantagens e os privilégios ilegítimos.
b) Os privilégios e as vantagens ilegítimas estão arraigados.
c) Estão arraigadas a vantagem e o privilégio ilegítimos.
d) A vantagem e o privilégio ilegítimo estão arraigados.
e) O privilégio e a vantagem ilegítima estão arraigados.
GABARITO
1.V 7.V 13.F 19.B 25.D
2.F 8.V 14.F 20.C 26.A
3.V 9.F 15.V 21.B 27.B
4.F 10.V 16.D 22.E 28.C
5.F 11.F 17.A 23.D
6.F 12.V 18.B 24.A
CONCORDÂNCIA VERBAL
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
SUJEITO SIMPLES
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito.
.. Os povos constroem sua História.
.. A virtude aromatiza e purifica o ar, os vícios o corrompem.
.. Aos maus e aos poderosos só interessa a vantagem pessoal.
SUJEITO COMPOSTO
Regra geral: verbo no plural e (caso seus núcleos sejam de pessoas gramaticais diferentes) na
pessoa de número mais baixo.
.. O candidato e seus eleitores acreditavam nas reformas.
3ª pes. 3ª pes. 3ª pes. pl. (eles)
Æ
Eu, tu e tua madrinha faremos a visita ao comendador.
1ª pes. 2ª pes. 3ª pes. 1ª pes. pl. (nós)
Æ
Tu e as melhores alunas representareis nosso colégio.
2ª pes. 3ª pes. 2ª pes. pl. (vós)
Observação:
Na linguagem moderna, ocorre, cada vez mais, a substituição do tratamento "vós" por "vocês"
(uma forma de silepse de pessoa).
.. "Juro que tu e tua mulher me pagam." (Coelho Neto)
2ª pes. 3ª pes. 3ª pes. pl. (vocês)
Casos especiais com o sujeito composto
1. Posposto ao verbo -o verbo vai para o plural, mas pode concordar também com o núcleo mais
próximo.
.. À festa, compareceram / compareceu o prefeito e sua comitiva.
.. Passareis / Passarás tu e todos aqueles que estudarem.
2. Seguido do aposto resumitivo - o verbo concorda com o aposto.
.. Vinho, dinheiro, mulheres, nada o alegrava mais.
sujeito composto aposto
3. Núcleos em gradação - o verbo concorda com o núcleo mais próximo, podendo também ir para o
plural.
.. Um século, um ano, um mês não fará / farão diferença.
4. Núcleos sinônimos -o verbo concorda com o núcleo mais próximo, podendo também ir para o
plural.
.. A dor e o sofrimento sempre nos acompanha / acompanham.
5. Núcleos ligados pela preposição "com" - o verbo de preferência no plural, podendo concordar
com o 1° núcleo para realçá-lo.
Æ
O professor com seus alunos realizaram / realizou a pesquisa.
Observação:
Se o núcleo preposicionado vier separado por vírgulas, o verbo deverá concordar com o 1°
núcleo (suj. simples).
.. O professor, com seus alunos, realizará a pesquisa.
suj. simples adv. companhia
6. Núcleos ligados pela conjunção "ou"
a) havendo exclusão - concorda com o núcleo mais próximo.
.. O Flamengo ou o Fluminense será campeão carioca em 1999.
.. Os estrangeiros ou eu vencerei a maratona.
b) não havendo exclusão - vai para o plural na pessoa gramatical predominante.
.. O calor ou o frio excessivos prejudicam os atletas.
Æ
Tu ou a mulher dele sereis sempre malvistos nesta casa.
c) havendo função retificativa - concorda com o mais próximo.
.. O professor ou os professores elaboraram as questões.
.. Os professores ou o professor elaborou as questões.
7. Núcleos infinitivos - o verbo fica no singular.
Æ
Fazer e escrever é para mim a mesma coisa.
Observação:
Verbo no plural se os infinitivos estiverem determinados por artigo ou se forem antônimos.
.. Em sua vida, à porfia, rir e chorar se alternam.
.. O amar e o sofrer tornam os homens mais humanos.
8. Núcleos ligados por conjunção comparativa - o verbo concorda com o 1° núcleo, se quisermos
destacá-lo (o 2° núcleo vem separado por vírgulas).
.. Na realidade, a felicidade, como o paraíso, não existe.
- o verbo concorda com os dois núcleos, isto é, no plural (nesse caso não há vírgulas).
.. O homem como todos os seres humanos são mortais.
CASOS PARTICULARES
a) Um ou outro - verbo no singular.
Æ
Um ou outro vaga-lume tornava mais vasta a escuridão.
b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem ... - verbo no singular ou plural, facultativamente.
Æ
Uma e outra possibilidade aconteceu / aconteceram.
Æ
Nem um nem outro policial fez / fizeram a ronda costumeira.
Æ
Nem concurso nem loteria daria / dariam maior felicidade.
Observação:
Essa regra será quebrada se houver:
1) reciprocidade - verbo somente no plural.
Æ
Um e outro carro chocaram-se na pista.
2) exclusão - verbo somente no singular.
Æ
Nem Fernando nem Paulo se elegerá presidente.
c) Mais de um - verbo no singular.
Æ
Mais de um jornal publicou a sensacional notícia.
Observação:
Essa regra será alterada se ocorrer:
1) reciprocidade - verbo no plural.
Æ
Mais de um deputado se agrediram verbalmente.
2) repetição - verbo no plural.
Æ
Mais de um professor, mais de um aluno ficaram surpresos.
d) Um dos que - verbo no singular ou no plural, facultativamente.
.. Camões foi um dos poetas que fez / fizeram escola na Literatura.
.. Não serei eu um dos que lutará / lutarão por muitas reformas.
e) Sujeito coletivo, partitivo ou percentual - o verbo concorda com o núcleo do sujeito ou com seu
determinante, se houver.
Æ
O bando pousou no varal.
Æ
O bando de pássaros pousou / pousaram no varal.
Æ
A maioria estuda seriamente para o concurso.
Æ
A maioria dos alunos estuda / estudam para o concurso.
Æ
Dez por cento vivem na miséria.
Æ
Dez por cento da população vivem / vive na miséria.
Observação:
Se o percentual vier determinado por artigo ou pronome, o verbo concordará apenas com o
núcleo do sujeito (o percentual).
Æ
Meus dez por cento do lucro sumiram.
f) Locução pronominal com pronome pessoal preposicionado - podem ocorrer duas estruturas:
1) pronome inicial no singular - verbo na 3ª pessoa do singular.
Æ
Nenhum de nós faria tamanha tolice.
Æ
Qual de vós comunicou o resultado da pesquisa?
2) pronome inicial no plural - verbo na 3a pessoa do plural ou concordando com o pronome pessoal.
Æ
Poucos de nós fariam / faríamos tamanha tolice.
Æ
Quais de vós comunicaram / comunicastes o resultado?
g) Nomes pluralícios - podem ocorrer duas construções:
1) nomes determinados por artigo no plural - verbo no plural.
Æ
Os Estados Unidos apoiaram o México.
2) não havendo artigo - verbo no singular.
Æ
Minas Gerais produz muitos trens.
Observações:
1) Com títulos de obras vacilam os escritores, ora deixando o verbo no singular, ora no plural,
alegando-se uma concordância com um termo implícito.
Æ
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. (indiscutível)
Æ
Os Sertões (o romance) imortalizou Euclides da Cunha.
2) Com o verbo ser é facultativa a concordância com o sujeito ou com o predicativo.
Æ
As Cartas Persas são / é um livro genial. (Evanildo Berchara)
sujeito predicativo
h) Haja vista - a expressão é invariável.
.. Não viajaremos, haja vista o / ao problema surgido.
.. Não viajaremos, haja vista os / aos problemas surgidos.
Observação:
O verbo pode flexionar-se (hajam vista), havendo nome no plural sem preposição:
.. Não viajaremos, hajam vista os problemas surgidos.
i) Verbo "parecer" seguido de infinitivo - flexiona-se o verbo parecer ou o outro verbo, nunca os
dois.
.. As crianças parecem estar felizes.
.. As crianças parece estarem felizes.
j) A partícula "se" - a concordância verbal depende de dois fatores.
Partícula apassivadora (se + v.t.d.) - o verbo concorda com o sujeito: trata-se da voz passiva
sintética.
.. Nem sempre se avaliam os resultados.
p.a. v.t.d. sujeito
Æ
Elogiou-se o trabalho, mas o rendimento continuou igual.
v. t. d. p.a. sujeito
Índice de indeterminação do sujeito [se + (v.i. / v.t.i. / v. lig.)] - verbo na 3ª pessoa do singular,
sujeito indeterminado.
.. Aqui, vive-se feliz: lá, só Deus sabe.
v.i. i.i.s.
.. Na escola, assistiu-se a filmes instrutivos.
v.t.i. i.i.s.
.. Às vezes se parecia calmo, mas era apertas aparente.
i.i.s. v. lig.
Observação:
Quando se empregar o objeto direto preposicionado, o verbo ficará, também, na 3ª pessoa do
singular, sujeito indeterminado.
Æ
Louva-se a Deus, porque se teme ao demônio.
v.t.d. o.d. prep. i.i.s.
v.t.d. o.d. prep.
i.i.s.
i.i.s.
l) Pronome de tratamento- verbo na 3ª pessoa.
Æ
V. Exª. assistirá ao fim do Governo, se persistirem suas atitudes.
m) Pronome "que" -o verbo concorda com o antecedente.
.. Não seremos nós que assumiremos a responsabilidade.
n) Pronome "quem" -o verbo fica na 3ª pessoa do singular, mas pode concordar, também, com o
antecedente.
.. Fui eu quem resolveu a questão.
Æ
Fui eu quem resolvi a questão. (Rocha Lima)
o) Sujeito oracional - verbo na 3ª pessoa do singular.
Æ
Convém que todos estudem muito para a prova.
or. subord. subst. subjetiva
.. Com certeza ainda falta definir os objetivos.
or. subord. subst. subjetiva
p) Verbos impessoais - na 3ª pessoa do singular.
1) os que indicam tempo cronológico ou meteorológico: haver, fazer, ser, estar, ir.
2) os que indicam fenômenos da natureza (sentido denotativo): chover, nevar, relampejar; gear,
trovejar, etc.
3) o verbo haver, significando existir, ocorrer.
Exemplos:
.. O povo, há alguns anos, acreditou em sua prosperidade.
Æ
Faz mais de dez dias que se publicou o edital.
.. No Sul fazia dias constantemente frios.
Æ
Trovejava noites a fio, mas não chovia nenhuma gota.
.. Como havia poucas vagas, o povo fazia filas na escola.
Observação:
Nas locuções verbais, formadas com esses verbos, a impessoalidade (3ª pessoa do singular)
recai no verbo auxiliar.
.. Os lugares eram poucos e, por isso, começou a haver brigas.
CONCORDÂNCIA DO VERBO SER
O verbo ser concorda com o sujeito, cora o predicativo ou, facultativamente, com o sujeito ou
com o predicativo.
CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO
O sujeito é pessoa (pronome pessoal ou substantivo).
.. Tua irmã era as alegrias do bairro.
Æ
Nós somos a Pátria.
CONCORDÂNCIA COM O PREDICATIVO
O predicativo é pessoa (pronome ou substantivo).
.. Sua maior alegria eram as crianças.
.. O principal culpado foste tu.
O predicativo indica horas, distâncias e datas
.. Quando forem dez horas, sairemos.
.. Daqui à cidade serão 20 quilômetros a pé.
.. Hoje são dez de maio.
Observação:
Em relação às datas, admitem-se três construções:
1) Concordando com o numeral:
.. Amanhã serão vinte de abril.
2) Concordando com a palavra "dia", expressa:
.. Hoje é dia quatro de janeiro.
3) Concordando com a palavra "dia", elíptica:
.. Hoje é (dia) quatro de janeiro.
O predicativo indica quantidade (muito, pouco, mais, menos, etc.)
.. Dez mil reais é mais do que eu preciso.
O sujeito é pronome interrogativo que ou quem
.. Quem teriam sido os primeiros colocados?
.. Que são ideais?
O sujeito é expressão partitiva (a maioria, o resto, a maior parte, etc.)
.. A maior parte eram pobres ou desempregados.
O predicativo é o pronome demonstrativo "o"
.. Produção era o que pedíamos aos nossos operários.
CONCORDÃNCIA FACULTATIVA
Sujeito pronome indefinido (tudo ou nada)
.. Na juventude, tudo é / são flores.
Sujeito pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo)
Æ
Aquilo eram saudades que o tempo apagaria.
Sujeito e predicativo em números diferentes (indicando "coisas").
Æ
A vida é / são ilusões.
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / Verdadeiro
1. ( ) A nossa aluna só interessava duas coisas: aulas e exercícios.
2. ( ) V. Exª., tu e ela sois os interessados.
3. ( ) Para nossa aula, trabalhou professor e diretor.
4. ( ) Comparecestes tu, um amigo e também eu.
5. ( ) Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para se entenderem.
6. ( ) A libertinagem e a devassidão corrompeu Roma.
7. ( ) Vinho, dinheiro, mulheres, nada mais lhe interessa.
8. ( ) Namorar e casar significa a mesma coisa.
9. ( ) O galo com um casal de patos saiu em defesa das marrecas.
10. ( ) A noite ou o dia traz a presença da natureza.
11. ( ) Nem o dinheiro nem a ciência pode curar o avaro.
12.( ) Mais de um atleta completou a maratona.
13. ( ) Não serei eu um dos que cruzaremos os braços.
14. ( ) A maior parte dos alunos passarão, isto é, cerca de cem alunos passará.
15. ( ) As nações parecia ficarem felizes, haja visto que Os Estados Unidos apoiou o projeto de
desarmamento.
16. ( ) Sabeis S. Exª. que se fala de sessões em que se assistem a palestras?
17. ( ) Foi eu quem escreveu este belo poema.
18. ( ) Preste atenção, ainda faltam resolver teus problemas.
19. ( ) Deve fazer muitos anos que não chovem dólares lá em casa, mas há de haver outras
ocasiões para que chova novamente.
20. ( ) Tua irmã é as alegrias do bairro: na juventude, tudo é flores.
21. ( ) Dez mil reais é muito, embora a maioria seja peças raras.
22. ( ) Hoje é dia vinte; ontem, foi dezenove.
23. ( ) O herói és tu. Nós somos a Pátria. Eu não sou vocês.
24. ( ) Mentiras era o que não faltava, mas a vida são as verdades.
Múltipla escolha
25. Assinale a opção em que a concordância verbal está incorreta.
a) São Paulo e Rio de Janeiro estão entregues a uma bilateral delinqüência - a dos criminosos comuns
e a dos policiais criminosos. De permeio, dezenas de inocentes são brutalmente sacrificados.
b) É compreensível o pavor da população diante da criminalidade. Porém, esse clima angustiante
estimula a matança oficial.
c) Assim, a política de extermínio que toma conta de nossos policiais, além de covarde e cruel com
inocentes nivelam por baixo bandidos e policiais, tornando-os delinqüentes comuns.
d) A segurança pública, dever do Estado, é exercida, também, pelas polícias militares. Forçoso é
reconhecer que o Estado está falhando, para dizer o mínimo, em seu dever.
e) A violência uniformizada, além de covarde e odiosa, ao contrário de manter a segurança, causa a
total insegurança.
26. Assinale o item incorreto quanto à concordância verbal.
a) A invenção da roda é freqüentemente descrita como um dos fatos fundamentas que permitiram ao
homem construir sua civilização. Ela é também sinônimo de coisa evidente, ovo de Colombo.
b) A roda, ao lado de outras importantes invenções como a alavanca e o guindaste, inaugurou uma era
tecnológica que hoje nos permitem construir todas as espécies de veículos, desde carroças até
foguetes espaciais.
c) Um dos mais populares é, sem dúvida alguma, o carro que facilita a vida de milhões de pessoas em
todo o planeta.
d) Há, porém, um grande inconveniente quando muitos carros procuram passar pelo mesmo local ao
mesmo tempo.
e) Os veículos simplesmente deixam de cumprir a finalidade para a qual foram criados. Eles deixam de
se locomover. (Folha de S. Paulo, 2/4/95, com adaptação)
27. Marque a opção em que a concordância verbal está correta.
a) Os encarregados de coibir a violência contra a população não cumpre a lei.
b) João Paulo, um dos melhores advogados da cidade, defenderam a vítima.
c) Tem domicílio em comarcas diferentes os dois réus.
d) Não é permitido que se estacionem os carros sem cartão.
e) Foi publicada em abril as leis necessárias à punição do criminoso.
28. Indique o trecho em que ocorre erro de concordância verbal, segundo o padrão culto da Língua
Portuguesa.
a) A outra das terras por eles exploradas, pela mesma época, os portugueses deram o nome de Brasil,
porque havia ali muito pau conhecido por esse nome. Foi sorte. Havia também, muitos macacos nessa
mesma terra, e muitos papagaios. (Veja, 6/7/94)
b) Os cheques pré-datados, que permite aos lojistas financiar seus clientes nas compras a prazo, em
alguns casos representam até a metade dos cheques recebidos pelo comércio. (O Globo. 15/1/94)
c) Os desarranjos na economia se expressam na ordem social por desequilíbrios calamitosos. São o
desemprego generalizado, as pressões inflacionárias, a queda do produto, a depressão das massas e,
síntese dialética, a violência. (Correio Braziliense, 8/7/94)
d) Mas, se, para além das palavras, se consideraram os atos do executivo e as atuais negociações,
parece que as pressões já começam a ter efeito. Há dez dias o país foi surpreendido com a nova
versão do Orçamento que prevê uma elevação de U$ 10 bilhões nos gastos do governo e igual
aumento na estimativa de receitas. (Folha de S. Paulo, 13/5/94)
e) O momento é grave. Cabe aos políticos a obrigação de manter a serenidade e o equilíbrio nos
debates, que certamente passarão para o plenário da Câmara e do Senado. (Jornal de Brasília,
27/8/92)
29. Assinale o item em que há erro de concordância, segundo a norma culta.
a) Diríamos que há importantes distinções a fazer entre discurso e história.
b) Haveremos de refletir sobre o lugar particular do índio na cultura.
c) Os missionários já haviam amansado o índio e o tornado submisso.
d) Há vários séculos as línguas indígenas têm tradição apenas oral.
e) Devem haver vantagens para o índio no contato com a civilização.
30. Assinale a opção em que um dos pares fere as regras da norma culta.
a) N. Elias é um dos autores que opõe o conceito de civilização ao de cultura para definir o que é
nação ocidental.
N. Elias é um dos autores que opõem o conceito de civilização ao de cultura para definir o que é
nação ocidental.
b) A catequese, a pacificação torna o índio assimilável e oportuniza o avanço branco.
A catequese, a pacificação tornam o índio assimilável e oportunizam o avanço branco.
c) Na literatura missionária, mais de um relato faz distinção entre índio "civilizado" e índio "selvagem".
Na literatura missionária, mais de um relato fazem distinção entre índio "civilizado" e índio
"selvagem".
d) Nem o mulato nem o caboclo perde sua identidade frente ao branco, como acontece com o
indígena.
Nem o mulato nem o caboclo perdem sua identidade frente ao branco, como acontece com o
indígena.
e) Muitos de nós brasileiros reconhecem que a concepção de nossa identidade vem do branco
europeu.
Muitos de nós brasileiros reconhecemos que a concepção de nossa identidade vem do branco
europeu.
GABARITO
1. F 7. V 13. F 19. F 25. C
2. V 8. V 14. F 20. V 26. B
3. V 9. V 15. F 21. F 27. D
4. F 10. F 16. F 22. V 28. B
5. V 11. V 17. F 23. V 29. E
6. V 12. V 18. F 24. V 30. C
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Regula a complementação verbal ou nominal e suas preposições.
REGÊNCIA VERBAL
É a maneira de o verbo relacionar-se com seus complementos.
VERBOS COM MAIS DE UM SIGNIFICADO
Agradar (v.t.d. - fazer agrados, carinhos).
Æ
Não agrade os meninos com doces.
Æ
Não os agrade com doces.
Agradar a (v.t.i. - ser agradável, satisfazer)
Desagradar a
Æ
O resultado não agradou aos cocursandos.
Æ
O resultado não lhes agradou.
Aspirar (v.t.d. - sorver, respirar).
Æ
Como é gostoso aspirar seu perfume.
Æ
Como é gostoso aspirá-lo.
Æ
Há máquinas que aspiram o pó.
Æ
Há máquinas que o aspiram.
Aspirar a (v.t.i. - pretender, almejar).
Æ
Quem não aspira a uma vida saudável?
Æ
Quem não aspira a ela.
Observação:
O pronome lhe será usado quando o objeto indireto for palavra que indique pessoa; caso contrário,
usar-se-á o pronome ele com a respectiva preposição.
Assistir (a) - (v.t.d. ou v.t.i.) - dar assistência.
Æ
O Governo assiste as populações carentes.
Æ
O Governo assiste-as.
Æ
O Governo assiste às populações carentes.
Æ
O Governo assiste a elas.
Observação:
Se ocorrer ambigüidade, deve ser usado apenas como v.t.d.
Æ
A enfermeira assistiu ao transplante. (viu ou deu assistência?)
Æ
A enfermeira assistiu o transplante.
Assistir a (v.t.i. - ver, estar presente; ou caber, ter direitos, deveres)
Æ
Queremos assistir ao jogo.
Æ
Queremos assistir a ele.
Æ
Esse direito só assistia ao Presidente.
Æ
Esse direito só lhe assistia.
Assistir em (v.i. - morar, residir).
Æ
D. Pedro assistia em Petrópolis. (a. adv. lugar)
Atender (v.t.d. - deferir um pedido, conceder algo).
Æ
Deus atenderá nossas súplicas.
Æ
Deus as atenderá.
Atender (a) (v.t.d. ou v.t.i. - dar atenção - complemento "pessoa")
Æ
O professor atende os / aos alunos.
Æ
O professor atende-os / lhes.
Observação:
Alguns gramáticos dão preferência ao uso do pronome "o".
Atender a (v.t.i. - dar atenção - complemento "coisa")
Æ
Por favor, atenda ao telefone.
Æ
Atenda a ele.
Chamar (v.t.d. - convidar, convocar, atrair)
Æ
Chamei meus amigos e pedi discrição.
Æ
Chamei-os e pedi discrição.
Æ
Aquele fato chamou a atenção da polícia.
Chamar por (v.t.i. -invocar, chamamento veemente).
Æ
O Negrinho chamou por sua madrinha, a Virgem.
Æ
Chamou por ela.
Chamar a (v.t.d.i. - repreender).
Æ
Chamei à atenção os alunos.
Æ
Chamei-os à atenção.
Chamar (a) (v.t.d. ou v.t.i. + predicativo - tachar, considerar).
Æ
Chamaram o aluno inteligente.
o.d. predic. o.d.
Æ
Chamaram-no inteligente.
o.d. predic. o.d.
Æ
Chamaram o aluno de inteligente.
o. d. predic. o.d.
Æ
Chamaram-no de inteligente.
o.d. predic. o.d.
Æ
Chamaram ao aluno, inteligente.
o. i. predic. o.i.
Æ
Chamaram-lhe inteligente.
o.i. predic. o.i.
Æ
Chamaram ao aluno de inteligente.
o.i. predic. o.i.
Æ
Chamaram-lhe de inteligente.
o. i. predic. o.i.
Comparecer a (v.t.i. - complemento "atividade").
Æ
Os magistrados não compareceram ao júri.
Comparecer a (em)- (v.i. - complemento "lugar').
Æ
Os concursandos compareceram ao / no local na hora prevista.
Constar - (v.i. -dizer-se, passar por certo).
Æ
Consta que Cristo.fez maravilhosos portentos.
Constar de (v.t.i. -ser composto ou formado, constituir-se).
Æ
Esta obra consta de dois volumes.
Constar em (v.i. -estar registrado, escrito).
Æ
Algumas palavras nem constam no dicionário.
Custar (v.t.d.i. - acarretar).
Æ
O remorso custava lágrimas ao pecador.
Æ
O remorso custou-lhas.
Custar a (v.t.i. - ser custoso, difícil, demorado).
Æ
Custa aos alunos entender tais assuntos.
o i. sujeito
Observação:
Como se pode ver, o objeto indireto é pessoa e o sujeito, oracional; devendo, portanto, evitar-se:
Æ
Os alunos custaram a entender tais assuntos.
Deparar (com) (v.t.d. ou v.t.i. - dar com, encontrar).
Æ
Quando deparou (com) o erro, procurou corrigi-lo imediatamente.
Deparar a (v.t.d.i. - fazer aparecer, apresentar).
Æ
Nem a ciência deparava solução ao mistério.
Deparar-se a (v.t.i. pronominal - apresentarse, oferecer-se, surgir).
Æ
Uma nova situação deparou-se aos alunos.
Implicar (v.t.d. - acarretar).
Æ
Contratação de pessoal implica despesas.
Implicar com (v.t.i. - ter implicância).
Æ
Não sei por que implicas com as crianças.
Implicar em (v.t.d.i. - envolver).
Æ
Cacilda implicara o namorado em crimes.
Implicar-se em (v.t.i. pronominal -envolver-se).
Æ
Implicou-.se em conspirações.
Lembrar (v.t.d. - não esquecer).
Æ
Não lembramos de datas de aniversários.
Lembrar-se de (v.t.i. pronominal - não se esquecer de).
Æ
Lembre-se dos fatos marcantes da vida.
Lembrar a (v.t.d.i. - advertir, recordar).
Æ
Lembramos aos presentes a necessidade do convite.
Lembrar a (v.t.i. - vir à lembrança).
Æ
Lembrou a todos aquele fato inusitado.
o.i. sujeito
Observação:
Essa é construção clássica que tem como sujeito o ser lembrado.
Esquecer, recordar e admirar apresentam idêntica regência.
Precisar (v.t.d. - indicar com exatidão).
Æ
O guarda não precisou o local da infração.
Æ
O guarda não o precisou.
Precisar de (v.t.i.) (ter necessidade, carecer).
Æ
Quem não precisa de dinheiro?
Æ
Quem não precisa dele?
Observação:
Alguns autores clássicos o empregaram como v.t.d. - porém, na linguagem atual, esse procedimento
não tem mais trâmites.
Proceder (v. i. - comportar-se, provir, ter fundamento).
Æ
Vivia com austeridade, e procedia como rei.
Æ
Os retirantes procediam de longínquas terras.
Æ
Infelizmente, seu pleito não procede.
Proceder a (v.t.i. - realizar, fazer).
Æ
A polícia procederá ao inquérito.
Æ
A polícia procederá a ele.
Querer (v.t.d. - desejar).
Æ
Quero sucesso imediato.
Æ
Quero-o.
Querer a (v.t.i. - amar, estimar, bem-querer).
Æ
Quero muito a meus pais.
Æ
Quero-lhes muito.
Responder (v.t.d. - exprimindo a resposta).
Æ
O homem respondeu qualquer coisa ininteligível.
Responder a (v.t.i. e v.t.d.i. - dizer em resposta).
Æ
Todos deveriam responder ao questionário.
Æ
Os alunos responderam ao professor que não tinham estudado.
Visar (v.t.d. - apor visto, apontar para).
Æ
Não te esqueças de visar teu passaporte.
Æ
Não te esqueças de visa-lo.
Æ
Apontou o arcabuz, mas não visava o alvo.
.. Não o visava.
Visar a (v.t.i. - pretender, almejar, ter em vista).
Æ
Os políticos visam apenas aos seus interesses.
Æ
Visam apenas a eles.
Observações:
a) Seguido de infinitivo, pode a preposição ficar subentendida.
Æ
O pequenino visava conquistar a simpatia de todos.
b) Apesar de exemplos clássicos como transitivo direto, não se recomenda tal procedimento na
linguagem hodierna.
VERBOS COM PROBLEMAS (decorrentes do linguagem coloquial)
Chegar (v. i. - exige as preposições a ou de)
Æ
Amanhã chegaremos cedo ao colégio.
Æ
Elas chegavam de Taguatinga e iam a Sobradinho.
Observação:
O erro comum é o uso da preposição em em vez de a.
Æ
Quando cheguei em Brasília. (incorreto)
Ir (v. i. - exige as preposições a ou para).
Æ
Nessas férias, iremos a Fortaleza. (ida e retorno).
Æ
Fui transferido, estou indo para o Canadá. (ida e permanência)
Observação:
O erro comum é usar a preposição em.
Æ
Com licença, preciso ir no banheiro. (incorreto)
Namorar (v.t.d.)
Æ
Paula namorava todos os rapazes da rua.
Observação:
O erro comum é usar-se com a preposição com.
Æ
Raimunda só foi feliz namorando com Ricardo. (incorreto)
Obedecer - desobedecer (v.t.i. - exigem a preposição a).
Æ
Seria bom obedeceres aos teus estímulos.
Æ
Não desobedeças ao teu pai.
Observação:
O erro comum tem sido usá-los como transitivos diretos.
Æ
Pedrinho, não desobedeças teu pai! (incorreto)
Pagar - perdoar (v.t.d.i. - o.d. "coisa", o.i. "pessoa").
Æ
Já paguei a prestação ao cobrador.
Observação:
O erro comum é a construção com objeto direto "pessoa".
Æ
Amanhã pagaremos os funcionários. (incorreto)
Preferir (v.t.d.i. )
Æ
Há indivíduos que preferem o sucesso fácil ao triunfo meritório.
Observação:
O erro comum é o uso redundante de "reforços" (antes, mais, muito mais, mil vezes, etc) e de
"comparativos" (que ou do que).
Æ
Prefiro mil vezes um inimigo do que um falso amigo. (incorreto)
Residir (v. i. - exige a preposição em).
Æ
Ela reside na Avenida das Nações.
Observações:
Têm a mesma regência os verbos morar, situar-se, estabelecer-se e os adjetivos derivados sito,
residente, morador, estabelecido.
Æ
Ela reside na SQN 315, estabeleceu-se na QNG, sito na casa 10.
O erro comum é usar-se a preposição a.
Æ
Todos estarão tio local determinado, sito a SCLN 314. (incorreto)
Simpatizar - antipatizar (v.t.i. - exigem a preposição com).
Æ
Alguns não simpatizavam com o treinador.
Observação:
O erro comum é usá-lo como verbo pronominal, reflexivo.
Æ
Nunca me simpatizei com modas. (incorreto)
TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS
Aconselhar, autorizar, avisar, comunicar, certificar, cientificar, dissuadir, ensinar,
incumbir, informar, lembrar, notificar, participar, etc.
Alguns desses verbos admitem alternância, isto é, objeto direto e indireto de "coisa" ou "pessoa", indiferentemente.
Informei o fato aos alunos. ou
o.d. o. i.
Informei os alunos do fato.
o.d. o. i.
Observação:
O erro comum, com esses verbos, é a construção em que aparecem dois objetos diretos ou dois
indiretos, isto é, por excesso ou omissão de preposição.
Avisei-os que a prova fora transferida. (incorreto)
o.d. o.d. > dois objetos diretos
Avisei-os de que a prova fora transferida. (correto)
o.d. o. i.
Avisei-lhe de que a prova fora transferida. (incorreto)
o.i. o.i. > dois objetos indiretos
Avisei-lhe que a prova fora transferida. (correto)
o.i. o.d.
REGÊNCIA NOMINAL
É a relação de subordinação entre o nome e seus complementos, devidamente estabelecida
por intermédio das preposições correspondentes.
Acostumado (a, com)
Estava acostumado a / com qualquer coisa.
Afável (a, com, para com)
Parecia afável a / com / para com todos.
Afeiçoado (a, por)
Afeiçoado aos estudos. Afeiçoado pela vizinha.
Aflito (com, por)
Aflito com a notícia. Aflito por não ter notícia.
Amizade (a, por, com)
Amizade à / pela / com a irmã mais velha.
Analogia (com, entre)
Não há analogia com / entre os fatos históricos.
Apaixonado (de, por)
Era um apaixonado das / pelas flores.
Apto (a, para)
Estava apto ao / para o desempenho das funções.
Ávido (de, por)
Um homem ávido de / por novidades.
Constituído (de, por)
Um grupo constituído de / por várias turmas.
Contemporâneo (a, de)
Um estilo contemporâneo ao / do Modernismo.
Devoto (a, de)
Um aluno devoto às / das artes.
Falho (de, em)
Um político falho de / em caráter.
Imbuído (de, em)
Imbuído de / em vaidades.
Incompatível (com)
A verdade é incompatível com a realidade.
Passível (de)
O projeto é passível de modificações.
Propenso (a, para)
Sejam propensos ao / para o bem.
Residente (em)
Os residentes na Capital.
Vizinho (a, de)
Um prédio vizinho ao / do meu.
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / verdadeiro
1. ( ) Só para agradar meu filho, fui assistir um jogo do Flamengo.
2. ( ) O árbitro, aspirando à simpatia da torcida, preferiu marcar pênalti do que simples falta.
3. ( ) A emoção ansiava ao goleiro, que esperava proceder uma bela defesa.
4. ( ) Os torcedores visavam o árbitro e chamavam-lhe ladrão: não se simpatizavam com ele.
5. ( ) Meu filho também custava a perdoar o árbitro.
6. ( ) Todos que compareceram no jogo deparam um espetáculo degradante.
7. ( ) Está na hora da falta ser cobrada e isso implica em grande concentração.
8. ( ) Não lembro mais do nome de quem chutou: esqueceu-me o nome dele.
9. ( ) Sei que namorou com a bola, beijou-lhe, pois a queria como a uma noiva.
10. ( ) O goleiro avisou ao árbitro de que estava pronto, mostrando-lhe aonde ficaria.
Múltipla escolha
11. Assinale a opção correta quanto à regência verbal.
a) Eu não lhe vi avançar o sinal, mas assisti o seu desrespeito ao pedestre, conduzindo o veículo, em
alta velocidade, pelo acostamento.
b) Não lhe conheço bem para afirmar que ele tem o hábito de namorar com a vítima dentro do
automóvel.
c) Informou-lhe que as medidas de prevenção de acidentes no trânsito não implicavam custo adicional
para a administração.
d) O agente de trânsito tentava explicar ao motorista de que não visava o agravamento da punição e,
sim, que queria ajudar-lhe.
12. Com relação à regência verbal, assinale a opção correta.
a) O datilógrafo deve conhecer a todas as possibilidades da máquina de escrever.
b) Aconselho-o uma leitura atenta ao manual.
c) Alguns itens podem parecê-lo mais importante.
d) As margens do papel protegem à margem escrita.
e) Cabe ao datilógrafo o estabelecimento das medidas da margem.
13. Assinale a frase que apresenta regência nominal incorreta.
a) O tabagismo é prejudicial à saúde.
b) Estava inclinado em aceitar o convite.
c) Sempre foi muito tolerante com o irmão.
d) É lamentável sentir desprezo por alguém.
e) Em referência ao assunto, prefiro nada dizer.
14. Quanto à regência verbal, escreva (1) nas corretas e (2) nas incorretas.
( ) Logo que chegou, eu o ajudei como pude.
( ) Preferia remar do que voar de asa delta.
( ) Naquela época, eu não visava o cargo de diretor.
( ) Sem esperar, deparei com ela bem perto de mim.
( ) Nós tentamos convencê-lo que tudo era imaginação.
A seqüência correta dos números nos parênteses é
a) 1, 1, 1, 2, 2 d) 1, 2, 2, 1, 2
b) 2, 2, 2, 1, 1 e) 1, 2, 1, 2, 1
c) 2, 1, 1, 2, 1
15. Indique o trecho em que há erro de regência.
a) "Os rebeldes sem causa já haviam tomado de assalto as telas do cinema muito antes que a primeira
guitarra roqueira fosse plugada na tomada." (VEJA/95)
b) "A exemplo das grandes sagas empresariais, ‘Um Sonho de Liberdade' prega a supremacia da
perseverança sobre a adversidade, da paciência sobre a brutalidade, da frieza sobre o instinto." (VEJA,
15/3/95)
c) "Para lembrar o assassinato de Zumbi, muitos estarão somente dançando e tocando tambor - o que
somente acontecerá em reforço aos estereótipos atiçados sobre seus descendentes." (Folha de S.
Paulo, 26/3/95)
d) "Art. 3. São direitos de cada condômino: reclamar à Administração, exclusivamente por escrito,
todas e quaisquer irregularidades que observe, ou que esteja sendo vítima."
e) "4.1 - Este contrato é irrevogável e irretratável. Desejando o assinante cancelá-lo, deverá remeter à
editora cópia xerográfica da face preenchida deste documento, acompanhada de carta explicativa dos
motivos do cancelamento."
16. Aponte o trecho correto quanto à regência.
a) Quando se desativa uma linha de trem, estão-se isolando muitas localidades que perderão o único
meio de transporte que dispõem.
b) Em muitas cidades pequenas, no interior do País, prevalece a idéia, a qual se desconfia que o
próprio Prefeito seja adepto, de que o trem é meio de transporte obsoleto.
c) Como é interesse do País de que o preço do frete diminua, são urgentes e imprescindíveis os
investimentos em nosso sistema ferroviário.
d) A partir dos anos 50, o baixo custo do petróleo justificou a opção do transporte de carga por
rodovias, às quais foram ganhando cada vez mais preferência.
e) No Brasil, dadas suas dimensões continentais, deve-se dar preferência às ferrovias para a
movimentação de cargas.
17. Marque o item incorreto quanto à regência verbal.
a) Os cavalos criados no turfe moram onde um pangaré não mete o focinho.
b) O clima dos centros de treinamento desses animais equivale ao da Suíça.
c) O ar puro é um trunfo, porque há cavalos hemorrágicos que tendem a sangrar no pulmão depois de
um esforço.
d) O criador desse animal prefere dedicar seu tempo a ele que entregá-lo a um treinador qualquer.
e) Nos hotéis cinco estrelas eqüinos, o trato responde aos anseios desses animais.
18. Marque a alternativa com sentença incorreta.
a) Os cheques que ele visava eram de outra agência.
b) Os prêmios a que todos aspiravam não mais serão concedidos.
c) O contrato apresentava várias cláusulas de que desconfiávamos.
d) Os programas a cuja elaboração assistira foram muito comentados.
e) As propostas que o advogado se refere não explicam as condições.
19. Assinale a opção que contém erro, segundo os padrões formais da língua portuguesa.
a) Algumas idéias vinham ao encontro das reivindicações dos funcionários, contentando-os, outras
não.
b) Todos aspiravam a uma promoção funcional, entretanto poucos se dedicavam àquele trabalho, por
ser desgastante.
c) Continuaram em silêncio, enquanto o relator procedia à leitura do texto final.
d) No momento este Departamento não pode prescindir de seus serviços devido ao grande volume de
trabalho.
e) Informamos a V. Sa. sobre os prazos de entrega das novas propostas, às quais devem ser
respondidas com urgência.
20. De acordo com a norma culta, há erro de regência do termo destacado em:
a) Meu apartamento é contíguo ao do meu irmão.
b) O candidato julgou estar apto a fazer um bom exame.
c) A sociedade não pode ficar imune a essas solicitações.
d) A tolerância, mesmo exagerada, é preferível do que o ódio.
e) A Justiça do Trabalho é que julga os dissídios entre trabalhadores e patrões.
21. Assinale a alternativa incorreta.
a) Chamei-lhe incompetente, pois jamais soube compreender-me.
b) O Presidente assiste cm Brasília desde que foi eleito.
c) Os alunos custarão muito para entender as exceções da ortografia.
d) No sertão as pessoas são mais saudáveis porque podem aspirar o ar puro, sem qualquer tipo de
poluição.
e) Sempre hei de querer-lhe como se fosse minha própria irmãzinha.
22. Aponte, entre as alternativas abaixo, aquela que relaciona os elementos que preenchem
corretamente as lacunas do texto abaixo.
"A ida dos meninos _____ casa da fazenda fez _____ que o velho, sempre intolerante _____ crianças
e fiel ______ seu costume de assustá-las, persistisse ______ busca _____ um plano para pô-las ____
fuga."
a) à – com – com – a – na – de – em;
b) para – a – às – em – na – a – na;
c) na – em – das – do – com – por – de;
d) a – em – de – de – com a – para – com;
e) à – com – nas – à – com – por – em.
23. Assinale a alternativa que completa corretamente.
O jogo _______ me referi foi ganho pelo Brasil.
O escritor ______ livro acabei de ler encontra-se em Curitiba.
O certificado ______ o diretor visou será entregue aos alunos hoje.
O documento ______ precisava ainda não foi visado pelo diretor.
O professor informou os alunos ______ a prova fora adiada.
a) a que – cujo o – a que – de que – de que;
b) que – cujo – que – que – que;
c) a que – cujo o – que – de que – de que;
d) que – cujo – que – de que – que;
e) a que – cujo – que – de que – de que.
24. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.
I - Visando apenas suas próprias conveniências, prejudicou toda a coletividade.
II - Por orgulho, preferiu abandonar a empresa a ter que se valer de empréstimos do Governo.
III - Embora fosse humilde, sempre aspirou a posições de destaque na empresa.
IV - Adormeceu tranqüilamente, aspirando o aroma doce das flores da campina.
a) II-III-IV b) I-II-III c) I-III-IV
d) Todos os períodos estão corretos. e) Todos os períodos contêm erros.
25. Assinale a frase com erro de regência verbal.
a) Na oportunidade, encaminho a V. Sa. a documentação exigida.
h) Consultaram o diretor sobre as próximas reuniões do conselho.
c) Portanto, cientifico-lhe de que houve engano de data e horário.
d) Solicitamos-lhe reformulação da grade horária referente à próxima semana.
e) Os policiais, à paisana, procederam à renovação do cadastro dos ocupantes da favela.
26. Escolha a opção que completa corretamente as lacunas do período.
Ele anseia _______ visitá-la porque _______ estima ______ muito e deseja que ela ______ perdoe
______ erros.
a) em – lhe – o – os d) por – a – lhe – os
b) de – lhe – o – aos e) por - lhe - lhe – aos
c) para – a – lhe – aos
27. Assinale a opção cuja lacuna não pode ser preenchida pela preposição entre parênteses.
a) Uma grande mulher, __________ cuja figura os velhos se comoviam. (com)
b) Uma grande mulher, _______ cuja figura já nos referimos antes. (a)
c) Uma grande mulher, _________ cuja figura havia um ar de decadência. (em)
d) Uma grande mulher, _______ cuja figura todos estiveram apaixonados. (por)
e) Uma grande mulher, _______ cuja figura as crianças se assustavam. (de)
28. Aponte a opção em que a substituição da preposição (entre parênteses) contraria os preceitos
gramaticais da norma culta.
a) Contribuição decisiva à (para) solução do problema.
b) Verdades incômodas relacionadas com (a) a situação da leitura.
c) Fugir a (de) novas oportunidades.
d) Embora não tenha para (a) apoiar-me estatísticas oficiais.
e) Verificam-se problemas oriundos de (em) causas gerais.
29. Considerando os períodos abaixo, escolha a alternativa que os analisa corretamente.
I - Vicente desviou-se do assunto, que não o agradava muito.
II - D. Pedro abdicou a coroa na pessoa de sua filha D. Maria da Glória.
III - Na Academia teria um lugar de direito, se o aspirasse realmente.
IV - Nós o chamávamos tiozinho e brincávamos com ele como um boneco.
a) Corretas: I e II d) Corretas: I e III
b) Corretas: II e III e) Corretas: II e IV
c) Corretas: III e IV
30. Aponte a alternativa que apresenta incorreção de regência.
a) Apenas lhe informaram que os bens de Domingos haviam sido confiscados.
b) O ministro informou ao povo sobre a situação financeira do país.
c) Tive uma suspeita e preferi dizê-la a guardá-la.
d) Depois, convidou-os a procederem à nomeação do secretário.
e) Quem sabe se aquele homem não havia particularmente visado à sua fortuna, aos bens que lhe
constituíam quantioso dote?
GABARITO
1. F 7. F 13. B 19. E 25. C
2. F 8. F 14. D 20. D 26. D
3. F 9. F 15. D 21. C 27. E
4. F 10. F 16. E 22. A 28. E
5. F 11. C 17. D 23. E 29. E
6. F 12. E 18. E 24. A 30. B
SEMÂNTICA (SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS)
Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.
A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos:
Família de Idéias Homonímia
Sinonímia Paronímia
Antonímia Polissemia
Família de idéias
São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma
idéia.
Veja a relação a seguir:
x
casa, moradia, lar, abrigo
x
residência, sobrado, apartamento, cabana
Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma
família de idéias.
Observe outros exemplos:
x
revista, jornal, biblioteca, livro
x
casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta
x
serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto
x
telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor
Sinonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais
ou semelhantes - SINÔNIMOS.
Ex.: Cômico - engraçado
Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto
Antonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.
Ex.: Economizar - gastar
Bem - mal
Bom - ruim
Homonímia
É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes,
possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.
As homônimas podem ser:
x
Homógrafas heterofônicas ( ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes
na pronúncia.
Ex.: gosto ( substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto ( substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)
x
Homófonas heterográficas ( ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e
diferentes na escrita.
Ex.: cela (substantivo) - sela ( verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar ( verbo)
x
Homófonas homográficas ( ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e
na escrita.
Ex.: cura (verbo) - cura ( substantivo)
Verão ( verbo) - verão ( substantivo)
Cedo ( verbo ) - cedo (advérbio)
Paronímia
É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados
diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
Ex.: cavaleiro - cavalheiro
Absolver - absorver
Comprimento - cumprimento
Polissemia
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa.
Abasteci meu carro no posto da esquina.
Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.
Lista de homônimos e parônimos
Acender - pôr fogo a
Ascender - elevar-se, subir
Acento - inflexão de voz, tom de voz, acento
Assento - base, lugar de sentar-se
Acessório - pertences de qualquer instrumento
ou máquina; que não é principal
Assessório - diz respeito a assistente, adjunto
ou assessor
Aço - ferro temperado
Asso - do v. assar
Anticéptico - contrário ao cepticismo
Antisséptico - contrário ao pútrido; desinfetante
Asar - guarnecer de asas
Azar - má sorte, ocasionar
Brocha - tipo de prego
Broxa - tipo de pincel
Caçado - apanhado na caça
Cassado - anulado
Cardeal - principal; prelado; ave; planta; ponto
(cardeal)
Cardial - relativo à cárdia
Cartucho - carga de arma de fogo
Cartuxo - frade de Cartuxa
Cédula - documento
Sédula - feminino de sédulo (cuidadoso)
Cegar - tornar ou ficar cego
Segar - ceifar
Cela - aposento de religiosos; pequeno quarto
de dormir
Sela - arreio de cavalgadura
Censo - recenseamento
Senso - juízo
Censual - relativo a censo
Sensual - relativo aos sentidos
Cerra - do verbo cerrar (fechar)
Serra - instrumento cortante; montanha; do v.
serrar (cortar)
Cerração - nevoeiro denso
Serração - ato de serrar
Cerrado - denso; terreno murado; part. do v.
cerrar (fechado)
Serrado - particípio de serrar (cortar)
Cessão - ato de ceder
Sessão - tempo que dura uma assembléia
Secção ou seção - corte, divisão
Cevar - nutrir, saciar
Sevar - ralar
Chá - infusão de folhas para bebidas
Xá - título do soberano da Pérsia
Cheque - ordem de pagamento
Xeque - perigo; lance de jogo de xadrez; chefe
de tribo árabe
Cinta - tira de pano
Sinta - do v. sentir
Círio - vela de cera
Sírio - relativo à Síria; natural desta
Cível - relativo ao Direito Civil
Civil - polido; referente às relações dos
cidadãos entre si
Cocho - tabuleiro
Coxo - que manqueja
Comprimento - extensão
Cumprimento - ato de cumprir, saudação
Concelho - município
Conselho - parecer
Concerto - sessão musical; harmonia
Conserto - remendo, reparação
Concílio - assembléia de prelados católicos
Consílio - conselho
Conjetura - suposição
Conjuntura - momento
Coringa - pequena vela triangular usada à proa
das canoas de embono; moço de barcaça
Curinga - carta de baralho
Corisa - inseto
Coriza - secreção das fossas nasais
Coser - costurar
Cozer - cozinhar
Decente - decoroso
Descente - que desce
Deferir - atender, conceder
Diferir - distinguir-se; posicionar-se
contrariamente; adiar (um compromisso
marcado)
Descargo - alívio
Desencargo - desobrigação de um encargo
Desconcertado - descomposto; disparato
Desconsertado - desarranjado
Descrição - ato de descrever
Discrição - qualidade de discreto
Descriminar - inocentar
Discriminar - distinguir, diferenciar
Despensa - copa
Dispensa - ato de dispensar
Despercebido - não notado
Desapercebido - desprevenido
Édito - ordem judicial
Edito - decreto, lei (do executivo ou legislativo)
Elidir - eliminar
Ilidir - refutar
Emergir - sair de onde estava mergulhado
Imergir - mergulhar
Emerso - que emergiu
Imerso - mergulhado
Emigração - ato de emigrar
Imigração - ato de imigrar
Eminente - excelente
Iminente - sobranceiro; que está por acontecer
Emissão - ato de emitir, pôr em circulação
Imissão - ato de imitir, fazer entrar
Empossar - dar posse
Empoçar - formar poça
Espectador - o que observa um ato
Expectador - o que tem expectativa
Espedir - despedir; estar moribundo
Expedir - enviar
Esperto - inteligente, vivo
Experto - perito ("expert")
Espiar - espreitar
Expiar - sofrer pena ou castigo
Esplanada - terreno plano
Explanada (o) - part. do v. explanar
Estasiado - ressequido
Extasiado - arrebatado
Estático - firme
Extático - absorto
Esterno - osso dianteiro do peito
Externo - que está por fora
Estirpe - raiz, linhagem
Extirpe - flexão do v. extirpar
Estofar - cobrir de estofo
Estufar - meter em estufa
Estrato - filas de nuvens
Extrato - coisa que se extraiu de outra
Estremado - demarcado
Extremado - extraordinário
Flagrante - evidente
Fragrante - perfumado
Fluir - correr
Fruir - desfrutar
Fuzil - arma de fogo
Fusível - peça de instalação elétrica
Gás - fluido aeriforme
Gaz - medida de extensão
Incidente - acessório, episódio
Acidente - desastre; relevo geográfico
Infligir - aplicar castigo ou pena
Infringir - transgredir
Incipiente - que está em começo, iniciante
Insipiente - ignorante
Intenção - propósito
Intensão - intensidade; força
Intercessão - ato de interceder
Interseção - ato de cortar
Laço - nó que se desata facilmente
Lasso - fatigado
Maça - clava; pilão
Massa - mistura
Maçudo - maçador; monótono
Massudo - que tem aspecto de massa
Mandado - ordem judicial
Mandato - período de permanência em cargo
Mesinha - diminutivo de mesa
Mezinha - medicamento
Óleo - líquido combustível
Ólio - espécie de aranha grande
Paço - palácio real ou episcopal
Passo - marcha
Peão - indivíduo que anda a pé; peça de
xadrez
Pião - brinquedo
Pleito - disputa
Preito - homenagem
Presar - aprisionar
Prezar - estimar muito
Proeminente - saliente no aspecto físico
Preeminente - nobre, distinto
Ratificar - confirmar
Retificar - corrigir
Recreação - recreio
Recriação - ato de recriar
Recrear - proporcionar recreio
Recriar - criar de novo
Ruço - grave, insustentável
Russo - da Rússia
Serva - criada, escreva
Cerva - fêmea do cervo
Sesta - hora do descanso
Sexta - redução de sexta-feira; hora canônica;
intervalo musical
Tacha - tipo de prego; defeito; mancha moral
Taxa - imposto
Tachar - censurar, notar defeito em; pôr prego
em
Taxar - determinar a taxa de
Tráfego - trânsito
Tráfico - negócio ilícito
Viagem - jornada
Viajem - do verbo viajar
Vultoso - volumoso
Vultuoso - inchado
SAIBA MAIS
Existem também expressões que apresentam semelhanças entre si, e têm significação
diferente. Tal semelhança pode levar os utentes da língua a usar uma expressão uma em vez de outra.
x
Acerca de: sobre, a respeito de. Fala acerca de alguma coisa.
A cerca de: a uma distância aproximada de. Mora a cerca de dez quadras do centro da
cidade.
Há cerca de: faz aproximadamente. Trabalha há cerca de cinco anos.
x
Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo. Ir ao encontro dos
familiares.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.
x
Ao invés de: ao contrário de
Em vez de: em lugar de. Usar uma expressão em vez de outra.
x
A par: ciente. Estou a par do assunto.
Ao par: de acordo com a convenção legal, sem ágio, sem abatimentos (câmbio, ações, títulos,
etc.).
x
À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável. Vida à-toa.
À toa (advérbio): sem rumo. Andar à toa.
Outras Formas Homônimas e Parônimas
Além das palavras listadas no capítulo anterior, existem outras formas parônimas e homônimas
imperfeitas, com pronúncia igual (homófonas) e grafia diferente (heterógrafas). É evidente que essa
semelhança causa hesitações e induz a erros no ato de redigir.
1. PORQUÊS
- Porque: é conjução subordinativa causal; equivale a pois . Ele não veio porque choveu.
- Porquê: é a mesma conjunção subordinativa causal substantivada; é sinônimo de motivo, razão. Não
sei o porquê da ausência dele.
- Por que: é a preposição por seguida de pronome interrogativo que; eqüivale a por que motivo, pelo
qual, pela qual, pelos quais, pelas quais. Por que ele não veio? Eis o motivo por que não veio.
-Por quê: é o mesmo por que anterior, quando em fim de frase. Você não veio por quê?
2. ONDE/ AONDE
- Onde: empregado em situações estáticas (com verbos de quietação). Onde moras?
- Aonde: empregado em situações dinâmicas (com verbos de movimento). Equivale para onde. Aonde
vais?
3. -EM, -ÉM, -ÊM, -ÊEM.
- -EM (tônico): em vocábulos monossilábicos: bem, cem, trem.
- -ÉM: em vocábulos oxítonos com mais de uma sílaba: armazém, ninguém, ele mantém.
- -ÊM: em formas da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e seus
derivados: eles têm, vêm, provêm, detêm.
- -ÊEM: em formas da 3ª pessoa do plural dos verbos dar, crer, ler e ver e de seus derivados: dêem,
vêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, prevêem.
OBSERVE:
SINGULAR PLURAL
ELE TEM ELES TÊM
ELE VEM ELES VÊM
ELE CONTÉM ELES CONTÊM
ELE DETÉM ELES DETÊM
ELE RETÉM ELES RETÊM
ELE SE ATÉM ELES SE ATÊM
ELE PROVÉM ELES PROVÊM
SINGULAR PLURAL
QUE ELE DÊ QUE ELES DÊEM
ELE CRÊ ELES CRÊEM
ELE DESCRÊ ELES DESCRÊEM
ELE LÊ ELES LÊEM
ELE VÊ ELES VÊEM
ELE PREVÊ ELES PREVÊEM
ELE RELÊ ELES RELÊEM
ELE REVÊ REVÊEM
4. -ÊS (-ESA)/ -EZ (-EZA)
- -ÊS (-ESA): ANEXA-SE A SUBSTANTIVOS
SUBSTANTIVO SUFIXO ADJETIVO DERIVADO
MONTE +ÊS MONTÊS
CORTE +ÊS CORTÊS
BURGO +ÊS BURGUÊS
MONTANHA +ÊS MONTANHÊS
CHINA +ÊS CHINÊS
OBSERVAÇÕES:
- Terminam com o sufixo -ês os gentílicos: francês, japonês, inglês, marquês.
-Também terminam com o sufixo -ês títulos nobiliárquicos e outros.
-O sufixo -esa é o mesmo sufixo -ês no feminino: portuguesa, marquesa.
- EZ (-EZA): anexa-se a adjetivos
ADJETIVO SUFIXO SUBSTANTIVO ABSTRATO*
ÁCIDO +EZ ACIDEZ
ALTIVO +EZ ALTIVEZ
HONRADO +EZ HONRADEZ
CLARO +EZA CLAREZA
TRISTE +EZA TRISTEZA
POBRE +EZA POBREZA
* Indica qualidade, estado, condição.
5. -ISA/-IZ (-IZA)
- -ISA: anexa-se a substantivos
SUBSTANTIVO MASCULINO SUFIXO SUBSTANTIVO FEMININO
DIÁCONO +ISA DIACONISA
PAPA +ISA PAPISA
POETA +ISA POETISA
PROFETA +ISA PROFETISA
SACERDOTE +ISA SACERDOTISA
- -IZA: é a terminação feminina correspondente a substantivos masculinos em -iz: juiz/juíza
6. -IZAR/-ISAR
- -IZAR: anexa-se a substantivos ou a adjetivos que não tenham "s" no radical.
SUBSTANTIVOS/ ADJETIVOS SUFIXO VERBO
AGONIA +IZAR >AGONIZAR
AMENO +IZAR AMENIZAR
IDEAL +IZAR IDEALIZAR
SUAVE +IZAR SUAVIZAR
SUBSTANTIVO COM RADICAL EM -IZ SUFIXO VERBO
CICATRIZ +AR CICATRIZAR
RAIZ +(EN) +AR ENRAIZAR
VERNIZ +(EN) +AR ENVERNIZAR
DESLIZ(E) +AR DESLIZAR
- -IS(AR): corresponde a palavras acabadas em -ISO, -ISA, -ISE, -IS.
TERMINAÇÕES EM -ISO, -ISA, -ISE E -IS +AR VERBO
ANÁLISE +AR ANALISAR
PESQUISA +AR PESQUISAR
PISO +AR PISAR
AVISO +AR AVISAR
ÍRIS +AR IRISAR
7. -SINHO/-ZINHO
-SINHO: corresponde a substantivos cujo radical termina com "s".
SUBSTANTIVOS TERMINAÇÃO DIMINUTIVO
ADEUS +INHO ADEUZINHO
CHINÊS +INHO CHINESINHO
MÊS(A) +INHA MESINHA
PRINCES(A) +INHA PRINCESINHA
OBSERVAÇÃO:
O sufixo é, na verdade, -inho, que se acrescenta a substantivo com radical que termina em "s": mês(a)
+ inha = mesinha
-ZINHO: anexa-se a palavras cujo radical não termina em "s".
SEM S +(Z)INHO DIMINUTIVO
ANEL +Z+INHO ANELZINHO
CAFÉ +Z+INHO CAFEZINHO
PAI +Z+INHO PAIZINHO
SÓ +Z+INHO SOZINHO
PÉ +Z+INHO PEZINHO
OBSERVAÇÃO:
O sufixo é, na verdade, -INHO, que se liga ao radical mediante a consoante de ligação -Z:
Anel + consoante de ligação -Z + sufixo -INHO = anelzinho.
O diminutivo plural se forma de acordo com o seguinte processo:
SUBTRAÇÃO DE + CONSOANTE DE
SUBSTANTIVO PLURAL + SUFIXO -INHO(S)
-S LIGAÇÃO -Z
ANEL ANÉIS ANEI ANEIZ ANEIZINHOS
CORAÇÃO CORAÇÕES CORAÇÕE CORAÇÕEZ CORAÇÕEZINHOs
Simplificadamente: rei(s) + z + inhos = reizinhos
8. A FIM/AFIM
-Afim: parente por afinidade; semelhante. Não podem casar os afins.
-A fim (de): para. Ele veio a fim de ajudar.
9. ENFIM/ EM FIM
-ENFIM = finalmente. Enfim sós.
-EM FIM = no final. Ele está em fim de carreira.
10. SE NÃO/ SENÃO
-SE NÃO: caso não. Viajarei se não chover.
-SENÃO : caso contrário; a não ser; mas. Vá, senão eu vou.
Testes
Questão 1 (TTN)
Assinale a opção que contém sinônimos das palavras sublinhadas nas frases:
I. "Primeiro explorei as larguezas de meu pai, ele dava-me tudo o que lhe pedia, sem repreensão, sem
demora, sem frieza."(M. Assis)
II. "O sonho e o inconsciente renascem na procura de evasão do mundo real e na concepção de um
mundo ideal."(J. D. Maia)
a) economia/saída
b) generosidade/fuga
c) compreensão/retorno
d) solicitude/involução
e) abastança/repressão
Questão 2 (TER/95)
A palavra sublinhada está empregada inadequadamente em:
a) Os moradores sempre o consideraram, pelas suas atitudes, um homem sério e descente.
b) Sempre foi muito místico, por isso não se cansavam de lhe chamar de ascético.
c) Comentava-se que o príncipe só poderia ascender ao trono, após a maioridade.
d) Na última publicação do jornalista, a seção de esportes estava ótima.
e) Sabe apreciar uma pintura. Não há duvida de que possui senso artístico.
Questão 3 (TRE/95)
A palavra nos parênteses não preenche adequadamente a lacuna do enunciado em:
a) O crime foi bárbaro. Somente após a ___________ do assassino é que foi possível prendê-lo.
(descrição)
b) Só seria possível ___________ o acusado, se conseguíssemos mais provas que o inocentassem.
(descriminar)
c) As negociações só vão ___________ os resultados esperados, caso todos compareçam. (sortir)
d) O corpo estava ____________, apenas a cabeça estava fora da água, que subia cada vez mais.
(imerso)
e) Como a mercadoria estava muito pesada, o recurso foi _________ o cofre ali mesmo, na escada.
(arriar)
Questão 4 (TTN)
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada foi empregada erroneamente:
a) O Diretor-Geral retificou a portaria 601 que fora publicada com incorreções.
b) Este fiscal vai trabalhar na seção de tributação.
c) O superintendente da receita federal deferiu aquele nosso pedido.
d) Recuso-me a defender aquele réu, pois foi pego em flagrante.
e) Este assunto é confidencial; conto, portanto, com sua descrição.
Questão 5 (AL)
Em que alternativa o significado entre parênteses não corresponde ao da palavra grifada?
a) O eminente deputado autorizou a realização deste concurso. (ilustre, elevado)
b) Os candidatos pediram que fosse dilatado o prazo de inscrição. (aumentado)
c) As tentativas de iludir a vigilância dos agentes não produziram o efeito desejado. (sortiram)
d) Os agentes não permitiram a infração da ordem nas galerias. (transgressão)
e) Ela fazia questão de diferir através do uniforme. (mostrar-se diferente)
Questão 6 (TRT)
Assinale a alternativa incorreta:
a) O governo cassou os direitos políticos daquele cidadão.
b) Houve um roubo vultuoso naquele banco.
c) Nosso advogado vai impetrar mandado de segurança.
d) Os alunos se portaram com muita discrição na visita que fizemos ao museu.
e) Uma fragrante rosa despontou.
Questão 7 (TER)
O sentido das palavras não está corretamente indicado nos parênteses em:
a) distratar (maltratar com palavras) / destratar (rescindir pacto ou contrato)
b) deferimento (aprovação) / diferimento (adiamento)
c) comprido (extenso em sentido longitudinal) / cumprido (realizado)
d) descente (que desce; vazante) / decente (adequado; apropriado)
e) tacha (pequeno prego de cabeça larga e chata) / taxa (tributo, imposto)
Questão 8 (TJ)
Os sentidos dos parônimos estão corretamente indicados nos parênteses em:
a) comprimento (saudação) / cumprimento (extensão)
b) eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
c) imergir (vir à tona) / emergir (afundar)
d) cavaleiro (homem cortês) / cavalheiro (que cavalga)
e) descriminar (distinguir) / discriminar (inocentar)
Questão 9 (TC)
O significado das palavras está incorretamente indicado nos parênteses em:
a) dilatar (ampliar) / delatar (denunciar)
b) conjetura (hipótese) / conjuntura (situação)
c) cerrar (fechar) / serrar (cortar)
d) deferir (distinguir-se) / diferir (conceder)
e) acender (pôr fogo) / ascender (subir)
Questão 10 (CM)
Os sentidos dos homônimos estão corretamente indicados nos parênteses em:
a) ascender (pôr fogo) / acender (subir)
b) cassar (perseguir animais) / caçar (tornar sem efeito)
c) cela (pequeno quarto) / sela (arreio)
d) serrar (fechar) / cerrar (cortar)
e) coser (preparar alimento) / cozer (costurar)
GABARITO
1 – b ; 2 – a ; 3 – c ; 4 – e ; 5 – c ; 6 – b ; 7 – a ; 8 – b ; 9 – d; 10 - c
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
O significado é uma imagem mental ou conceito. Se perguntarmos a alguém que fale a nossa
língua, qual o significado de "chave", o primeiro pensamento que lhe ocorra talvez seja "uma peça de
metal que abre fechadura", pois esse é o significado mais usual, é o primeiro significado, é o
significado denotativo. É o significado ligado principalmente a experiências coletivas.
Contudo, o emissor, ao elaborar sua mensagem, ao realizar seu ato de fala, freqüentemente
dá asas à criatividade e, inserindo o signo em determinado contexto, modifica, amplia ou reduz seu
significado, o que equivale a dizer que o emissor deixa de lado o significado denotativo, passando a
usar a conotação ou significado secundário, periférico.
Contexto 1: Perdi a chave da minha mala.
Contexto 2: Esta é a chave do sucesso.
Contexto 3: Ele encerrou o poema com chave de ouro.
Observe que dentre os três contextos acima, em apenas um (o primeiro) a palavra destacada
está usada com sentido denotativo, ao passo que nos contextos dois e três são ressaltados os
sentidos conotativos. Veja:
Contexto 1 "chave" significa instrumento de metal DENOTAÇÃO
Contexto 2 "chave" significa segredo, solução CONOTAÇÃO
Contexto 3 "chave" significa fecho, término CONOTAÇÃO
Com base em tais dados, conclui-se que denotação é o significado mais objetivo, é o
significado de primeira linha, o dicionarizado, enquanto a conotação é o significado subjetivo,
secundário, periférico, bastante ligado às experiências pessoais. Conotação, em outras palavras, é
produto da linguagem figurada.
POLISSEMIA E MONOSSEMIA
Sema é uma unidade de significado. Poli significa muito, vários. Polissemia significa vários
significados. Diz-se que uma palavra é polissêmica quando é capaz de despertar mais de um
significado denotativo, indiferentemente às conotações. No Novo Dicionário Aurélio, a palavra "manga"
está assim registrada:
x
"Manga¹ (Do lat. manica ‘manga de túnica') S.f. 1. Parte do vestuário onde se enfia o braço. 2.
Filtro afunilado para líquidos.
x
Manga² (Do lat. manica < manus, ‘exército, hoste') S.f. 1. Hoste de tropas. 2. Grupo,
ajuntamento, bando, turma.
x
Manga³ (Do mal. manga) S.f. 1. fruto da mangueira. 2. mangueira.
.. Manga4. (Do esp. plat. manga) S.f. 1. Bras. AM. — Parede de cerca que vai da beira até as
asas dos currais-de-peixe, perpendicularmente ao rio. 2. Bras. MA— Espécie de corredor com
paredes de varas, que conduz a um rio ou um igarapé e serve para guiar os bois que vão ser
embarcados. 3. Bras. CE a BA e MG a GO — Pastagem cercada onde se guarda o gado, 4..."
Podem-se criar várias frases em que a palavra "manga" assume vários significados denotativos.
a) A manga do seu vestido está rasgada. (denotação)
b) Esta mangueira dá excelentes mangas. (denotação)
c) Preparemo-nos para atacar pelos flancos a manga inimiga. (denotação)
Em cada um dos três exemplos citados, a palavra manga é monossêmica. No dicionário, são
quatro palavras manga diferentes que, por acaso, se escrevem da mesma forma. Trata-se de
homônimos perfeitos.
Porém, se em um enunciado como "vivi porque me senti atraído pela manga" ligado a
determinada situação ou contexto, permitir ao ouvinte entender a palavra com mais de um significado
denotativo, (manga, 1, 2...), aí acontecerá o fenômeno da polissemia.
Por tudo que já se viu, infere-se que a significação de uma palavra ou de um signo só se define
em relação ao contexto em que se encontra, e que a polissemia sempre é ditada pela situação ou
contexto, tanto quanto a monossemia.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Segundo Heitor Megale, a palavra porta, isolada, tem um significado comum que é facilmente
encontrado em um dicionário. Este significado é a ........................................... .
2. Consoante palavras do mesmo autor, "num contexto, porém, cercada de outros termos, a palavra
pode sofrer aumento ou diminuição de intensidade, de aplicação ou de entendimento". Este
significado, extraído em função do que o cerca é a ................................................................................. .
3. O sentido contextual de um signo, ou predominantemente dependente do contexto, é a
........................................... .
4. O sentido dicionarizado de um signo é a ........................................... .
5. A linguagem científica utiliza signos, explorando fundamentalmente:
a) o significado denotativo;
b) o significado conotativo;
c) o significado polissêmico;
d) o significaste.
6. A linguagem poética explora de preferência que tipo de significado?
...................................................................................
7. Assinale nos parênteses correspondentes às frases que se seguem:
a – para predomínio da denotação;
b – para predomínio da conotação.
7.1 ( ) "Hoje os pioneiros da psiquiatria ortomolecular têm "confirmado que a doença mental é um mito
e que os distúrbios emocionais podem ser meramente o primeiro sintoma da óbvia inabilidade do
sistema humano para enfrentar o stress, decorrente da dependência do açúcar." (William Dufty)
7.2 ( ) "Quando o açúcar da cana ou da beterraba é refinado, todas as suas vitaminas, inclusive a
vitamina C, são dispensadas. O açúcar natural, aquele encontrado em frutas e vegetais crus, fornece a
vitamina C necessária "ao funcionamento do organismo." (William Dufty)
7.3 ( ) "Faz dois anos que Madalena morreu, dois anos...". (Graciliano Ramos)
7.4 ( ) "Entrei nesse ano com o pé esquerdo." (Graciliano Ramos)
7.5 ( ) "O homem trazia um papel na mão, e consultou-o antes "de perguntar se era ali que morava o
Sr. Fulano." (Carlos Drummond de Andrade)
7.6 ( ) "Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis,/alto de muitos metros e velho
de infinitos "minutos,/ em que todos se debruçavam/ na alegria de "zombar dos mortos de
sobrecasaca." (Carlos Drummond de Andrade)
8. Mariana, que nunca se casa, mas é exímia em fazer casa para botão, após arrumar a casa, tentava
aprender a fazer cálculos com três casas decimais. E há quem diga que casa não atrapalha.
Assinale a afirmação correta em relação à palavra "casa".
(a) foi usada conotativamente;
(b) só tem significação denotativa, não podendo sequer ser usada em sentido conotativo;
(c) é polissêmica;
(d) é monossêmica.
9. Construa três frases, em que se constate a polissemia da palavra "pena".
a) ................................................................................................................................................................
b) ................................................................................................................................................................
c) ................................................................................................................................................................
10. Leia atentamente o poema Piscina, de Manuel Bandeira, recorrendo ao dicionário sempre que
necessário.
"Que silêncio enorme!
Na piscina verde
Gorgoleja trépida
A água da carranca.
Só a lua se banha
— Lua gorda e branca —
Na piscina verde.
Como a lua é branca!
Corre um arrepio
Silenciosamente
Na piscina verde:
Lua ela não quer.
Ah, o que ela quer A piscina verde
É o corpo queimado De certa mulher
Que jamais se banha
Na espadana branca
Da água da carranca."
10.1. "Piscina" é usado no texto denotativa ou conotativamente?
................................................................................
10.2. Explique:
................................................................................
10.3. Aponte uma conotação para o "verde" no texto:
................................................................................
10.4. Cite dois significados para "água da carranca".
................................................................................
10.5. A expressão "carranca" é monossêmica ou polissêmica?
................................................................................
GABARITO
1. denotação
2. conotação
3. conotação
4. denotação
5. a
6. conotativo
7.1. b
7.2. a
7.3. a
7.4. b
7.5. a
7.6. b
8. c
9. a) Que pena! _ (Que dó! ou... Que pena de pavão lindal...) b) Ele procurava a pena = (pena de
galinha, pena de caneta...) c) Ele escreveu a pena = (ele escreveu a caneta, ou... Ele lavrou a
sentença...).
10.1. Com ambos os sentidos. Denotativamente é apenas um tanque de água requintado para se
nadar. Conotativamente é o ,repositório das mágoas e sofrimento do "eu lírico". E a projeção da vida
do poeta.
10.2. A piscina está personificada, porque atribuem-se a ela os sentimentos e vontades do eu da
poesia: ela não quer lua... ela quer o corpo queimado... nela corre um arrepio.
Além do mais a água que corre da carranca pode, conotativamente, representar as lágrimas que
correm da cara deformada pelo pranto do eu lírico.
10.3. Esperança.
10.4. Água que jorra do chafariz em forma de carranca. Lágrimas do poeta, ou melhor, do eu lírico.
10.5. Polissêmica. Carranca tanto pode significar cara de pedra por onde jorra água; como cara feia,
que pode ser a do poeta ou eu lírico.
ESTILÍSTICA
FIGURAS SONORAS: CONTRIBUEM PARA A EXPRESSIVIDADE
• Aliteração: repetição de consoantes em vocábulos próximos.
.. "...vozes, veladas, veludosas, vozes..." (Cruz e Sousa)
.. " ... que a brisa do Brasil beija e balança..." (Castro Alves)
• Assonância: repetição de vogal em vocábulos próximos.
.. "...vozes, veladas, veludosas, vozes..." (Cruz e Sousa)
• Paronomásia: o mesmo que trocadilho. (Lembre-se: Parônimos são vocábulos parecidos).
"Sempre ceder
Sem preceder
Sempre ferir
Sem preferir
Sempre sumir
Sem presumir
Sempre ver
Sem prever." (José Lino Grünewald)
• Onomatopéia: tentativa de imitação de sons.
“TREM DE FERRO"
“ ..........
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força" (Manuel Bandeira)
FIGURAS DE SINTAXE: MEXEM COM A CONSTRUÇÃO DA FRASE
• Elipse: omissão de um termo, facilmente perceptível.
.. (Eu) preciso (de) que me ajudem.
• Zeugma: elipse para não repetir verbo ou substantivo.
.. Encontrei a resposta. Ela não (encontrou a resposta).
.. Cláudia escovou os dentes. Eu, as unhas (escovei).
• Hipérbato: inversão da frase.
.. Desfilavam os foliões. (Ordem direta: Os foliões desfilavam).
• Pleonasmo: repetição enfática de termo ou idéia.
.. "Morrerás morte vil na mão de um forte.." (Gonçalves Dias)
.. A mim só me resta uma saída...
• Assíndeto: ausência de conjunção coordenativa (lembre-se: oração assindética não tem conjunção).
.. "Cheguei, vi, venci."
• Polissíndeto: repetição enfática de conjunção.
.. "Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua". (Olavo Bilac)
• Anacoluto: corte brusco de uma frase e início imediato de outra, de modo que fique sobrando um
termo sem função.
.. Espingardas, não me agradam armas de fogo.
.. "Quem o feio ama, bonito lhe parece." (provérbio)
• Anáfora: repetição de palavra no início de versos ou de frases.
.. "É pau, é pedra, é o fim do caminho..." (Tom Jobim)
.. "ela não sente, ela não ouve, avança! avança!" (Fialho d'Almeida)
• Silepse: concordância com a idéia e não com a palavra.
Silepse de gênero:
.. Sua Excelência está enganado.
feminino masculino
Silepse de número:
.. Um bando de moleques gritavam.
singular plural
Silepse de pessoa:
Æ
Os candidatos estamos preparados.
3ª pessoa 1ª pessoa
TROPOS: USO DO SENTIDO FIGURADO, OU CONOTAÇÃO
• Metáfora: substituição de uma palavra por outra com base em uma semelhança; é uma comparação
sem conjunção comparativa:
.. Ela é um taco de sinuca. (metáfora)
Ela é como um taco de sinuca. (comparação)
.. Ela é um canguru, dançando. (metáfora)
Ela é como um canguru, dançando. (comparação)
• Metonímia: substituição de uma palavra por outra, baseada em proximidade, limitação ou extensão
de sentido, relação de causa e efeito, qualquer relação que não seja de semelhança.
Continente pelo conteúdo:
.. Bebemos uma xícara de café. (o conteúdo de uma xícara)
.. Comemos um pacote de biscoito. (o conteúdo de um pacote)
.. A cidade estava feliz. (os moradores da cidade estavam felizes)
Causa pelo Efeito:
.. Sou alérgico a cigarro. (sou alérgico à fumaça do cigarro)
Lugar de Origem pelo Produto:
.. Bebia calmamente um porto. (Bebia calmamente um vinho do Porto)
.. Fumava um belo havana. (Fumava um belo charuto de Havana)
Autor pela Obra
.. Gostava de ler Guimarães Rosa. (Gostava de ler as obras de Guimarães Rosa)
Abstrato pelo Concreto:
.. Respeitamos a velhice. (Respeitamos os velhos)
.. Estava com a cabeça em Recife. (Estava com o pensamento em Recife)
O Símbolo pela Idéia Simbolizada:
.. A espada (força) curvou-se à coroa. (poder)
A Matéria pelo Produto:
.. O ferro lhe perfurou o braço. (punhal)
.. Ganhei um níquel. (moeda)
O Instrumento por quem o utiliza:
.. Ele é um bom taco de sinuca. (ele é um bom jogador de sinuca)
.. Ele é um bom garfo. (ele come muito)
Parte pelo Todo:
.. Cem cabeças de gado. (cem animais)
.. Três bocas para sustentar. (três pessoas para sustentar)
O Todo pela Parte:
.. Ele mora na cidade (ele mora em uma casa na cidade)
• Catacrese: é uma metáfora estratificada, que se usa não por criatividade, mas por não existir outra
palavra que a substitua.
Ex.: folha de livro, dente de serrote, dente de alho, céu da boca, braço de rio, braço de cadeira, pé de
mesa, barriga da perna, bico de bule, asa de avião, asa de xícara, embarcar no trem, azulejo branco,
enterrar o dedo no pão, e outros.
• Prosopopéia ou Personificação: atribuição de características humanas a seres que não são
humanos:
.. O cravo brigou com a rosa.
.. A fonte chorava triste.
FIGURAS DE PENSAMENTO
• Eufemismo: suavização do que é desagradável.
.. Faltar com a verdade (mentir)
.. Ir para o andar de cima (morrer)
.. Achar antes de o dono perder (roubar)
• Hipérbole: exagero.
.. Já falei um milhão de vezes que...
.. Chegou ele, mais magro que gilete.
• Ironia: afirmação com sentido contrário.
.. Que careta simpática. (quando se quer dizer o contrário)
.. "Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor" (Mário de
Andrade)
• Antítese: aproximação de idéias opostas.
Æ
"Adeus: vamos pra frente,
"recuando de olhos acesos" (Carlos Drummond de Andrade)
Æ
"Amor é fogo que arde sem se ver;
"é ferida que dói e não se sente," (Camões)
Exercícios de Fixação
Identifique as figuras presentes nos trechos a seguir.
1.
O sonho de um céu e de um mar
E de uma vida perigosa
Trocando o amargo pelo mel
E as cinzas pelas rosas
Te faz bem tanto quanto mal Faz odiar tanto quanto querer. (Charly Garcia)
2.
Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses! (Caetano Veloso)
3.
Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras volutuosas
Dos haréns do Sultão
( ... )
Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada,
Em meio dos desertos esgarrada,
Perdida marcho em vão! (Castro Alves)
4.
Para a florista
as flores são como beijos,
são como filhas,
são como fadas disfarçadas. (Roseana Murray)
5.
O que eu posso ser para você?
Um atalho para casa, uma filha no vento
Um gesto gentil de alguém
Um agasalho quando escurecer
O que eu posso ser para você? (Herbert Viana e Thedy Correa)
6.
O bonde passa cheio de pernas
Pernas brancas pretas e amarelas (Carlos Drummond de Andrade)
7.
Os barcos são a alegria deste lugar
Toda tarde tem festa
Quando chegam do mar
Os velhos numa mesa
São como uma visão
Bebendo a tarde inteira
Cantando uma canção. (Herbert Viana)
8.
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou coroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
-Alô, iniludível! (Manuel Bandeira)
9.
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
[...]
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? (Fernando Pessoa)
10.
Porque o sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum. (Fernando Pessoa)
11. Classifique as figuras, de acordo com o código:
(a) anacoluto
(d) silepse de pessoa
(b) silepse de gênero (e) hipérbato
(c) silepse de número
( ) 1. "Os três reis orientais, que vieram adorar o Filho de Deus recém-nascido em Belém, é tradição
da Igreja que um era preto." (Vieira)
( ) 2. "Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos." (M. de Assis)
( ) 3. "Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura." (Manuel Bandeira)
( ) 4. Não sabes que é proibido entrada neste recinto?
( ) 5. "Todos os filhos de Adão padecemos nossas mutilações e fealdades." (Vieira)
( ) 6. "Uns esperando andais noturnas horas, outros subis telhados e paredes." (Pe. Manuel
Bernardes)
( ) 7. "Baliza natural que ao Norte avulta, O das águas gigante caudaloso..." (Gonçalves de
Magalhães)
( ) 8. "Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!..." (Castro Alves)
( ) 9. "Se esta gente, que busca outro hemisfério,
Cuja valia e obras tanto amaste,
Não queres que padeçam vitupério..." (Camões)
GABARITO
1. Antítese
2. Hipérbole
3. Personificação
4. Comparação Anáfora
5. Metáfora
6. Metonímia
7. Metáfora / Comparação / Metonímia
8. Eufemismo
9. Ironia
10. Paradoxo
11. a, d, a, b, d, d, e, a, c-e
PONTUAÇÃO
A VíRGULA
É o sinal que indica pequena pausa na leitura. Separa termos de uma oração e certas orações no
período.
A VÍRGULA SEPARANDO TERMOS DA ORAÇÃO
a) Termos coordenados, isto é, de mesma função sintática.
.. Era um rapagão corado, forte, risonho.
Æ
A terra, o mar, o céu, tudo glorifica Deus.
Observação:
Normalmente não se separam termos unidos por e, nem e ou.
.. Possuía lavouras de trigo, arroz e linho.
.. Não aprecia cinema, teatro nem circo.
.. Os mendigos pediam dinheiro ou comida.
b) Vocativo, aposto, predicativo, palavras repetidas.
.. Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.
Æ
Senhor, eu queria saber quem foi o poeta que inventou o beijo.
Æ
Lentos e tristes, os retirantes iam passando pela caatinga.
.. As paredes do hospital eram brancas, brancas.
c) Termos explicativos, retificativos, conclusivos, enfáticos...
.. Quer dizer que você, então, não voltou mais.
.. Elas, aliás, não saíam de casa.
Æ
Pois sim, faça como quiser.
Æ
Em suma, a pontuação é um problema.
Æ
Portanto, usa-se a vírgula nas expressões denotativas.
d) Termos antepostos (e repetidos pleonasticamente).
Æ
Essas palavras, eu não as disse jamais.
Æ
Aos poderosos, nada lhes devo.
e) Conjunções adversativas e conclusivas deslocadas.
.. O sinal estava fechado; os carros, porém, não pararam.
.. Já lhe comprei balas, sorvete; convém, pois, ficar calado agora.
f) Adjunto adverbial anteposto ao verbo.
Æ
Com mais de setenta anos, andava a pé.
.. Os convidados, depois de algum tempo, chegaram ao clube.
Observação:
Adjunto adverbial de pequeno corpo costuma dispensar a vírgula.
Æ
Amanhã(,) o Presidente viajará.
Quando usada, serve para dar ênfase.
g) Datas (Local e data - número e data, em documentos)
.. Brasília, 5 de junho de 1994.
.. O Decreto n° 5.765, de 18 de dezembro de 1971.
h) Zeugma (supressão do verbo constante da oração anterior)
.. O pensamento é triste; o amor, insuficiente,
i) Depois do "sim" e do "não", usados nas respostas.
Æ
Não, porque fui embora mais cedo.
Æ
Sim, passaremos no concurso.
A VÍRGULA SEPARANDO ORAÇÕES NO PERIODO
a) Orações coordenadas assindéticas.
.. O tempo não pára, não apita na curva, não espera ninguém.
b) Orações coordenadas sindéticas
.. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
.. Não solte balões, porque causam incêndio.
.. O mal é irremediável, portanto conforma-te.
Exceção: As aditivas com a conjunção "e".
.. O agricultor colheu o trigo e vendeu-o ao Banco do Brasil.
Observação:
Usa-se vírgula com a conjunção "e":
(1) Orações coordenadas aditivas com sujeitos diferentes:
.. Afinal vieram outros cuidados, e não pensei mais nisso.
.. O concurso foi difícil, e a prova não correspondeu ao programa.
(2) Orações coordenadas adversativas (e=mas)
.. Morava no Brasil, e votava na Espanha.
(3) Quando se quiser enfatizar o último termo de uma série coordenada
.. Deitou-se tarde, custou-lhe dormir, pensou muito nela, e sonhou.
(4) No polissíndeto (facultativa)
.. Os dias passavam, e as águas, e os versos, e com eles ia passando a vida.
c) Orações subordinadas adverbiais antepostas ou intercaladas.
Æ
Embora estivesse muito cansado, compareci à reunião.
Æ
Quando chegar o verão, iremos ao Sul.
.. As viúvas inconsoláveis, quando são jovens, sempre são consoladas.
Observações:
Com orações adverbiais pospostas, só é recomendável usar vírgula:
(1) Se a oração principal for muito extensa;
.. O ar poluído corrói a saúde do povo, embora não se perceba a curto prazo.
(2) Se a oração principal vier seguida de outra qualquer.
.. Os alunos declararam ao diretor que estavam satisfeitos, quando o curso acabou.
d) Orações substantivas antepostas.
Æ
Que venham todos, é preciso: estou saudoso.
e) Orações interferentes.
Æ
A História, disse Cícero, é a grande mestra da vida.
f) Orações adjetivas explicativas.
Æ
O Sol, que é uma estrela, aquece a Terra.
g) Orações reduzidas equivalentes a adverbiais.
Æ
Terminada a aula, todos saíram felizes.
h) Idéias paralelas dos provérbios.
Æ
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Æ
Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.
O PONTO-E-VÍRGULA
Assinala pausa maior que a vírgula e menor que o ponto.
Usa-se o ponto-e-vírgula nos seguintes casos:
a. separando os itens de uma enumeração;
A gramática normativa trata dos seguintes assuntos:
1) fonética;
2) morfologia;
3) sintaxe;
4) estilística.
b. separando as partes principais de um período, cujas secundárias já foram separadas por
vírgula;
Æ
Na volta da escola, alguns brincavam; outros, no entanto, vinham sérios; quando chegamos. todos
riam.
c. separando orações coordenadas com a conjunção deslocada;
Æ
A aula já terminou; vocês, porém, não devem sair.
d. separando orações coordenadas (adversativas) assindéticas.
Æ
Há muitos modos de acertar, há um só de errar.
OS DOIS-PONTOS
Assinalam uma pausa para indicar que a frase não foi concluída, isto é, há algo a se
acrescentar.
Usam-se dois-pontos nos seguintes casos:
1. introduzindo citação ou transcrição;
Æ
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros, e anda nua".
2. introduzindo enumeração;
Æ
Os meios legítimos de adquirir fortuna são três: ordem, trabalho e sorte.
3. em oração explicativa com a conjunção subentendida;
Æ
Você fez tudo errado: gritou quando não devia e calou quando não podia.
4. com oração apositiva.
Æ
Disse-me algo horrível: que ia casar.
EXERCÍCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS
Falso / verdadeiro
1. ( ) Possuía lavouras, de trigo, linho, arroz e soja.
2. ( ) Bem-vindo sejas aos campos dos tabajaras, senhores da aldeia.
3. ( ) O aluno enlouquecido queria decorar todas as regras.
4. ( ) Ganhamos pouco; devemos portanto economizar.
5. ( ) O dinheiro, nós o trazíamos preso ao corpo.
6. ( ) Amanhã de manhã o Presidente viajará para a Bósnia.
7. ( ) A mocinha sorriu, piscou os olhinhos e entrou, mas não gostou do que viu.
8. ( ) A noite não acabava, e a insônia a encompridou mais ainda.
9. ( ) Embora estivesse agitado resolveu calmamente o problema.
10. ( ) A riqueza que é flor belíssima causa luto e tristeza.
11. ( ) Convinha a todos, que você partisse.
12. ( ) Uns diziam que se matou; outros que fora para Goiás.
13. ( ) No congresso, serão analisados os seguintes temas:
a) maior participação da comunidade,
b) descentralização econômico-cultural,
c) eleição de dirigentes comunitários,
d) cessão de lotes às famílias carentes.
14.( ) Duas coisas lhe davam superioridade, o saber e o prestígio.
15. ( ) A casa não caíra do céu por descuido fora construída pelo major.
Múltipla escolha
16. "... chega a ser desejável o não-comparecimento de 90 por cento dos funcionários, para que os
restantes possam, na calma, produzir um bocadinho." A mesma justificativa para o emprego das
vírgulas em "na calma" pode ser usada em:
a) "João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim."
b) "... assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é de domínio público, estuda as..."
c) "Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro, e nenhum sinal de vida nos
arredores."
d) "João Brandão aquiesceu, porque o outro, pelo tom de voz, parecia disposto a tudo..."
17. As opções a seguir apresentam um parágrafo de "O Povo Brasileiro" pontuado de diferentes
maneiras.
Assinale aquela cuja pontuação está correta.
a) Somos povos novos ainda na luta para nos fazermos a nós mesmos como um gênero humano
novo, que nunca existiu antes. Tarefa muito mais difícil e penosa, mas também muito mais bela e
desafiante.
b) Somos povos novos, ainda na luta para nos fazermos, a nós mesmos como um gênero humano -
novo, que nunca existiu antes. Tarefa muito mais difícil e penosa-mas também muito mais bela e
desafiante.
c) Somos povos novos. Ainda na luta para nos fazermos a nós mesmos, como um gênero humano
novo que nunca existiu antes, tarefa muito mais difícil e penosa. Mas também muito mais bela e
desafiante!
d) Somos povos novos ainda; na luta para nos fazermos a nós mesmos, como um gênero humano
novo que nunca existiu antes, tarefa muito mais difícil e penosa; mas também muito mais bela e
desafiante.
e) Somos povos; novos ainda na luta para nos fazermos a nós, mesmos. Como um gênero humano
novo, que nunca existiu antes, tarefa muito mais difícil. Penosa, mas também muito mais bela e
desafiante.
18. Pode-se atribuir o emprego de dois-pontos, em "Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa." (Discurso, Cecília Meireles), à intenção de anunciar:
a) uma citação;
b) uma explicação;
c) um esclarecimento;
d) um vocativo;
e) uma separação, em um período, de orações com a mesma natureza.
19. No trecho "Temos de cobrar dos deputados e senadores as leis necessárias para punir esses
assassinos. Das autoridade do trânsito, fiscalização e multas vigorosas para quem desobedece às leis
e à sinalização. E da justiça , rapidez e dureza com os infratores." (Nicole Puzzi, Veja 1280, ano 26, n°
12) empregam-se as vírgulas para:
a) separar termos coordenados;
b) separar as orações adjetivas;
c) isolar orações intercaladas;
d) isolar adjuntos adverbiais;
e) indicar a supressão do verbo.
20. Assinale o segmento pontuado com correção.
a) Para solucionar os problemas, é preciso, antes, ter vontade de fazê-lo.
b) Para solucionar os problemas é preciso antes, ter vontade de fazê-lo.
c) Para solucionar os problemas é preciso antes ter vontade de fazê-lo.
d) Para solucionar os problemas, é preciso, antes ter vontade de fazê-lo.
e) Para solucionar os problemas, é preciso antes, ter vontade de fazê-lo.
21. Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
a) Não se justifica que o ilustre autor, querendo valorizar a nobre missão de ensinar, atribua aos
professores um salário mínimo profissional de tão pouca expressão.
b) Não se justifica, que o ilustre autor, querendo valorizar a nobre missão de ensinar; atribua aos
professores um salário mínimo profissional, de tão pouca expressão.
c) Não se justifica que, o ilustre autor, querendo valorizar a nobre missão de ensinar, atribua aos
professores um salário mínimo profissional de tão pouca expressão.
d) Não se justifica que o ilustre autor querendo, valorizar a nobre missão de ensinar atribua, aos
professores, um salário mínimo profissional, de tão pouca expressão.
22. Marque o item em que o uso incorreto da vírgula prejudica a coesão frasal.
a) No ano passado, 35.000 turistas estrangeiros escolheram a Amazônia com roteiro de férias e
injetaram no complexo turístico da região 90 milhões de dólares.
b) O filão turístico da Amazônia foi impulsionado por um estrangeiro, o suíço naturalizado brasileiro
Heinz Gerth.
c) Em 1984, ele inaugurou o hotel Amazon Lodge, uma casa rústica flutuante, com capacidade para
dezoito pessoas, situado no Lago Juma, 80 quilômetros ao sul de Manaus.
d) A Transamazon, organiza as excursões e recepciona os turistas estrangeiros no Aeroporto Eduardo
Gomes.
e) Com o sucesso de seu primeiro empreendimento, o suíço construiu em 1986 um hotel de porte
maior, às margens do Lago Poraquequara, a 30 quilômetros de Manaus.
23. Marque o item em que o uso do ponto-e-vírgula quebra a estrutura sintática da frase.
a) É preciso observar que; para estar em forma é necessário adotar hábitos alimentares equilibrados;
de acordo com o nível de atividades física e metabólica do organismo.
b) A atividade aeróbica traz muitos benefícios ao corpo humano; é recomendável, contudo, conversar
com o médico antes de iniciar qualquer esporte.
c) O ciclismo é um bom exercício aeróbico para o sistema cardiovascular; a natação exercita todo o
corpo o vôlei proporciona bom condicionamento aeróbico.
d) Um pedaço de chocolate do tamanho de uma caixa de fósforos tem 150 calorias; um pouco de
manteiga igual a uma tampinha de garrafa tem 25 calorias.
c) Para entrar em forma, é preciso empenho: de um lado praticar esportes com freqüência; do outro,
ajustar a alimentação ao metabolismo e às atividades.
24. Indique a opção em que há erro de pontuação.
a) É regra velha creio eu, que só se faz bem o que se faz com amor.
b) Tem ar de velha, tão justa e vulgar parece.
c) Daí a perfeição dos trabalhos domésticos. São como dormir ou transpirar.
d) Não lhes tiro com isto o mérito; por maior que seja a necessidade, não é menor a virtude.
e) Também eu fiz o meu trabalho com amor - e ouvi dos meus superiores só elogios.
25. Marque a alternativa em que a vírgula indica anteposição da oração adverbial à oração principal.
a) Os pandeiros e os atabaques, já não há quem os toque.
b) É necessário ter calma, pois não há perigo iminente.
c) Em todas as suas atitudes, notava-se grande determinação.
d) Que ambos já não se amavam, os pais já sabiam.
e) Ao ver-se sozinha, começou a temer por seu destino.
26. "Durante muitos anos o TUCA o Teatro da Universidade Católica foi em São Paulo o templo da música
brasileira."
No período acima, corretamente pontuado, há:
a) 1 vírgula; d) 4 vírgulas;
b) 2 vírgulas; e) 5 vírgulas. c) 3 vírgulas;
27. Examine as construções abaixo e marque, com relação à colocação de vírgulas, a alternativa
correta.
I - Os candidatos, ansiosos, aguardavam o concurso.
II - Ansiosos, os candidatos aguardavam o concurso.
III - Os candidatos aguardavam, ansiosos, o concurso.
IV - Os candidatos aguardavam ansiosos, o concurso.
a) somente as frases I e II estão certas.
b) somente a frase IV está errada.
c) somente as frases I e III estão certas.
d) somente as frases II e III estão certas.
e) todas as frases estão corretamente pontuadas.
28. Considere a frase abaixo (retirada do J. B. de 13/10/95, sem pontuação)
Ela tem, de acordo com as regras de uso da vírgula, a seguinte pontuação correta.
a) O presidente descobriu, que tinha aliados, virou a agenda de cabeça para baixo e partiu para a
reforma administrativa.
b) O presidente, descobriu que tinha aliados, virou a agenda de cabeça para baixo e partiu para a
reforma administrativa.
c) O presidente descobriu que tinha aliados, virou a agenda de cabeça para baixo e partiu para a
reforma administrativa.
d) O presidente descobriu que tinha aliados virou a agenda de cabaça para baixo, e partiu para a
reforma administrativa.
e) O presidente descobriu que tinha aliados, virou a agenda, de cabaça para baixo e partiu para a
reforma administrativa.
29. A respeito da pontuação do texto, assinale a proposição incorreta.
“Abaixo do Equador (onde não existe pecado), a fusão da tradição européia com a batucada africana
libertou o carnaval na plenitude. Em nenhum lugar, ele adquiriu a dimensão que alcançou no Brasil:
durante quatro dias, o país fica fechado para balanço. Ou melhor, fica aberto só para balançar, e se
entrega ao espetáculo que seduz e deslumbra os estrangeiros.”
a) O emprego cumulativo de parêntese e vírgula (em 1) está correto.
b) Poder-se-ia substituir os parênteses (em 1) por travessão duplo.
c) O emprego de dois-pontos (em 2) justifica-se por anunciarem eles um esclarecimento ou explicação.
d) O ponto (em 3) pode ser substituído por vírgula, sem desrespeitar as regras de pontuação.
e) A vírgula antes da conjunção (em 4) justifica-se pelo fato de as orações terem sujeitos diferentes.
30. Assinale o texto corretamente pontuado.
a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu
trazendo pela mão, uma menina de quatro anos.
b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu,
trazendo pela mão, uma menina de quatro anos.
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo, sem chapéu,
trazendo pela mão uma menina de quatro anos.
d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu,
trazendo pela mão uma menina de quatro anos.
e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu
trazendo, pela mão, uma menina, de quatro anos.
GABARITO
1. F 7. V 13. F 19. E 25. E
2. V 8. V 14. F 20. A 26. E
3. F 9. F 15. F 21. A 27. B
4. F 10. F 16. D 22. D 28. C
5. V 11. F 17. A 23. A 29. E
6. F 12. F 18. B 24. A 30. C
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Fazer uso competente da língua é a capacidade de ler e produzir adequadamente textos
diversos, produzidos em situações diferentes e sobre diferentes temas. Pensar em texto é pensar em
nossa vida diária. Sempre estamos envolvidos em leituras, escritas, observações e análise. Quantas
decisões importantes não dependem, única e exclusivamente, de uma boa leitura ou redação de texto?
O que é interpretar um texto?
A palavra interpretar vem do latim interpretare e significa explicar, comentar ou aclarar o
sentido dos signos ou símbolos. Tal vocábulo corresponde ao grego análysis, que tem o sentido de
decompor um todo em suas partes, sem decompor o todo, para compreendê-lo melhor.
Interpretar um texto é entendê-lo, penetrá-lo em sua essência, observar qual é a idéia
principal, quais os argumentos que comprovam a idéia do autor, como o texto está escrito e outros
detalhes. Não é tarefa fácil, pois vivemos em um mundo que não privilegia a compreensão profunda de
nossa própria existência. Tentaremos, neste material, auxiliá-lo a fazer uma boa análise do texto em
seu concurso para que você obtenha o sucesso esperado.
Saber ler corretamente
Quando se diz que um candidato deve saber ler, esta afirmação pode parecer banal, a não ser
que esclareça melhor o sentido da expressão "saber ler". Ler adequadamente é mais do que ser capaz
de decodificar as palavras ou combinações linearmente ordenadas em sentenças. O candidato deve
aprender a "enxergar" todo o contexto denotativo e conotativo. É preciso compreender o assunto
principal, suas causas e conseqüências, críticas, argumentações, polissemias, ambigüidades, ironias
etc.
Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os
propriamente lingüísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante
variada. Bom leitor, portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.
CARACTERÍSTICAS DE UM TEXTO
Unidade
O principal atributo de um texto — para ser considerado como tal — é a unidade. A origem do
termo "texto" está relacionada a "novelo", ou seja, um emaranhado de assuntos. Assim, todo o texto
perpassa uma idéia maior desenvolvida em partes. Observe como isso se dá no texto a seguir.
Destruir a natureza é a forma mais fácil de o homem se aniquilar da face da terra. Dizimando
certas espécies de animais, por exemplo, interfere na cadeia alimentar, causando desequilíbrios que
produzirão a extinção de seres essenciais à harmonia do planeta. Jogando diariamente toneladas de
produtos químicos poluentes, o ser humano causa a destruição do meio ambiente.
Perceba que o texto anterior está dividido em três períodos, cada um com uma idéia
específica. No entanto, o tema principal é a destruição do meio ambiente. Aí está a nossa unidade.
Geralmente, as bancas exigem do candidato, no concurso, algumas questões relacionadas a essa
unidade.
Clareza
Clareza é a capacidade que o autor teve de construir um texto facilmente compreensível pelo
leitor. Nem sempre o concurso proporcionará um trecho com clareza. Por isso, muita atenção.
Geralmente, em provas para tribunais, o Cespe, por exemplo, exagera em textos complexos. Observe
a prova a seguir:
Para além das razões de método, pode-se aduzir à tolerância uma razão moral: o respeito à
pessoa alheia. Também nesse caso, a tolerância não se baseia na renúncia à própria verdade, ou na
indiferença a qualquer forma de verdade. Creio firmemente em minha verdade, mas penso que devo
obedecer a um princípio moral absoluto: o respeito à pessoa alheia.
As boas razões da tolerância não nos devem fazer esquecer que também a intolerância pode
ter suas boas razões. Todos nós já nos vimos, cotidianamente, explodir em exclamações do tipo "é
intolerável que... ", "como podemos tolerar que... " etc.
Nesse ponto, cabe esclarecer que o próprio termo "tolerância" tem dois significados, um
positivo e outro negativo, e que, portanto, também tem dois significados, respectivamente, negativo e
positivo, o termo oposto. Em sentido positivo, a tolerância se opõe à intolerância em sentido negativo;
e vice-versa, ao sentido negativo de tolerância se contrapõe o sentido positivo de intolerância.
Intolerância, em sentido positivo, é sinônimo de severidade, rigor, firmeza, qualidades que se incluem
todas no âmbito das virtudes; tolerância em sentido negativo, ao contrário, é sinônimo de indulgência
culposa, de condescendência com o mal, com o erro, por falta de princípios, por cegueira diante dos
valores. É evidente que, quando fazemos o elogio da tolerância, reconhecendo nela um dos princípios
fundamentais da vida livre e pacifica, pretendemos falar da tolerância em sentido positivo.
Tolerância em sentido negativo se opõe a firmeza nos princípios, ou seja, à justa ou devida
exclusão de tudo o que pode causar dano aos indivíduos ou à sociedade. Se as sociedades
despóticas de todos os tempos e de nosso tempo sofrem de falta de tolerância em sentido positivo, as
nossas sociedades democráticas e permissivas sofrem de excesso de tolerância em sentido negativo,
de tolerância no sentido de deixar as coisas como estão, de não interferir, de não se escandalizar,
nem se indignar com mais nada.
Noberto Bobbio. A Era dos Direitos (com adaptações)
A partir das idéias do texto, julgue os itens seguintes.
1. Tomados em sentido negativo, tolerância e seu antônimo podem ser considerados sinônimos para
os quais não se apresentam "boas razões".
2. Se reconhecida como um dos princípios da vida livre e pacífica, a tolerância pode incluir
severidade, rigor, firmeza. Tais atitudes, no entanto, combinam em muitas ditaduras no mundo
contemporâneo com a intolerância das sociedades despóticas.
3. Tolerância em sentido positivo é conflitante com a coerência, pois implica indiferença a qualquer
forma de verdade.
4. Em sentido positivo, intolerância opõe-se, por exemplo, a "cegueira diante dos valores".
5. Exclamações que evidenciam indignação diante de situações danosas à sociedade e aos
indivíduos enquadram-se no conceito de intolerância em sentido positivo.
Coerência
Assuntos relacionados à coerência aparecem com muita freqüência nos concursos. Muitos
candidatos encontram dificuldade para responder às questões. Isso não ocorrerá com você. Vamos
esclarecer com muitos detalhes para você não ter surpresas no momento do concurso.
Coerência é a lógica e a organização da estrutura do texto. Ela envolve o texto como um todo
de forma que o leitor o entenda. O primeiro aspecto a ser observado é em relação à organização.
Observe o texto a seguir.
A cidade do Rio de Janeiro já foi sede de três representações significativas do poder público: prefeitura
municipal, governo estadual e governo federal. O governo estadual (...). A prefeitura municipal (...). O
governo federal (..).
O autor citou as três sedes em ordem crescente e abordou de forma desorganizada. Falha de
coerência.
O segundo aspecto em relação à coerência está na lógica. Observe o trecho a seguir.
Brasília é a melhor cidade do Brasil. A qualidade de vida apresenta dados que se destacam no cenário
nacional: baixa criminalidade, alto poder aquisitivo e boas opções de lazer. Também o clima propicia
agradáveis dias durante o ano inteiro. Infelizmente, muitas pessoas que moram aqui reclamam dos
preços cobrados nos aluguéis de apartamentos apertados.
O parágrafo aborda inicialmente uma visão positiva em relação à cidade e, no final, explora
uma idéia contrária à idéia principal.
O aspecto mais importante, no entanto, diz respeito à capacidade de manter a lógica mesmo
com alteração do sentido original. Isso tem ocorrido muito em concursos. Observe a prova a seguir:
Como se tornar o número 1
Chegar ao posto mais alto de uma empresa não é tarefa para acomodados. Exige talento,
dedicação, persistência e principalmente uma boa dose de sacrifício. Segundo consultores de recursos
humanos, é justamente esse empenho e espírito de liderança que as empresas valorizam nos
ocupantes de cargos mais altos. "A pessoa deve ter iniciativa, capacidade de tomar decisões, fazer as
coisas acontecerem", diz o diretor da Top Human Resources, de São Paulo.
A qualificação profissional também é um dos principais aspectos para se alcançar o posto mais
alto. "Qualquer executivo tem de investir sempre em sua educação", enfatiza outro diretor de recursos
humanos. "Senão você será um computador sem software", completa.
Traçar metas profissionais é outro aspecto fundamental para quem quer chegar ao topo.
Nesse caso, a ambição acaba sendo uma boa aliada.
A intuição também é uma boa arma na hora de dar um palpite em uma reunião. E, quem sabe,
pode valer aquela promoção esperada...
Conhecer passo a passo cada etapa do processo de produção da empresa e do setor é um
dos principais fatores que levaram M.C.P. a uma carreira bem-sucedida.
Ele aponta ainda a importância de valorizar os colegas. "Ninguém consegue as coisas sozinho.
É fundamental reconhecer a participação do grupo e sempre motivá-lo".
A primeira regra da cartilha daqueles que anseiam alcançar um alto cargo em uma corporação,
de acordo com esses consultores, é não permanecer estagnado em uma função ou empresa por um
longo período.
Daniela Paiva. Emprego e formação profissional. In: Correio Braziliense.
Considerando o desenvolvimento das idéias do texto acima, julgue a pertinência das inserções
sugeridas em cada parágrafo indicado nos itens abaixo, de modo a preservar os argumentos
utilizados, as relações de coesão e coerência e a correção gramatical do texto.
1. Ao final do segundo parágrafo: Ciente disso, o economista R. B. nunca passou mais de um ano
sem participar de algum tipo de especialização e considera que a aprendizagem é que vai
permitir que alguém permaneça na função e obtenha resultados melhores.
2. Ao final do terceiro parágrafo: "Pois, se não sabe o que quer, dificilmente o profissional vai
alcançar uma função significativa", alerta um consultor paulista.
3. Ao final do quarto parágrafo: "Correr riscos com bom senso e ter uma boa percepção são
necessários para se tornar um líder", acrescenta um diretor da Executive Search.
4. Ao final do quinto parágrafo: Ele planejou, detalhe por detalhe, sua carreira de executivo na
empresa X, qualificando-se por meio de cursos especializados e dedicando tempo, além do
horário de expediente, ao aprimoramento de línguas e pesquisas sobre o mercado.
5. Ao final do sexto parágrafo: O executivo da CBI, J. S., concorda com M. C. P. e acrescenta:
"Você tem de reconhecer a importância de cada um e as dificuldades de sua equipe".
6. O adjetivo "acomodados", no primeiro período, está empregado, textualmente, em oposição ao
conjunto de substantivos expressos em "talento, dedicação, persistência e principalmente uma boa
dose de sacrifício", no período seguinte, que, por sua vez, podem ser interpretados como resumidos
em "esse empenho", no terceiro período.
7. Para que o texto fosse adequado ao tema e aos leitores em potencial, o estilo muito informal de
linguagem e, especialmente, o título deveriam sofrer ajustes retóricos de modo a se tornarem mais
coerentes com o gênero argumentativo utilizado.
8. O emprego de outro (terceiro parágrafo), também (quarto parágrafo) e ainda (sexto parágrafo)
mostra que diferentes classes gramaticais podem desempenhar a função de manter coesão textual
entre os parágrafos e no texto como um todo.
9. Ao usar, tão freqüentemente, o recurso do discurso alheio, o autor do texto toma o cuidado de
marcar por aspas aquelas afirmações acerca das quais não tem muita certeza ou que são empregadas
com ironia.
10. De acordo com o desenvolvimento da argumentação, a troca de lugar entre o último período sintático
do texto e o primeiro preservaria a coerência e a coesão textuais.
COESÃO
"A coesão não nos revela a significação do texto; revela-nos a construção do texto enquanto
edifício semântico".
(M. Halliday)
A metáfora acima representa de forma bastante eficaz o sentido de coesão, assim como as
partes que compõem a estrutura de um edifício devem estar bem conectadas, bem "amarradas", as
várias partes de uma frase devem se apresentar bem "amarradas", conectadas para que o texto
cumpra sua função primordial - veículo entre o articulador deste e seu leitor.
Portanto, coesão é essa "amarração" entre as várias partes do texto, ou seja, o
entrelaçamento significativo entre declarações e sentenças.
Vejam, pode-se dizer:
.. Procurei Túlio, mas ele havia partido.
Porém, não se pode dizer:
.. Mas ele havia partido. Procurei
Observe que a seqüência lógica das orações está presente em:
"Procurei “Túlio" e depois "Mas ele havia partido."
o pronome retoma o substantivo
estabelece a oposição entre as duas orações
Existem, em nossa língua, dois tipos de coesão: a lexical e a gramatical.
A coesão lexical é obtida pelas relações de sinônimos ou quase sinônimos, hiperônimos,
nomes genéricos e formas elididas.
Já a coesão gramatical é conseguida a partir do emprego adequado de pronome, adjetivos,
pronomes substantivos, pronomes pessoais de 3°. pessoa, elipse, determinados advérbios e
expressões adverbiais, conjunções e numerais.
Vejamos, agora, alguns exemplos de coesão:
1. Epítetos
Epíteto é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.
Æ
Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha
morrido tão cedo.
Glauber Rocha foi substituído pelo qualificativo o cineasta mais famoso do cinema brasileiro.
2. Nominalizações
Ocorre nominalização quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado
anteriormente.
.. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por
serem parentes do assassino.
Pode também ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado.
.. Ele não suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não era coisa
para se deixar passar em branco.
3. Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas
.. Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de
porta de galinheiro.
4. Repetição de uma palavra
Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for possível substituí-Ia
por outra. Æ
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda
sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou idéia não é o dono
da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais
um veículo da ideologia dominante.
(Aranha, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo, Moderna, 1993, p. 50)
5. Um termo-síntese
.. O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois,
pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.
A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes.
6. Pronomes
.. Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
Æ
O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação
integral.
Æ
Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
.. Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele
tende a perdoar.
7. Numerais
Æ
Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar
dominando o assunto.
.. Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o
contrário.
8. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)
.. Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a "Mona Lisa".
9. Elipse
.. O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então seu
discurso emocionado.
10. Repetição do nome próprio (ou parte dele)
Æ
Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse que ia gastar
todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.
Æ
Lvgia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lvgia é autora de
"Antes do baile verde", um dos melhores livros de contos de nossa literatura.
11. Metonímia
Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa relação
de contigüidade semântica.
.. O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer
remarcação de preço.
.. Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.
12. Associação
Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto,
vínculos precisos de significação.
.. São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada
uma outra como transtornos, acidentes, trasbordamento do Tietê, etc.
Ruptura da Coesão
As rupturas da coesão podem ser voluntárias:
• inserção de um comentário, intervenção do autor ou do narrador, o uso de apóstrofes, etc.
Ex.: gostaria de dizer - não sei se devo - que ele nunca agiu bem como amigo.
• anacolutos (ruptura da coesão sintática)
Ex.: não sei, creio que ele não chegará.
As rupturas de coesão, quando involuntárias, constituem erro:
• frases inacabadas, ambigüidades em relação ao antecedente do pronome, erros de
concordância, etc.
Exs.: .. Entre a cadeira e a mesa, creio que ela gostaria mais dela.
.. Muitos de nós e o João teve vontade.
.. A campanha do famoso jornalista em favor do presidente levou-o ao
desentendimento com o jornal.
ERROS DE LEITURA
Extrapolar
Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando idéias
que não estão presentes. A interpretação fica comprometida. Freqüentemente, relacionamos fatos
reais a outros contextos.
Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma
parte ou aspecto do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Destacamos, desse modo, apenas um
fato ou uma relação que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o
conjunto das idéias.
Contradizer
Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos idéias que,
embora no texto, não se relacionam entre si.